jueves, 19 de julio de 2012

ADICÇÃO - VOCÊ PODE SE CURAR!: BOAS VINDAS E AGRADECIMENTO

ADICÇÃO - VOCÊ PODE SE CURAR!: BOAS VINDAS E AGRADECIMENTO:


AGRADECIMENTO Primeiro agradeço a Deus pela oportunidade deste trabalho, a minha irmã keli Cristina pelas instruções, à minha família pela paciência e compreensão.
Gostaria de dar as BOAS VINDAS a todos que se interessam em ajudar pessoas com Transtorno Obsessivo Compulsivo...Abuso de ÁLCOOL E DROGAS.



                                              ORAÇÃO DA SERENIDADE.

  •         DEUS CONCEDA-ME A SERENIDADE NECESSÁRIA,

    PARA ACEITAR AS COISAS QUE NÃO POSSO MODIFICAR,
     CORAGEM PARA MODIFICAR AQUELAS QUE EU POSSO E
     SABEDORIA PARA RECONHECER A DIFERENÇA. SÓ POR HOJE FUNCIONA.                                                                
    FORÇA.

    DECLARAÇÃO
     
    Eu, Marcio Soares, residente nesta comarca de Poços de Caldas á Av. Vereador José Gomes.
     
    Filho, 153. -Bairro Jardim Hortência. CPF: 440.939.506/87 e RG 1.762.547. SSP MG. Venho
     
    Através de esta declarar que sou instrutor de cursos relacionados à: Transtornos obsessivos
     
    Compulsivos; para profissionais que lidam com Dependentes Químicos, Viciados em jogos de
     
    Azar ,Compulsões por comida,compulsões por sexo e todo tipo de Adicção.                                                                                     Escravo de alguma (Substância lícita ou ilícita.) Exerço também a função de Palestrante e orador para
    Comunidades terapêuticas e Clinicas de recuperação de alcoólatras e Dependentes químicos.
    Contatos:marcio.soares86@yahoo.com.br
    Cel:35 98552622   fixo 35 37126887
    Treinamento de equipe, palestras e reuniões.
      
    Através de esta declarar que sou instrutor de cursos relacionados à: Transtornos obsessivos

    Compulsivos; para profissionais que lidam com Dependentes Químicos, Viciados em jogos de

    Azar ,Compulsões por comida,compulsões por sexo e todo tipo de Adicção.(Escravo de alguma

    (Substância lícita ou ilícita.) Exerço também a função de Palestrante e orador para
    Comunidades terapêuticas e Clinicas de recuperação de alcoólatras e Dependentes químicos.



    Orientações para a prevenção do stress e da depressão
    (Baseadas nas pesquisas neurocientíficas e de ecologia humana - Dr. Eduardo Aquino)

    A. Mudando os hábitos e o ritmo de vida:
    1. Exercício físico diário (do tipo aeróbico, que aumenta a frequência cardio-respiratória):
    ... Ideal: caminhada, natação ou ciclismo ao acordar, por 1 hora. Os exercícios físicos, quando feitos diariamente, aumentam a produção de betaendorfina e encefalinas, opiáceos naturais que dão sensação de bem-estar e disposição, combatem a dor, melhoram o aprendizado e o vigor.
    2. Sono ideal: Horário máximo para dormir: 22 horas.
    A parte mais nobre do sono acontece entre as 23:00 horas e 3:00 horas da manhã.
    Horário máximo para acordar: 6 horas. Após esse horário aumenta o sono REM, que é o sono de sonhar, desvitalizador e depressivo. Não dormir durante o dia ou aos finais de semana, pois esse sono, ao invés de descansar, cansa.
    3. 1 hora antes de dormir, evitar atividades excitantes (esportes, TV, telefonemas, discussões).
    Dar preferência a atividades relaxantes (música, relaxamento, etc.).
    4. À noite, quanto mais escuro e silencioso o ambiente, melhor o sono,
    mas, logo pela manhã, a claridade é essencial.
    5. Exposição à luz solar do início da manhã ou final da tarde: Promove aumento da produção de melatonina, substância reguladora do ciclo sono/vigília e do humor humano.
    6. Banho: Morno a frio pela manhã, promovendo melhoria no despertar pelo choque térmico, quente à noite, pois provoca vasodilatação, ajudando a relaxar e facilitando a conciliação do sono.
    7. Evitar muita exposição à ambientação artificial (ar condicionado, carpetes, vidro fumê, luz diurna artificial, etc.)
    Comprovou-se que esse tipo de ambiente provoca desgaste físico e psicológico, irritação, problemas alérgicos, infecções das vias aéreas, dor de cabeça, estresse e até depressão.
    8. Beber, no mínimo, 2 litros de água por dia, evitando a desidratação celular, que provoca estresse em nível cerebral;
    9. Manter o ritmo de vida - Procurar almoçar, dormir, acordar e trabalhar em horários semelhantes. O cérebro adora ritmo e harmonia.
    10. Evitar ambientes barulhentos, fechados, com excesso de estímulos visuais ou sonoros, principalmente à noite;
    11. Evitar excesso de informações: TV, jornais, revistas, rádio, etc. O excesso de estímulo fotoelétrico, provocado por grande exposição às telas, é excitante e causa estresse cerebral.
    12. Após as 18 horas, evitar jantar, ingerir alimentos pesados, carnes vermelhas, frituras, etc:
    Prejudicam o aprofundamento e as fases do sono, causam pesadelos, fazendo com que o sono seja insatisfatório.
    Após esse horário, dar preferência para lanches leves, sopas, massas,etc.
    ·         Combatendo os vícios e a poluição interna
    1. Uso frequente de folhas verdes, como couve, alface e outras. Elas contêm o Tryptofano, substância fundamental para a produção de serotonina neurotransmissor cerebral que regula humor, pensamento e ação.
    2. Não fumar - Além dos prejuízos pulmonares e cardiovasculares, a nicotina está ligada à alterações de humor, tais como ansiedade e depressão.
    3. Eliminar cafeína - Café, refrigerantes em geral, chocolates e derivados do cacau, chá-mate ou preto. A cafeína provoca hiperatividade cerebral, altera as fases do sono, causa irritabilidade e stress.
    ·          
    “Estou aqui porque, finalmente, não há mais como me refugiar de mim mesmo...
    Até que não me confronte nos olhos e no coração de outros,estarei fugindo.
    Até que sofra o partilhar dos meus segredos,não me libertarei deles. E estarei só!
    Onde se não em meu companheiro poderei encontrar esse espelho? Aqui, juntos, posso finalmente, conhecer-me por inteiro. Não como o gigante em que sonho ser, nem tampouco como o anão dos meus temores, mas como alguém parte de um todo, compartilhando os seus propósitos. Onde se não em meu companheiro poderei encontrar esse espelho? Neste solo poderei criar raízes e crescer; não mais isolado como na morte,mas vivo para mim e para os outros.” Richard Beauvai.
    §                             ORAÇÃO
    ‎"DEUS, conceda-nos a sabedoria para escrevermos de acordo com os Seus Divinos preceitos. Inspire em nós um sentido do Seu propósito. Faça-nos servidores da Sua Vontade e conceda-nos um laço de abnegação, para que esta seja verdadeiramente a Sua obra, não a nossa- para que nenhum adicto, em nenhum lugar, precise morrer dos horrores da adicção"

    Hoje vamos colocar a disposição de familiares e dependentes químicos um programa que mais recupera adictos no mundo. OS DOZE PASSOS DE NARCÓTICOS ANÔNIMOS.
    Com acompanhamento on line ou via Email e telefone... o objetivo principal é levar a mensagem aos adictos que sofrem nas garras da adicção ativa e auxiliar e informar seus familiares e entes queridos sobre essa doença que assola grande numero da população mundial. Os primeiros contatos devem ser feitos via Email para marcio.soares86@yahoo.com.br ou pelo Grupo Dependência química compartilhando sentimentos. Como não existe em toda cidade um grupo de Narcóticos Anônimos resolvi como voluntário dar apoio e monitorar as relações entre familiares e dependentes que querem participar deste programa e vencer a doença da adicção.

    QUEM É UM ADICTO

    A maioria de nós não precisa pensar duas vezes sobre esta pergunta.NÓS SABEMOS!Toda a nossa vida e nossos pensamentos estavam centrados em drogas, de uma forma ou de outra- obtendo, usando e encontrando maneiras e meios de conseguir mais. Vivíamos para usar e usávamos para viver. Um adicto é simplesmente um homem ou mulher cuja vida é controlada pelas drogas.Estamos nas garras de uma doença progressiva, que termina sempre da mesma maneira:Prisões, instituições e morte.
    A seguir temos o programa dos doze passos... começamos pelo Primeiro passo que tem que ser lido, estudado e compreendido na sua mais profunda literatura.
    GUIA PARA TRABALHAR OS DOZE PASSOS DE NARCÓTICOS ANÔNIMOS.
    PRIMEIRO PASSO.

    “Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, e que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis.”

    Para tudo há um “primeiro” momento. Assim também acontece com os Passos: o primeiro é, por definição, o inicio do processo de recuperação. O tratamento começa aqui, não podemos ir a lugar nenhum se não tivermos trabalhado este passo.
    Alguns membros de NA descobrem como fazer o primeiro passo por intuição; outros preferem trabalhá-lo de uma maneira mais sistemática. Nossas razões para praticar formalmente o Primeiro passo vão variar de membro para membro. Talvez sejamos novos no programa e tenhamos acabado de lutar- e perder- uma batalha exaustiva com as drogas. Podemos já estar no programa há algum tempo e abstinentes de drogas, mas descobrimos que nossa doença se tornou ativa em alguma outra área de nossa vida e nos obrigou a encarar nossa impotência e descontrole mais uma vez. Nem toda ação de crescimento é motivada pela dor;talvez seja simplesmente hora de reciclar os passos e então recomeçar um novo estágio da nossa infindável jornada de recuperação.
    Alguns de nós encontram algum conforto ao descobrir que foi a doença, não uma falha moral, que nos levou ao fundo do poço. Outros de nós não se preocupam com as causa- só querem uma saída.
    Em qualquer dos casos, chegamos a um ponto em que é necessário algum trabalho de passos: uma atividade concreta que vá nos libertar da nossa adicção, qualquer que seja sua forma de manifestação. Nosso desejo é internalizar os princípios do primeiro Passo, aprofundar nossa rendição, para tornar os princípios da aceitação,humildade,boa vontade,honestidade e mente aberta uma parte fundamental do que somos.
    Primeiro, precisamos alcançar a rendição. Existem muitos caminhos para chegarmos à rendição. Para alguns de nós, a estrada que percorremos até o Primeiro passo foi mais que suficiente para nos converter de que a rendição incondicional era nossa única opção.
    Outros de nós podem começar este processo ainda não totalmente convencidos de que sejamos adictos ou que tenhamos realmente atingido o fundo do poço. Só ao trabalhar o Primeiro passo, fica claro que somos adictos, que atingimos o fundo do poço e precisamos nos render.
    Antes de começar o primeiro passo, precisamos ficar abstinentes- custe o que custar. Se somos novos em NA, nosso Primeiro Passo consiste fundamentalmente em ver os efeitos da adicção às drogas em nossas vidas, e devemos primeiro ficar limpos.Se já estamos limpos há algum tempo e nosso Primeiro passo trata da impotência em relação a algum outro comportamento que tornou nossas vidas incontroláveis precisamos achar uma forma de brecar esse comportamento, de tal maneira que ele não venha a obscurecer nossa rendição.
    A DOENÇA DA ADICÇÃO
    O que nos faz adicto é a doença da adicção- não são as drogas nem o nosso comportamento, mas sim nossa doença. Existe alguma coisa em nós que nos torna incapazes de controlar o uso de drogas. Essa mesma coisa nos torna propensos à obsessão e à compulsão em outras áreas de nossas vidas.Quando podemos dizer que nossa doença está ativa?Quando caímos na armadilha das rotinas obsessivas, compulsivas e egocêntricas, círculo vicioso que não nos leva a lugar nenhum, anão ser à decadência física,mental,emocional,social e espiritual.
    .O que a doença da adicção representa para mim?
    .Minha doença tem estado ativa ultimamente?De que maneira?
    .Como me comporto, quando estou obcecado por algo?Os meus pensamentos seguem um padrão? Descreva.
    .Quando um pensamento passa pela minha cabeça, ajo sem considerar as consequências?De que maneiras me comporto compulsivamente?
    .Em que medida o aspecto egocêntrico da minha doença afeta a minha vida e a das pessoas ao meu redor?
    Como a doença me afetou fisicamente?Mentalmente?Emocionaklmente?Socialmente? Espiritualmente?
    Nossa adicção pode se manifestar de v árioas formas. Quando chegamos a NA nosso único problema, com certeza, SÃO AS DROGAS. Mais tarde, podemos vir a descobrir que a adicção devastou nossa vida de várias maneiras.
    .De que forma específica minha adicção tem se manifestado mais recentemente?
    .Tenho estado obcecado por uma pessoa, lugar ou coisa? Se isso acontece, como está afetando a minha relação com os outros?De que forma tenho estado afetado nos aspectos da saúde:física,mental,emocional,social e espiritual por esta obsessão?.
    .

    NEGAÇÃO.
    A Negação é a parte da nossa doença que nos diz que não temos uma doença. Quando estamos negando nossa adicção, somos incapazes de ver sua realidade. Minimizamos seu efeito. Culpamos os outros e depositamos expectativas exageradas nos familiares, amigos e empregadores.Passamos a nos comparar com outros adictos,cuja recuperação parece “pior” do que a nossa. PODEMOS CULPAR UMA DROGA EM PARTICULAR.
    Se estivermos abstinentes de drogas há algum tempo, podemos comparar a manifestação atual de nossa adicção com nosso uso de drogas, racionalizando que nada do que fazemos hoje poderia ser pior do que aquilo que fizemos antes! Uma das maneiras mais fáceis de saber que estamos negando é quando damos desculpas plausíveis, mas invertidas, sobre nosso comportamento.

    .Dei desculpas plausíveis, mas, inverídicas, sobre meu comportamento? Quais foram?
    Tenho agido compulsivamente, levado por uma obsessão, e depois fingido que planejei agir desta maneira?Quando?
    .Como tenho culpado outras pessoas pelo meu comportamento?
    .Como tenho comparado minha adicção com a adicção de outras pessoas? Minha adicção já é “suficientemente ruim”, mesmo que não a compare com a de ninguém?
    .Tenho comparado alguma manifestação atual da minha adicção com a maneira como minha vida era , antes de ficar limpo? Estou atormentado com a idéia de que deveria ter um comportamento melhor?
    .Acho que tenho informações suficiente sobre adicção e recuperação para controlar meu comportamento antes que ele me escape?
    .Estou evitando agir porque temo me envergonhar ao encarar os resultados da minha adicção?Estou evitando agir por medo do que os outros irão pensar?

    FUNDO DO POÇO:DESESPERO E ISOLAMENTO
    A adicção finalmente nos leva a um ponto em que não podemos mais negar a natureza do nosso problema. Todas as mentiras, todas as racionalizações, todas as ilusões de desaparecem à `medida que encaramos o que aconteceu com nossas vidas. Entendemos que estamos vivendo sem esperança. Descobrimos que ficamos sem amigos ou tão completamente desconectados que nossos relacionamentos são uma farsa, uma paródia quando nos encontramos nesse estado, mas a verdade é que precisamos passar por isso, antes de poder começar nossa jornada de recuperação.
    . Que tipo de crise me trouxe para a recuperação?
    .Que situação me fez trabalhar formalmente o Primeiro passo?]
    .Quando foi que reconheci pela primeira vez a adicção como um problema?
    Tentei corrigi-lo? Se tentei, como foi?Caso contrário, porque não tentei?

    IMPOTÊNCIA.
    Como adictos, reagimos à palavra “impotência” de diversas formas. Alguns de nós reconhecem que simplesmente não existe uma descrição mais exata da nossa situação e admitirmos nossa impotência com um sentimento de alívio. Alguns recuam diante dá palavra, relacionando-a com fraqueza ou acreditando que indique algum tipo de defeito de caráter. Entender nossa impotência- e o quanto é essencial para nossa recuperação aceitar a própria impotência- vai nos ajudar a superar qualquer sentimento negativo relacionado a este conceito.
    Somos impotentes quando as forças que movem nossas vidas estão fora de controle. Nossa adicção certamente pode ser caracterizada como uma dessas forças incontroláveis. Não podemos moderar ou controlar nosso uso de drogas, nem outros comportamentos compulsivos, mesmo quando estão nos levando a perder coisas importantes para nos.Não conseguimos parar, mesmo quando isso está resultando em um dano físico irreparável. Nós nos descobrimos fazendo coisas que nunca faríamos se não fosse pela nossa adicção, que nos levam a tremer de vergonha quando pensamos nelas. Podemos inclusive, decidir que não queremos usar, que não vamos usar e, ainda assim, sermos incapazes de evitar quando a oportunidade se apresenta. Podemos já ter tentado ficar abstinentes de drogas ou de outros comportamentos compulsivos por algum tempo,sem um programa, e às vezes com algum sucesso, para acabar descobrindo que, sem tratamento, nossa adicção nos leva de volta para nos mesmos, profundamente, a nossa impotência.
    .Perante o quê, exatamente sou impotente?
    .Fiz coisas na minha adicção ativa que nunca teria feito em recuperação. Que coisas foram essas?
    .O que fiz, para sustentar minha adicção, que foi completamente contra todas as minhas crenças e valores?

    .Como minha personalidade muda quando estou agindo movido pela minha adicção?(por exemplo: fico arrogante?fico egocêntrico? Mal humorado?Passivo. a ponto de ser incapaz de me preservar? Manipulador?Chorão?)
    . Manipulo os outros para manter minha adicção?como?
    .Tentei parar de usar e descobri que não conseguia? Já tentei parar por minha conta e descobri que a vida estava tão dolorosa sem drogas, que a abstinência não durou muito tempo?Como foram essas tentativas?
    De que forma a adicção me levou a machucar a mim e aos outros?

    PERDA DE CONTROLE
    O Primeiro Passo nos pede aceitação de dois fatos; primeiro, que somos impotentes perante nossa adicção; segundo, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis.
    Na verdade, estaríamos nos sobrecarregando se admitíssemos apenas um deles. Nossa perda de controle é a evidência da nossa impotência. Geralmente, existem dois tipos: perda de controle externo, que pode ser vista pelos outros; e a perda de controle interno ou pessoal.
    A perda de controle externo é geralmente identificada por fatos, como prisão,desemprego e problemas familiares. Alguns dos membros da nossa Irmandade já foram presos. Outros nunca conseguiram manter um relacionamento de qualquer tipo por mais do que alguns meses. Alguns de nós fomos abandonados pela família, com o pedido de nunca mais voltar a procurá-la.
    A perda de controle interno ou pessoal é geralmente identificada pelo nosso sistema de crenças falsas e doentias sobre nós mesmos,sobre o mundo em que vivemos e sobre as pessoas com as quais relacionamos. Podemos acreditar que somos inúteis.
    Podemos acreditar que o mundo gira ao nosso redor- não somente que deveria girar,mas que de fato gira. Podemos acreditar que realmente não é nosso o dever cuidar de nós mesmos, que alguém deveria fazer isso. Podemos acreditar que as responsabilidades de uma pessoa comum, normalmente, são uma carga muito pesada. Podemos exagerar ou minimizar nossa reação perante os acontecimentos da vida. Nossa inconstância emocional é geralmente a maneira mais óbvia de identificar a perda de controle pessoal.

    .O que a perda de controle significa pra mim?
    .Já fui preso ou tive problemas legais devido à minha adicção?Já fiz alguma coisa pela qual pudesse ser preso,se descobrissem? Qual foi?
    .Que problemas tive no trabalho ou na escola devido a minha adicção?
    .Que problemas tive com minha família como resultado de minha adicção?
    . Que problemas tive com meus amigos devido à minha adicção?
    .Insisto em fazer coisas do meu jeito?Como minha insistência afeta meus relacionamentos?
    .Levo em consideração as necessidades dos outros? Como minha insistência afeta meus relacionamentos?
    .Levo em consideração as necessidades dos outros?Como minha falta de consideração afeta meus relacionamentos?
    .Sou responsável pela minha vida e minhas ações?Sou capaz de dar conta das responsabilidades sem ficar sobrecarregado?Como isso tem afetado minha vida?
    .Desestruturo-me quando as coisas não acontecem de acordo com o planejado?Como isso afeta minha vida?
    .Lido com todo desafio como se fosse um insulto pessoal? Como isso tem afetado minha vida?
    .Estou sempre imaginando crises, reagindo a toda situação com pânico? Como isso tem afetado minha vida?
    .Ignoro sinais de que alguma coisa pode estar seriamente errada com minha saúde ou com de meus filhos, pensando que as coisas vão se ajeitar?Descreva?
    .Diante de um perigo real, já fiquei indiferente ou de algum modo incapaz de me proteger por causa da minha adicção?Descreva.
    .Já prejudiquei alguém devido à minha adicção? Descreva.
    Tenho acessos de raiva ou reajo aos meus sentimentos perdendo o respeito próprio ou o senso de dignidade?Descreva.
    .Usei drogas ou agi de acordo com minha adicção para mudar ou reprimir meus sentimentos?O que estava tentando mudar ou reprimir?

    RESERVAS
    As reservas são espaços no nosso programa que reservamos para recair.Pode ser algo como cultivar a idéia de que ainda temos algu7m controle, como,por exemplo:”Está bem eu aceito que não posso controlar meu uso, mas ainda posso traficar,não posso? Ou pensar que é possível manter a amizade das pessoas com quem usávamos ou de quem comprávamos drogas. Podemos achar que algumas partes do programa não servem para nós. Ou acreditar que existe alguma que não conseguimos encarar limpos- uma doença séria, por exemplo, ou a morte de uma pessoa querida e planejar usar, se isso acontecer. Podemos Pensar que, depois de atingir um objetivo,ganhar algum dinheiro ou estar limpos por um bom tempo, aí sim seremos capazes de controlar nosso uso. As reservas estão geralmente escondidas, não somos plenamente conscientes delas. É essencial partilhar e desarmar, aqui e agora, qualquer reserva que possamos ter.
    . Aceitei completamente minha rendição?
    . Acredito que ainda possa me relacionar com as pessoas da minha vida ativa? Ainda posso ir aos lugares da ativa?Penso que é razoável manter perto de mim objetos de uso, só para me “lembrar”, ou para testar minha recuperação?Em caso afirmativo,por que?
    .Existe alguma situação que,na minha opinião, não vou conseguir superar limpo algum acontecimento tão doloroso que me leve usar para sobreviver à dor?
    . Penso que com algum tempo limpo,ou em circunstâncias de vida diferentes, eu seria capaz de controlar meu uso de drogas?
    .A que reservas ainda estou me apegando?

    RENDIÇÃO.

    Existe uma enorme diferença entre resignação e rendição. Resignação é o que sentimos quando percebemos que somos adictos, mas ainda não aceitamos a recuperação como solução para o nosso problema. Muitos de nos se viram nessa situação bem antes de chegar ao programa de NA. Podíamos pensar que éramos predestinados a ser adictos, a viver e morrer na nossa adicção. Rendição, por outro lado, é o que acontece depois de aceitarmos o Primeiro Passo como algo verdadeiro, e que a recuperação é a solução. Não queremos que nossas vidas sejam como antes. Não queremos continuar nos sentindo da mesma maneira.
    .Qual é meu temor quanto ao conceito da rendição,se é que eu o tenho?
    .O que me convence de que não consigo mais usar satisfatoriamente?
    . Consigo aceitar que nunca irei retomar o controle, mesmo depois de um longo período de abstinência?
    .Posso começar minha recuperação sem uma rendição completa?
    .Como seria minha vida se eu me rendesse completamente?
    . Posso continuar minha recuperação sem uma rendição completa?

    PRINCÍPIOS ESPIRITUAIS
    No primeiro passo, focalizaremos honestidade, mente aberta,boa vontade e, humildade e aceitação. Praticar o princípio da honestidade no primeiro passo começa pela admissão da verdade sobre nossa adicção, e continua com a prática da honestidade no nosso dia a dia. Quando digo em uma ‘REUNIÃO”: sou um adicto, pode ser a primeira coisa verdadeiramente honesta que disse em muitos anos. Começamos a conseguir ser honestos com nós mesmos e, conseqüentemente , com os outros.
    . Tenho pensado em usar, ou tenho agido movido pela minha adicção, de alguma forma?Partilhei isso com meu padrinho ou madrinha ou falei com alguém?
    .Tenho estado em contato com a realidade da minha doença, não importando há quanto tempo esteja limpo.?
    .Percebi que, sem a necessidade de esconder minha adicção, não preciso mais mentir como antes? Valorizo a liberdade que isso traz? De que formas comecei a ser honesto com a minha recuperação?

    Praticar o princípio de mente aberta, encontrado no primeiro passo, significa estar pronto para acreditar que possa existir uma nova maneira de viver, e querer vivenciá-la. Não importa que não possamos ver cada detalhe dessa nova maneira de viver, ou que ela seja completamente diferente da que conhecemos antes. O que importa é não limitarmos a nós mesmos ou a nossos pensamentos. Algumas vezes podemos ouvir membros de NA falando coisas que soam completamente sem sentido para nós, como “render-se para vencer”, ou para re3zarmos por pessoas com quem estamos ressentidos. Demonstramos mente aberta quando não rejeitamos essas sugestões sem tê-las experimentado.
    .O que é dito em recuperação e me parece difícil de acreditar?Pedi explicações ao meu padrinho ou madrinha ou à pessoa que o disse?
    .De que formas estou praticando o princípio da mente aberta?
    O princípio da boa vontade, mo primeiro passo, pode ser praticado de várias maneiras. Quando começarmos a pensar em recuperação, muitos de nos não acreditamos que seja possível, ou não entendemos como irá funcionar, mas prosseguimos com o primeiro passo de qualquer forma. Essa é nossa primeira experiência de boa vontade. Tomar qualquer atitude que vá auxiliar nossa recuperação mostra boa vontade.

    O princípio da humildade, tão essencial no primeiro passo, se expressa muito claramente na nossa rendição. A humildade é mais facilmente identificada quando aceitamos quem realmente somos- nem piores nem melhores do que acreditávamos ser quando usávamos. Apenas humanos.
    . Acredito que sou um monstro que envenenou o mundo inteiro com a sua adicção?Acredito que minha adicção é totalmente inofensiva para grande parte dasociedade à minha volta? Ou é uma coisa intermediária?
    .Tenho noção do meu grau de importância para minha família e meus amigos? E na sociedade como um todo?Que noção é essa?
    .Como estou praticando o princípio da humildade em relação ao trabalho do primeiro passo?
    Para praticar a aceitação, temos que fazer mais do que meramente admitir que somos adictos. Quando aceitamos nossa adicção,sentimos uma profunda mudança interna, caracterizada por um crescente sentimento de esperança. Também começamos a ter a sensação de paz. Aceitarmos nossa adicção e nossa recuperação.,e o que essas duas realidades significarão em nossas vidas. Não nos assusta a perspectiva de freqüência às reuniões , de contato com o padrinho ou madrinha e trabalho dos passos, ao contrário, começamos a ver a recuperação como uma dádiva preciosa, e o trabalho que ela representa não constitui nenhum problema maior do que qualquer outra coisa diária.
    .Fiz as pazes com o fato de ser um adicto?
    .Fiz as pazes com as coisas que precisei fazer para ficar limpo?
    .Como a aceitação da minha doença é necessária para a continuidade da minha recuperação?
    SEGUINDO EM FRENTE
    Enquanto nos preparamos para s Segundo Passo, provavelmente nos perguntaremos se trabalharmos suficientemente bem o Primeiro Passo. Estamos certos de que é hora de seguir em frente? Dedicamos o mesmo tempo que outros dedicaram a esse passo?
    Será que chegamos a uma verdadeira compreensão?Muitos de nos pensaram ser útil escrever sobre nossa compreensão de cada passo, antes de seguir em frente.
    .Como sei que é hora se seguir em frente?
    .Qual é a minha compreensão do Primeiro Passo?
    .Como meu conhecimento e experiência anteriores afetaram meu trabalho com este passo?
    Chegamos a um ponto onde vemos os resultados da nossa velha maneira de viver e aceitarmos que é necessária uma nova maneira;mas, provavelmente, ainda não conseguimos ver o quanto a recuperação é rica em possibilidades. Pode ser que , por enquanto,seja suficiente estarmos livres da nossa adicção ativa. Logo vamos descobrir o vazio que sentíamos com drogas ou qualquer comportamento obsessivo/ compulsivo precisa ser preenchido. Trabalhando os passos restantes , preencheremos esse vazio. A próxima etapa da nossa jornada de recuperação é o segundo passo.
    Foi inserido livro de estudo o "Primeiro passo de Narcóticos Anônimos" para que possamos refletir sobre as considerações gerais e ir adiante para o Segundo PASSO...


    Primeiro Passo - "Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis".

    A imposição do princípio de realidade gera um conflito, e, portanto, uma egodistonia . O que antes era egossintônico: ideal drogaditivo, através da imposição dolorosa da realidade, tornou-se egodistônico (KALINA, 1983). A solução dada até então para qualquer forma de angústia e de dor tornou-se ineficiente (O dedo na boca disfarça a fome apenas por um período). Devido a condições pulsionais inatas, para alguns, a realidade se impõe e para outros não (a impotência jamais será sentida se depender de recursos egóicos próprios, é necessário, nessas situações, uma intervenção externa - quando, por exemplo, a intervenção terapêutica adequada é uma internação compulsória). O tratamento só é eficiente quando está inserido um conflito, ou seja, uma quebra no ideal drogaditivo. Kalina9 explica este fenômeno da seguinte forma: "O adicto é um ser que pôs em funcionamento a parte psicótica da personalidade. Não responde à prova da realidade, nem à de experiência, não tem consciência da doença ou a tem parcialmente (ou melhor, dissociadamente) e vive de acordo com o delírio, que se converte, assim em sua própria ideologia de vida. Funciona egossintonicamente com seu delírio drogaditivo e, por isso, a internação, em regra geral, deveria ser a primeira medida a ser tomada para tentar sua reabilitação, pois necessitamos criar-lhe um conflito, uma egodistonia" (KALINA, 1983). No entanto, se considerarmos as diferenças pessoais de um modo geral e dos drogaditos em particular, percebemos que, por condições pulsionais inatas ou por recursos egóicos adquiridos (fixação libidinal em estágios mais avançados do desenvolvimento psicossexual), alguns reconhecem a realidade e a sua impotência sem necessitar de intervenções como a internação compulsória, ou seja, o conflito é instalado por recursos próprios. O programa de NA, portanto, só é capaz de beneficiar indivíduos que possuem recursos suficientes para reconhecer a realidade externa.

    Na literatura de NA (1983), identificamos a idéia de conflito da seguinte forma: "Quando dizemos não temos escolha (inexistência de conflito, apenas um caminho a seguir), mostramos a incapacidade de parar de usar (...). No entanto, nós temos uma escolha (conflito instalado, mais de um caminho a seguir) quando paramos de tentar justificar nosso uso" (pag. 21).

    Lembramos, portanto, que o programa de NA propõe a aquisição de recursos egóicos mais sofisticados e elaborados que vão sendo adquiridos sistematicamente. A proposta (Primeiro Passo) exige um compromisso definitivo com a realidade e com o processo secundário de funcionamento: "Nenhum dos passos trabalha por mágica" (NARCOTICOS ANÔNIMOS, 1983, pág. 24). Este pode ser considerado o mais importante dos passos por inserir este compromisso com a realidade externa. Nosso objetivo aqui é fazer uma leitura psicodinâmica deste processo. A posição esquizo-paranóide, antes predominante, dá lugar a uma posição depressiva, ou seja, o delírio de amor narcísico sustentado pela droga, dá lugar a uma ansiedade depressiva (confluência de amor e ódio pelo mesmo objeto - si mesmo) que é expresso pela forma de culpa mais arcaica e angustiada devido a sentimentos ambivalentes para com um objeto (KLEIN, 1982). "Ao nos sentirmos derrotados ficamos prontos" (NARCÓTICOS ANÔNIMOS, 1983, pág. 21). Apesar de sentir-se fracassado, está vivo e pretende manter-se assim (predomínio do instinto de vida). Para que o drogadicto suporte este acumulo de angústia, é necessário que tenha alguma estrutura egóica adquirida durante seu desenvolvimento. O bebê, em certo estágio do desenvolvimento, já se acha física e emocionalmente maduro para integrar suas percepções fragmentadas da mãe, reunindo as versões (imagos) boas e más. No entanto, neste Primeiro Passo, o adicto ainda está num estágio anterior. Ainda está integrando sua própria imagem, suportando sua ambivalência em relação a si próprio, ainda não considera a existência de um outro. Está se reconhecendo progressivamente um bebê vulnerável e desprotegido e, "até abrir mão de todas as restrições, estará colocando em risco os alicerces de sua recuperação" (NARCÓTICOS ANÔNIMOS, 1983, pág. 22). A introdução de um outro diferenciado, na vida anímica surge, então, no Segundo Passo.

    Segundo Passo - "Viemos a acreditar que um Poder maior do que nós poderia devolver-nos a sanidade".

    Até aqui, identificamos um salto na qualidade de recursos egóicos adquiridos. O drogadito, que tinha referências alucinatórias, vivia pelo princípio do prazer e com predominância do processo primário de funcionamento , portanto, em posição esquiso-paranóide - recursos egóicos e desenvolvimento emocional de um bebê de 2 a 4 meses ; já adquiriu um compromisso com a realidade interna e externa, suporta ambivalências, dores e vive o luto do narcisismo ou seja, predomínio da posição depressiva (recursos egóicos de um bebê mais maduro).

    Após o reconhecimento de sua insuficiência, é necessária a inserção de um outro no universo anímico que sirva de referência e continência. O vínculo que antes era com um objeto idealizado concreto (droga), passa a ser com um objeto simbólico (Deus) - Podemos observar que a passagem de um vínculo concreto para um vínculo simbólico pressupõe uma aquisição (recente) de recursos egóicos mais elaborados. Este outro é primeiramente idealizado e de permanência constante - como uma forma de vínculo adesivo (Hinshelwood, 1992, págs 355/356) - ao indivíduo e, por isso, a escolha do símbolo universal Deus ("Poder maior do que nós"). Recorremos a Winnicott (1958) em "A capacidade de estar só" para dar um sentido psicodinâmico a este fenômeno. O autor propõe que, inicialmente, a criança só é capaz de estar sozinha na presença de alguém, ou seja, consegue manter sua recém adquirida (mas, ainda frágil) integridade egóica e não recorrer a mecanismos primitivos de funcionamento (regredir) se tem por perto alguém (mãe para o bebê e Poder Superior para o adicto) com maturidade egóica suficiente para protegê-lo dele mesmo (de seus impulsos destrutivos). O ego maduro desta mãe, com seus inúmeros recursos, dá continência ao ego débil do bebê / criança. Na literatura de NA (1983) encontramos: "O Primeiro Passo deixa-nos (como herança) a necessidade de acreditarmos em algo que nos ajude com nossa impotência, inutilidade e desamparo.(...) O primeiro passo deixou um vazio em nossas vidas" (pág. 24). Presença de ansiedade depressiva, reconhecimento de limites do corpo e do ego. Para o drogadito a companhia constante de um ego mais estruturado só é possível através de um processo de simbolização deste outro – "... podemos escolher o grupo, o programa, ou podemos chamá-lo de Deus" (NA, 1983, pág. 26). Este outro deve possuir recursos suficientes que amparem a insuficiência do ego – "preencha o vazio" (NA, 1983, pág. 24). Percebemos, aqui, a aquisição de recursos egóicos mais desenvolvidos - idade emocional de um bebê no início da infância - possui independência protegida. Para Melanie Klein (1930), “o simbolismo não constitui apenas o fundamento de toda fantasia e sublimação, mas também sobre ele se constrói a relação do sujeito com o mundo exterior e com a realidade em gera”.

    A título de curiosidade, podemos complementar a análise deste Segundo Passo através da "Imagem de Deus" segundo Jung (1988) que pode ser compreendida como o símbolo da totalidade psíquica. O autor explica: "Só por meio da psique podemos constatar que a divindade age em nós; desta forma, somos incapazes de distinguir se essas atuações provêm de Deus ou do inconsciente, isto é, não podemos saber se a divindade e o inconsciente constituem duas grandezas diferentes... Pode-se constatar que existe no inconsciente um arquétipo da totalidade... que se aproxima da imagem de Deus". Portanto, o drogadicto que estava pondo em funcionamento apenas a parte psicótica de sua personalidade (KALINA, 1983), a integra, podendo estabelecer compromisso com outras instâncias psíquicas que estavam inoperantes, como, por exemplo, seu núcleo neurótico. A partir deste momento, inicia-se o uso mais freqüente de mecanismos de defesa de alto nível (KERNBERG,1976), na presença deste outro protetor, o ego torna-se mais forte para arriscar fazer uso de recursos mais elaborados da personalidade como os recursos neuróticos. Desta forma, a existência deste outro, devolve ao adicto, a sanidade (primeira possibilidade de não funcionar de forma psicótica e com ansiedade psicótica).

    No desenvolvimento psicossexual, surge um momento que, através do amparo de um outro perfeito, a criança consegue suportar suas deficiências e qualidades, torna-se capaz de reconhecer seus limites mas ainda não suportaria encontrar um outro que não fosse apenas dedicação, altruísmo, continência, acolhimento e proteção, ou seja, o outro é idealizado sem limites nem restrições (a mãe, neste momento, cumpre esta função). Identificamos aqui, a mesma forma de funcionar do drogadito que chegou a este Segundo Passo (Deus, neste momento, cumpre esta função). Ele, como a criança, se torna capaz de integrar os vários aspectos do outro diferenciado quando avança mais em seu desenvolvimento psíquico, portanto, no Terceiro Passo.

    Terceiro Passo - "Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como nós O concebemos."

    Depois de acreditar num Poder Superior simbiótico (mãe/bebê), inicia-se a diferenciação eu-outro. Para que haja entrega, é necessário um outro separado, não-fundido ao ego. É um momento de aprendizagem com este outro, modelagem a partir do outro. "Oriente-me na minha recuperação. Mostre-me como viver" (NA, 1983,pág. 28). É a introdução da lei, das regras e dos limites (esta é a função e a representação de Deus neste momento). Recorremos aqui ao conceito de "função paterna" (HINSHELWOOD, 1992, pág. 306/307), onde existe a interdição da fusão. Aqui, o drogadicto inicia, através do outro (Deus), o resgate de um código valorativo que o sustente. O superego está fora do aparelho psíquico (Deus). Finaliza-se o processo de identificação adesiva (HINSHELWOOD, 1992, pág. 355/356) predominante no Segundo Passo e inicia-se um uso mais freqüente do mecanismo de identificação (mais elaborado que o anterior), onde reconhece, fora, características e modelos que podem ser introjetados ao repertório do ego e do superego. A crença em um "Deus amoroso" (superego amoroso) é importante para a reconstrução deste superego que, inicialmente era sádico, rígido e altamente exigente e, por isso, precisava ser apaziguado pela droga – É possível relembrar aqui a célebre frase de Gammil (1981): "O superego do alcoolista é solúvel em álcool". O vínculo adesivo mantido durante o segundo passo cumpriu a função que era da droga antes do início do programa, ou seja, apaziguou o superego sádico e rígido. Se este passo não for cumprido com dedicação, será impossível a manutenção dos benefícios do Terceiro Passo. "Alguns de nós, a princípio, não levaram esse passo a sério; passamos por ele com pouco interesse, para constatarmos depois que os passos seguintes não funcionavam até que trabalhássemos o Passo Dois" (NA, 1983, pág. 24). Isso significa que, para obter sucesso no Terceiro Passo, é necessário que tenha havido uma identificação adesiva com um superego suficientemente amoroso e flexível para que seja suportável uma diferenciação posterior. É o início da “capacidade de estar só” sem precisar do olhar externo. No entanto, ainda é necessário um "objeto transicional", por ser a "primeira possessão não-eu". Para Winnicott (1983), "Uma característica essencial dos fenômenos e objetos transicionais reside na qualidade de nossa atitude quando o observamos", ou seja, "da maneira como nós O compreendemos". O drogadicto, neste momento, adquiriu recursos para estar sozinho e quando for necessário, "pedir orientação". O Terceiro Passo é também o momento de introjeção e manutenção deste superego no aparelho psíquico, ou seja, um momento de aquisição e vivência de um código valorativo que, no início deste passo estava localizado externamente, mas com um bom empenho ao programa, estará introjetado.

    Considerações finais

    Observa-se que o programa de 12 passos oferece ao adicto oportunidade de amadurecimento egoico similar às oportunidades necessárias para o desenvolvimento infantil. A aquisição de recursos mais sofisticados têm como objetivo conduzir o adicto, ou seja, “dependente” (da droga) à independência e autonomia. O desenvolvimento da criança percorre este mesmo processo, sendo, enquanto bebê, dependente da mãe, tendendo a desenvolver certo grau de autonomia no decorrer do tempo.
    Com esta análise pretendeu-se oferecer aos psicólogos que trabalham com o fenômeno da drogadição e possuem orientação psicodinâmica, alternativas teóricas para intervenção em modelos de tratamento que incluam o programa de 12 passos.






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