lunes, 23 de julio de 2012

Drogas Prevenção nas escolas







Drogas Prevenção nas escolas


INTRODUÇÃO

Diante do exposto, fez-se necessário uma pesquisa bibliográfica para esclarecimento das causas que podem levar jovens de hoje a ingressarem no perigoso mundo das drogas. Pois geralmente o consumo de drogas é iniciado durante a adolescência e a juventude que experimenta e faz o uso abusivo de drogas não só vem aumentando entre os adolescentes como ocorrendo em idade cada vez mais precoce. E amplia-se o conceito de prevenção para ademais ações diretamente endereçadas para evitar o consumo de drogas entre as crianças e adolescentes das escolas.
O Objetivo geral deste trabalho é: Propiciar um referencial teórico e método lógico aos professores sobre a influência das drogas no processo ensino aprendizagem dos alunos nas escolas públicas estaduais e municipais para que elas possam desenvolver uma prática mais consciente e eficaz.
Pela complexidade do tema, nos ateremos somente ao estudo bibliográfico do tema, e para isso temos ainda os objetivos específicos: a) Identificar os atores que propiciam o uso de drogas nas escolas; b) Verificar se o fator econômico e a desestrutura familiar interferem no uso da drogas; c) Analisar se as práticas se as práticas cotidianas das escolas propiciam o uso da droga; d) Atualizar o conhecimento de professores em relação ao uso e abuso de drogas por adolescentes, com enfoque principal na prevenção nas escolas.
A metodologia do trabalho foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas, devido à grande insistência do problema em questão, e da divulgação, dos mesmos, livros, revistas, artigos e divulgação da pesquisa em escolas.
Considerando-se que a análise sistemática da bibliografia referente as formas de prevenção nas escolas possam contribuir para a avaliação dos rumos que as práticas relacionadas têm tomado e portanto favorecer a crítica e a formulação de novos projetos.




HISTÓRICO

Neste trabalho, considera-se que a droga é uma mercadoria e que o consumo de drogas deve ser analisado à luz da estrutura e dinâmicas do modo de produção capitalista, que conformam os contextos da sociedade contemporânea. Assim, trata-se de reconhecer que o consumo de drogas está submetido às possibilidades de reprodução social dos indivíduos, famílias e classes ou grupos sociais, bem como reflete as conseqüências das políticas sociais públicas adotadas pelo Estado. Portanto, a política e os programas de prevenção ao consumo de drogas deveriam estar voltados tanto para mudanças em contextos de socialização e interação dos indivíduos, delimitados e específicos a sua condição de classe, quanto para mudanças estruturais mais gerais que melhorem a distribuição da renda e o acesso aos bens socialmente produzidos (Soares, 1997).
Este enfoque tratado por Soares considera o consumo de drogas em todos os seus aspectos, as questões sociais, culturais, econômicas. Para este trabalho o enfoque utilizado acima é ponto de partida para contextualização histórica das drogas desde seu aparecimento e consumo primário até os dias atuais, para conhecimento cultural de sua aparição e atual existência, apresentado neste capítulo.

1.1  Aspectos de Mundo

De acordo com alguns autores, a juventude, principalmente a adolescência foi descoberta na passagem do Séc. XIX para o Séc. XX, sendo uma preocupação recente.
A história das bebidas alcoólicas e das drogas remete a um âmbito pouco conhecido da história das sociedades humanas: o da vida material, da cultura material, o que o homem come, bebe, veste, onde mora e, também, os remédios com que se cura e se consola. O grande historiador francês Fernand Braudel dizia, a propósito das drogas, serem alguns dos mais importantes produtos do “imenso reino do habitual, do rotineiro, ´o grande ausente da história´”: “não penso que se deva relegar para o campo do anedótico o aparecimento de tantos produtos alimentares, do açúcar, do café e do chá, até ao álcool, que constituem, cada um por si, intermináveis e importantes fluxos de história (...) são, com certeza, questões densas de consequências: a história das drogas antigas - o álcool, o tabaco, a forma fulgurante como o tabaco, em especial, conquistou o mundo, deu mesmo a volta ao mundo - não constituirá uma séria advertência em relação às drogas, muito mais perigosas, dos nossos dias?”(1989:19/20).
A população em geral considera normalmente drogas apenas aquelas substâncias ilícitas, nos quais pessoas de caráter duvidoso utilizam para seu próprio prazer e com isso acabam cometendo crimes contra a sociedade me que vivem.
Mas as drogas representam uma gama maior de substancias que podem ser utilizadas pela população não apenas para as chamadas pessoas fora do padrão, mas também por cidadãos comuns, são as chamadas drogas lícitas, ou legalizadas, que podem ser utilizadas, é o caso do tabaco e do álcool, utilizados por pessoas comuns no seu dia a dia. Os remédios utilizados par ao tratamento terapêutico também é droga e também pode ser utilizado como método para alcance do prazer que os viciados tanto almejam.
Historiadores relatam através de dados oficiais da OMS (Organização mundial da saúde) demonstram que o maior dano à saúde pública mundial no século XX foi causado pelo tabaco, seguido do álcool. O tabaco sozinho seria o maior vilão da história da humanidade, tendo matado mais do que todas as guerras, numa cifra de cinco milhões de mortos por ano, totalizaria meio bilhão em todo o século. O estudo histórico das drogas, incluindo os álcoois, até duas décadas atrás poucas vezes fora realizado fora de abordagens excessivamente monográficas (histórias específicas do vinho, da cachaça, etc). O papel das drogas, no entanto, particularmente na história moderna, é de uma extrema importância econômica, política e cultural.
Os parágrafos abaixo trazem textos retirados de páginas na Internet destinadas a orientação sobre as drogas, estes textos serão aqui utilizados para contar a história das principais drogas consumidas em todo o mundo, para que haja aqui uma contextualização histórica para o desenvolver deste trabalho, em principio trataremos do histórico da maconha, texto disponível em:http://72.21.62.210/alcooledrogas/drogas_historia_maconha.htm. Acesso em: 20/07/2006.
A canábis é consumida pela humanidade há cerca de dez mil anos, desde a descoberta da agricultura. Era utilizada para a obtenção de fibras, óleo, sementes consumidas como alimento e por suas propriedades alucinógenas. A planta parece ser originária da China, apesar de outras evidências apontarem para a Ásia Central. O famoso Pen Tsao Ching, farmacopéia escrita em 100 d.C., baseada nas compilações de plantas com propriedades farmacológicas do imperador Shen Nung (2737 a.C.), mostrava que os chineses já conheciam há alguns milênios as propriedades alucinógenas da canábis. Nesses períodos a utilização da planta estava intrinsecamente ligada ao misticismo e ao curandeirismo. Quando os europeus chegaram a China no século XIII, tal hábito havia declinado e caído em desuso, permanecendo apenas o cultivo da planta para a obtenção de fibras têxteis.
A maconha possui grande influência sobre a cultura hindu. Segundo a tradição da Índia, a planta fora um presente dos deuses aos homens, capaz de provê-los de prazer, coragem e atender a seus desejos sexuais. A planta teria brotado pela primeira vez quando gotas do néctar dos deuses (Amrita) se derramaram sobre a Terra. Nos Himalaias indianos e no Tibet as preparações a base de canábis encontram grande importância no contexto religioso. Sadhus (homens sagrados) dedicam sua vida à deusa Shiva. Não possuem propriedade e praticam ioga e meditação. O consumo de maconha faz parte de seus rituais. Uma das preparações de maconha utilizada é o bhang, obtido a partir da maceração de brotos da planta, convertidos em um suco ou doce. A ganja consiste em brotos compactados por vários dias e fumados com tabaco ou datura. O charas é a própria resina (haxixe), fumada da mesma forma.
No site Brasil escola, há um link que trata exclusivamente de esclarecimentos sobre diversas drogas consumidas atualmente, também com conteúdos históricos para o esclarecimento do surgimento de tal substância, sua utilização, o texto está disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/alcool.htm. Acesso em: 15/07/2006. Iniciando com o álcool:
Segundo alguns registros arqueológicos, os primeiros indícios do consumo de álcool pelo ser humano datam de mais de oito mil anos. No primeiro momento, as bebidas eram produzidas apenas pela fermentação e, por isso, tinham um baixo teor alcoólico. Com o desenvolvimento do processo de destilação, começaram a surgir as primeiras bebidas mais fortes e mais perigosas. Com a Revolução Industrial, a bebida passou a ser produzida em série, o que aumentou consideravelmente o número de consumidores e, por conseqüência, os problemas sociais causados pelo abuso no consumo do álcool.

ANFETAMINAS, disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/anfetaminas.htm. Acesso em: 15/07/2006.
São diversos os tipos de anfetaminas no mundo, não existindo uma única substância que as caracterize. A metanfetamina é uma das mais difundidas nos Estados Unidos. Ela é normalmente fumada com a ajuda de um cachimbo e é conhecida como "ice". Na Europa, principalmente na Holanda e Inglaterra, a anfetamina mais comum é a metilenodioximetanfetamina, que é usualmente ingerida com bebidas alcoólicas. O primeiro tipo de anfetamina, a Benzedrina, foi sintetizada pela primeira vez no final do século passado na Europa. Seu uso medicinal foi gradativamente sendo ampliado e nas décadas de 30 e 40 já eram conhecidas 39 utilidades para as anfetaminas, que logo passaram a serem usadas sem intenções medicinais. O seu uso não medicinal começou a se espalhar pelo mundo e hoje é uma das drogas que mais ganha usuários a cada ano. Nos EUA, as autoridades revelam que o número de óbitos relacionados com anfetaminas como o Rohypnol ou o GHB cresceu 63% entre 95 e 98. No Brasil, a ONU vem constantemente alertando sobre o crescimento do consumo de anfetaminas.

COCAÍNA, disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/cocaina.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Os primeiros indícios de utilização da folha de coca, matéria-prima da cocaína, são encontrados há mais de três mil anos, quando era mascada por povos que habitavam a região andina da América do Sul. A folha de coca era utilizada por inibir a fome e estimular longas caminhadas na altitude. Os povos da época costumavam também usar o sumo da folha para aliviar a dor, aplicando-o em diferentes áreas do corpo. Em 1862, o químico Albert Niemann produziu, em laboratório, um pó branco a partir da folha de coca que foi denominado cloridrato de cocaína. Esse produto passou a ser usado amplamente na sintetização de remédios utilizados no fim do século XIX como tônicos, supositórios e pastilhas expectorantes. O cloridrato de cocaína chegou a ser utilizado até na produção de vinhos. No início do século XX, a cocaína era livremente comercializada como um remédio comum, mas logo apareceram as primeiras mortes por causa do abuso do consumo da droga. Por conta das mortes, ela foi gradativamente sendo proibida em quase todo o mundo. Por ser uma droga cara chegou a ser chamada de "caviar das drogas" e, na década de 80, difundiu-se muito na elite social americana, os "yuppies". Em meados da década de 90, o número de usuários alcançou a marca de 14 milhões de pessoas, que consumiam quase 500 toneladas da droga a cada ano.

CRACK, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/Crack.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Ao contrário da maioria das drogas, o crack não tem sua origem ligada a fins medicinais: ele já nasceu como uma droga para alterar o estado mental do usuário. O crack surgiu da cocaína, feito por traficantes no submundo das favelas e guetos das grandes cidades sendo, portanto, difícil precisar quando e onde realmente ele apareceu pela primeira vez. O nome "crack" vem do barulho que ele faz quando está sendo queimado para ser consumido.

DOPPING, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/dopping.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Também chamado de “dopagem” é a administração ilícita de uma droga estimulante ou estupefaciente com vistas a suprimir temporariamente a fadiga, aumentar ou diminuir a velocidade, melhorar ou piorar a atuação de um animal ou esportista. A comissão médica do comitê olímpico internacional instituiu durante os jogos olímpicos do México (1968) a aplicação de testes anti-dopagem sistemáticos, decidindo que seriam excluídos dos jogos os atletas comprovadamente dopados. Nos últimos anos, com os atletas sendo patrocinados pôr grandes empresas, alguns mestres das diversas modalidades, visando interesses empresariais na divulgação de sua arte marcial, e também com o advento das competições de “free style”, ocorreu uma profissionalização equivocada dos profissionais envolvidos com as artes marciais, bem como seus atletas. Difícil dizer-se da ignorância ou má fé dessas pessoas. O fato é que, cada vez mais, os atletas de diversas modalidades têm se valido de meios ilícitos para auferir vantagens nas diversas competições, e assim atendendo interesses de forma escusa. Cabe ressaltar que essas substâncias são consideradas dopantes, de forma qualitativa e não quantitativa, ou seja, não se considera a quantidade, mas sim o que aparece, mesmo porque os métodos laboratoriais de detecção não chegam a um resultado 100% conclusivo para se determinar a razão do uso do medicamento-tratamento ou dopagem.
Agruparemos as substâncias dopantes em 5 grupos principais:
ESTIMULANTES PSICOMOTORES: a anfetamina, a cocaína, os moderadores de apetite.
AMINAS SIMPATICOMIMÉTICOS: estimulam o sistema nervoso central, como vasoconstritores nasais que tem efedrina.
OUTROS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: a cafeína, a aminoflina.
ANALGÉSICOS-NARCOTICOS: a codeína, a morfina, a heroína, etc.
ESTERÓIDES ANABÓLICOS: os hormônios masculinos, que veremos adiante.
Com exceção dos esteróides, os efeitos dos outros grupos assemelham-se.
As anfetaminas (que são bolinhas) são estimulantes do SNC. Infelizmente, ainda são muito usadas e provocam a elevação da pressão arterial, de freqüência cardíaca, do atleta, diminuem, diminuem o medo e aceleram o metabolismo das células. Doses pequenas já produzem esses efeitos depois de 30 minutos. Efeitos colaterais não faltam: tonturas, dores de cabeça, insônia, mal estar, cansaço fácil e, principalmente a dependência da droga, que quase sempre evolui para drogas mais potentes e mais perigosas. Muitas vezes os efeitos são mais psicológicos do que fisiológicos.

ECSTASY, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/ecstasy.htm. Acesso em: 15/07/2006.
O ecstasy é uma droga relativamente nova e, diferentemente de drogas como a cocaína e a maconha, só foi sintetizada pela primeira vez já neste século. A primeira notícia que se tem da droga é de 1912, quando foi sintetizada pela primeira vez por um laboratório alemão. Sua primeira utilidade foi medicinal, em sessões de psicoterapia, e como um inibidor de apetite.

HEROÍNA, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/heroina.htm. Acesso em: 15/07/2006.
A heroína é uma variação da morfina, que por sua vez é uma variação do ópio, obtido de uma planta denominada Papoula. A designação química da heroína é diacetilmorfina.
A heroína se apresenta no estado sólido. Para ser consumida, ela é aquecida normalmente com o auxílio de uma colher onde a droga se transforma em líqüido e fica pronta para ser injetada. O consumo da heroína pode ser diretamente pela veia, forma mais comum no ocidente, ou inalada, como é, normalmente, consumida no oriente. Há mais de cinco mil anos a Papoula, planta de onde deriva a heroína, é conhecida pela humanidade. Naquela época, os sumérios costumavam a utilizá-la para combater algumas doenças como a insônia e constipação intestinal.
No século passado, farmacêuticos obtiveram, da Papoula, uma substância que foi chamada de morfina. O uso da morfina foi amplamente difundido na medicina do século XIX devido, principalmente, a suas propriedades analgésicas e antidiarréicas. Da morfina, logo foram sintetizadas várias derivações como diamorfina, codeína, codetilina, heroína, metopon. A heroína é a mais conhecida delas. Na década de 20 foi constatado que a heroína causava dependência química e psíquica, por isso foi proibida sua produção e comércio no mundo todo. A heroína voltou a se expandir pelo mundo depois da II Guerra Mundial e hoje é produzida no mercado negro principalmente no Sudeste Asiático e na Europa.

LSD, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/lsd.htm. Acesso em: 15/07/2006.
O nome LSD, ou LSD-25, é uma abreviatura de dietilamina do ácido lisérgico. Apenas algumas frações de grama são necessárias para acarretar efeitos no ser humano; 0.05mg podem causar até 12 horas de alucinações. O LSD é consumido normalmente por via oral. A droga se apresenta em cartelas subdivididas em "pontos", que é, efetivamente, onde está o princípio ativo. Para se obter os efeitos da droga, esse "ponto" é ingerido pelo consumidor, ou simplesmente deixado embaixo da língua. Além de poder ser ingerido, o LSD pode ser também fumado, apesar dessa forma de consumo ser pouco comum.
O LSD é uma droga relativamente nova. As primeiras notícias de uso vêm do final da década de 30 e início dos anos 40. Inicialmente, como a maioria das drogas, foi utilizada para fins medicinais, no tratamento de doenças psiquiátricas como a esquizofrenia, mas se mostrou ineficiente e caiu em desuso medicinal. Nos anos 60, teve uma explosão de consumo. Os consumidores buscavam, com a droga, "novas formas de expandir a mente" ou "aumentar o estado de consciência". Hoje, no Brasil, o Ministério da Saúde não reconhece nenhum uso para a droga e proíbe seu uso, produção e comércio no país.

MACONHA, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/maconha.htm. Acesso em: 15/072006.
A maconha, como a maioria das drogas, tem seus primeiros indícios há mais de cinco mil anos, quando povos como os chineses e persas usavam a droga como incenso em cerimônias religiosas. Era também utilizada como recompensa para mercenários, para fins medicinais. Seu uso na medicina perdurou até o início do século XX, quando a droga passou a ser consumida apenas para alterar o estado mental do usuário. No Brasil, a droga também foi muito utilizada, no século passado, como medicamento para vários males, mas devido ao crescente número de usuários que passaram a consumir a droga abusivamente e para fins não medicinais, ela foi proibida. Em todo o Ocidente a droga foi proibida na década de 40. Nos anos 70, os hippies começaram a usar a maconha não só para alterar seu estado mental, mas também como uma demonstração de protesto contra o sistema social e político vigente na época. Hoje existem diversos defensores da legalização do uso da droga e, em alguns países europeus como Suíça, Holanda e mais recentemente Portugal, o consumo da droga já foi regulamentado. A maconha sempre esteve ligada à religião e à medicina. As primeiras notícias que se tem sobre o uso da droga são em cerimônias religiosas na China ou nos tratamentos de doenças. Hoje a droga ainda apresenta funções na medicina, como no tratamento da epilepsia e no abrandamento dos efeitos colaterais no tratamento do câncer como vômitos e náuseas. Além das atuais funções medicinais, a droga ainda é considerada sagrada em algumas religiões de países da América Central e Ásia.

COLA DE SAPATEIRO, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/cola-de-sapateiro.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Possuem substâncias classificadas entre as drogas inalantes. O toluene é o ingrediente ativo na cola. Tem efeito similar ao do álcool: euforia, perda da coordenação motora e, no extremo, vômitos e coma. Descoberto no século XIII e usado como anestésico, o éter, principal ingrediente do lança-perfume, passa a ter uso recreativo por volta de 1700, na Inglaterra. A substância deprime o sistema nervoso e pode provocar gastrite e enfarte.

OPIO, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/opio.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Mais conhecida como "papoula" é um suco resinoso, coagulado, o látex leitoso da planta dormideira, extraído por incisão feita na cápsula da planta, depois da floração. O Ópio tem um cheiro típico, que é desagradável. Manifesta-se, especialmente, com o calor. Seu sabor é amargo e um pouco acre, sendo castanha a sua cor. Os principais alcalóides do ópio são: a morfina (10%), a codeína, a tebaína, a papaverina, a narcotina e a narceína.
Sua ação apresenta-se em duas formas:
1 - alcalóide de ação deprimente: morfina, codeína, papaverina. narcotina e narceína.
- influência no córtex cerebral - morfina;
- influência no sistema respiratório - codeína;
- antiespasmódicos e paralisantes das fibras musculares dos órgãos de musculatura involuntária (estômago, por exemplo) - papaverina, narcotina e narceína.
2 - alcalóides de ação excitantes - laudanosina e tebaína.
O número de viciados, no Brasil, é pequeno. Para se fumar o ópio, utiliza-se um cachimbo especial, com uma haste de bambu e um fornilho de barro, e os seus adeptos seguem um verdadeiro ritual. Pode ser utilizado ainda, como comprimido, supositórios, etc.
Causa, a longo prazo, irritabilidade crescente e lenta deterioração intelectual, com declínio marcante dos hábitos sociais. Quanto aos aspectos físicos, os viciados ficam magros e com cor amarela, diminuindo, ainda, sua resistência às infecções. A crise de abstinência pode começar dentro de aproximadamente, doze horas, apresentando-se de várias formas, indo desde bocejos até diarréias, passando por rinorréia, lacrimação, suores, falta de apetite, pele com arrepios, tremores, cãimbras abdominais e insônia ou, ainda, inquietação e vômitos. Os opiáceos determinam violenta dependência física e psíquica, podendo-se dizer que a escravidão do viciado é total, deixando-o totalmente inutilizado para si, para a família e para a sociedade, pois a droga passa a agir quimicamente em seu corpo, de forma que a retirada brusca da droga pode ocasionar até a morte.
A primeira parte deste capítulo buscou informações históricas das drogas mais consumidas no mundo, de forma a apresentar sua aparição e as formas em que foi e é atualmente consumida, a título de conhecimento histórico.
1.2  Antropológico

O abuso de drogas é uma preocupação mundial em função de sua alta freqüência e dos prejuízos sociais, psíquicos e biológicos, com possíveis conseqüências no futuro dos usuários. A adolescência constitui uma época de exposição e vulnerabilidade ao uso de drogas, em virtude de essa fase ser um período crítico para o desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais, aquisição de habilidades para atuar e tomar decisões, tornando-se o abuso de drogas uma forma de lidar com situações problemáticas da vida. (COLLI E SAITO apud Silva et al, 2006)
No item anterior foi citado que geralmente as pessoas tem em mente um tipo único de usuário, ligado ao mundo da contravenção e da criminalidade. Neste segundo item do capítulo I, serão relatadas as questões sociais dos envolvidos, ou seja, como as drogas estão inserido dentro da sociedade, até que ponto o homem social está envolvido pelas drogas, os fatos sociais e culturais que influenciam o consumo e a dependência química das pessoas, que nem sempre estão envolvidas no mundo da criminalidade, não diretamente, porque buscam fulga dos problemas nas drogas, e desta forma usam abusivamente variados tipos de drogas por variados motivos, relacionados a sociedade, a cultura, ao convívio familiar, aos problemas financeiros, a falta de oportunidades em terem uma vida diferente, a falta de estímulo, de orientação e inúmeros motivos.

1.2.1        Contextos Sócio-Histórico e Cultural

Segundo os historiadores, a disseminação do uso de determinadas substâncias -e, por sua vez, a transformação deste uso em abuso - está intimamente ligada ao estabelecimento da produção em larga escala de medicamentos e outras panacéias. A trajetória de duas substâncias e um produto muito famosos pode ser usada como exemplo. A descoberta da codeína (1831) e da diacetilmorfina (1874) veio como resultado dos esforços empreendidos pelos químicos e farmacêuticos de então, que já buscavam um substituto eficaz para a morfina, descoberta por volta de 1803 por Sertuner. Contudo, a capacidade desta última em criar comportamento aditivo trazia problemas, o que já tinha sido apontado e reconhecido pelos médicos da época.
A história do uso de cocaína na América evoluiu mais rapidamente do que a dos opiáceos, contudo segue uma trama parecida. Em 1884, a cocaína pura já estava disponível para comercialização. Um ano após a sua introdução no mercado, a cocaína era vendida pelo laboratório Parke-Davis sob nada menos que quinze diferentes formas, incluindo cigarros, injetável e para ser aspirada. Além do Parke-Davis, outras companhias ofereciam kits sofisticados de cocaína, que incluíam até seringas hipodérmicas. A empresa orgulhosamente anunciava seu produto apregoando que "substitui a comida, torna o fraco corajoso, o silencioso loquaz e torna a dor suportável".
Peru, produziu um extrato que, misturado ao vinho comum, gerou o "Vinho de Coca Mariani". Esta bebida tornou-se um sucesso imediato, com a sua publicidade apregoando que o produto libertava o corpo do cansaço, elevando o espírito, criando uma sensação de bem-estar. A fama conferida por seu vinho levou Mariani a ser condecorado com uma medalha pelo Papa Leão XII, um reconhecido adepto da bebida. Do outro lado do oceano, John Pemberton de Atlanta, Geórgia, comerciante de uma série de panacéias para males do fígado e problemas respiratórios, observando o sucesso do vinho Mariani, desenvolveu, em 1885, um novo produto ao qual denominou "Vinho Francês de Coca - o estimulante e tônico dos nervos", conforme slogan próprio. Pouco tempo depois, Pemberton modificou a fórmula de seu medicamento, transformando-o numa bebida soft, que foi rebatizada como Coca-Cola.
Até 1903, a Coca-Cola era basicamente vinho de coca. A partir daí foi novamente modificada, perdendo então os extratos de folha de coca e mantendo apenas o seu sabor característico.
Após alguns anos, numa tentativa de controlar a comercialização e o uso desenfreado de drogas, surgiram nos Estados Unidos o Harrison Act e a chamada Lei Seca (1918), uma Emenda Constitucional que vigorou até 1933. Esta última ocasionou como reflexo, um aumento notável na criminalidade. A revogação da Emenda foi um duro golpe no movimento de temperança e mostrou a irrealidade de uma sociedade totalmente abstêmia.
Determinados períodos de uso/abuso de substâncias podem ser considerados como ciclo da droga,conceituado como período sócio-histórico, tempo-dependente, no qual uma nova droga ou um modo "inovador" de utilização de uma droga é introduzido e adotado por grande número de pessoas. Seu uso institucionaliza-se em certos segmentos da população.
O abuso de drogas é bastante influenciado por surtos nos quais pessoas consideradas de alto risco iniciam seu uso e tornam-se usuárias regulares de drogas específicas, até que, após um determinado período, este uso fique institucionalizado; as populações não-usuárias tendem a se ajustar à presença das usuárias e a seus novos padrões de consumo. Um ciclo da droga envolve tipicamente uma substância específica (maconha, cocaína) ou uma nova forma de uso (ex.: fumar a cocaína sob a forma de crack), que não existia ou era muito rara antes de sua introdução.
1.2.2        Conceituação de Termos

Abaixo estão relacionados alguns conceitos relevantes a abordagem deste item, conceitos relacionados ao cotidiano do homem social, termos constantemente utilizados na discussão do consumo de drogas e sua utilização na sociedade, conceitos retirados da enciclopédia Barsa, conforme abaixo:
  • Antropologia social: Ramo da antropologia que estuda as relações e os processos sociais nas sociedades humanas. Distingue-se de outras ciências sociais por concentrar suas pesquisas nas chamadas sociedades primitivas.
  • Droga: Termo genérico que designa qualquer substância ativa empregada em farmacologia, química e tinturaria. Em sentido estrito, produto suscetível de gerar vício ou dependência tóxica.
  • Dependência: Relação de subordinação física ou psíquica estabelecida entre um toxicômano e determinado tipo de droga.
  • Toxicomania: Estado derivado do consumo repetido de uma determinada droga ou mistura de drogas por parte de um indivíduo.

Segundo os especialistas dentro deste princípio, uma substância é dita psicoativa quando determina alterações do estado natural de vigília, consciência e sensopercepção o sujeito.
Na continuidade deste estudo, agora relacionado ao estado psicológico, sanidade mental do indivíduo e conseqüências ao se estado normal, que é alterado com a utilização destas substâncias psicoativas, alguns conceitos foram extraídos em sites na Internet para melhor apresentação neste trabalhado, já que os mesmos estão disponíveis para o público para que possam ser assimilados e ajudem as pessoas interessadas na elucidação de sua dúvidas, desta forma foram apresentados aqui para continuidade dos esclarecimentos das substâncias e como são apresentadas na sociedade, conforme abaixo:
  • O conceito de droga lícita e ilícita também demanda esclarecimento. Ressalto a impossibilidade de uma separação conceitual nítida entre drogas ilícitas e lícitas (álcool e psicofármacos), uma vez que tal divisão não se prende a critérios médicos (farmacológicos), mas apresenta amplas flutuações nos diversos contextos socioculturais.
  • As drogas capazes de alterar o funcionamento mental ou psíquico são denominadas drogas psicotrópicas ou simplesmente psicotrópicos. Psicotrópico advém da junção de psico (mente) e trópico (atração por). Desse modo, drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre o nosso cérebro, alterando nossa maneira de sentir, de pensar e, muitas vezes, de agir. Mas estas alterações do nosso psiquismo não são iguais para toda e qualquer droga. Cada substância é capaz de causar diferentes reações.
  • Uma parte das drogas psicotrópicas é capaz de causar dependência. Essas substâncias receberam a denominação de drogas de abuso, devido ao uso descontrolado observado com freqüência entre os seus usuários.

Estes textos estão disponíveis em: http://72.21.62.210/alcooledrogas/drogas_conceito.htm. Acesso em: 15/07/2006.

Muitos são os estudos relacionados ao consumo de drogas, e muitos são os estudos sobre o consumo de álcool, que está muito presente na vida social da população mundial, em ocasiões sociais, alguns dos consumidores não conseguem apenas ingerir bebidas alcoólicas socialmente, acabam por consumir abusivamente, tornando-se alcoólatras. Além do álcool a segunda substância psicoativa mais consumida no mundo é a nicotina (tabaco), os cigarros. Abaixo apresentamos parte de um estudo feito e apresenta por Alves et al, este artigo foi retirado da revista baiana de saúde pública, o texto traz dados importantes sobre o assunto em questão:

As bebidas alcoólicas sempre estiveram presentes na história da humanidade, entretanto, foi a partir da produção industrial em larga escala que surgiram os problemas relacionados ao uso abusivo. Atualmente, as bebidas alcoólicas estão presentes na maioria das ocasiões sociais e 80% das pessoas no mundo consomem, sendo 10% considerados alcoolistas. Estudos multicêntricos, nacionais e internacionais, de base populacional, têm apontado que, entre as SPA’s mais consumidas, as bebidas alcoólicas e o cigarro (tabaco) mantêm as maiores prevalências, nas diferentes faixas etárias e no sexo masculino. Pesquisas realizadas em diferentes países também vêm demonstrando o aumento do uso precoce entre os jovens, assim como as conseqüências, principalmente do ponto de vista psicossocial. (2005, p. 93)

De acordo com o estudo apresentado pelo autor, o consumo destas substancias vem aumentando e entre os seus consumidores estão pessoas cada vez mais jovens, que fazem o uso abusivo destas substancias, alterando seu comportamento, seu estado emocional, os jovens são alvos fáceis por estarem vivenciando alterações no seu corpo, no seu papel dentro da sociedade e devido a dificuldade em absorver todas estas mudanças, podem acabar envolvidos pelo consumo destas substâncias, assim como também podem ter outros motivos para isto, como a influência de amigos, dificuldades de relacionamentos com outras pessoas entre outros fatores.


A adolescência é considerada a fase da vida de maior vulnerabilidade e exposição ao uso/abuso das SPA´s, tendo em vista o processo de desenvolvimento biopsicossoacial e a conseqüente imaturidade emocional para avaliar, de forma adequada, o comportamento de risco e as conseqüências. (ALVES , 2005, p. 993)


1.3      Brasil

O consumo de drogas, substâncias psicoativas, crescem e fazem parte do cotidiano de muitos jovens no mundo inteiro. Esta realidade não é diferente no Brasil. Os jovens se envolvem com drogas cada vez mais cedo, o que pode influenciar o seu futuro, a começar pela saúde física e mental, o jovem perde o estímulo para o trabalho, para o estudo, abandonando escolas, empresas, qualquer atividade antes vivenciada por ele, e acaba por viver em função do consumo destas substâncias.


Em uma análise das informações que jornais e revistas de abrangência estadual e nacional vêm divulgando sobre as implicações do uso de drogas para a saúde, os anabolizantes e derivados anfetamínicos se destacam entre os medicamentos utilizados como drogas de abuso. (NOTTO E BAPTISTA apud DAL PIZZOL, 2006, p. 109)


Por outro lado jovens praticantes ativos de exercícios físicos também podem tornar-se vítimas do uso destas substâncias, como é o caso dos jovens que fazem o uso de anabolizantes para conseguir o corpo de seus sonhos mais rapidamente, para serem aceitos no meio em que vivem, pois os valores desse meio estão relacionado ao físico. Assim como outros indivíduos também podem ser vitimados, fazendo parte de estatísticas relacionadas as crianças em fase escolar que acabam seduzidos por outros e acabam tornando-se consumidores destas substâncias, outro fator apresentados por pesquisadores é o uso de álcool e tabaco em escolas, já estas drogas são lícitas, ou seja, não são proibidas.


Estudos transversais sobre o uso de substâncias psicoativas por crianças e adolescentes em fase escolar têm fornecido informações valiosas sobre a prevalência e magnitude dessa prática. Pesquisas com base populacional realizadas nos grandes centros urbanos mostram que o álcool e o tabaco são as drogas lícitas mais utilizadas entre escolares brasileiros. (GALDURÓZ, 1997)

Esta pesquisa de Galduróz traz um levantamento sobre o uso de drogas entre os jovens de 1º e 2º graus em 10 capitais brasileiras, revelando que os jovens consomem álcool e cigarro, e indica que a licitude destas substâncias facilitam esse consumo entre os jovens, pois não há punições a quem utilize delas.


Poucos estudos, entretanto, têm revelado o comportamento em relação ao uso abusivo de medicamentos psicotrópicos por crianças e adolescentes. Em cidades localizadas no interior, onde características sócio-culturais, econômicas e ambientais podem influenciar no perfil da drogadição, as evidências são ainda mais escassas. (GUIMARÃES E GODINHO apud DAL PIZZOL, 2006, p. 110)


Já o estudo de Dal Pizzol trata do uso não-médico de medicamentos psicoativos entre os jovens estudantes do ensino fundamental e médio no Sul do país. Esta seria outra realidade em nosso país, além do álcool e tabaco (nicotina) os medicamentos também são utilizados na busca do prazer, da socialização, do alívio, de uma forma de realização do jovem, segundo o autor fatores sócio-culturais, econômicos e ambientais estão intimamente ligadas as causas.


Em se tratando da prevenção ao uso indevido de drogas entre estudantes, muitas publicações destacam a necessidade que a escola tem de ensinar para a vida e assumir a implementação de um programa continuado, formado de princípios e propósitos alcançados em etapas bem definidas e planejadas e que sejam mais que um mero repasse de informações intra ou extracurriculares sobre os malefícios diversos destes produtos. Um conjunto de ações articuladas que busquem a valorização da vida e o desenvolvimento humano é fundamental para que o adolescente tenha como se posicionar de modo mais consciente frente a esta problemática. (MARIZ, 2005, p. 49)


A pesquisa de Mariz feita no Maranhão, também relata o uso de medicamentos psicoativos pelos estudantes de ensino médio. Em seu estudo Mariz relata a importância da escola em apresentar valores, princípios, promovendo alternativas para o esclarecimento aos jovens das conseqüências do uso destes medicamentos, do comprometimento de seu raciocínio, mantendo uma posição frente a estes desafios cotidianos, a escola buscando alternativas e ações de desenvolvimento humano.

1.4              Mato Grosso

O estudo feito em Cuiabá por Souza et al, 2005, relata a utilização de álcool pelos estudantes, e que este ato torna-se cada vez mais uma questão de saúde pública, e o consumo cresce entre jovens estudantes e trabalhadores ou não. Vejamos abaixo dados da pesquisa:
O consumo abusivo de álcool entre adolescentes configura uma questão relevante de saúde pública ao ocasionar freqüentes agravos à saúde do usuário. As prevalências encontradas de uso de bebidas alcoólicas na vida entre os estudantes adolescentes de Cuiabá são elevadas e precoces tanto entre trabalhadores (81,0%) como entre não-trabalhadores (65,8%). Esses dados estão coerentes com os encontrados nos quatro levantamentos realizados no Brasil nos anos de 87, 89 e 97, acima de 65%. Outro estudo encontrou, em população de adolescentes de 12 a 17 anos, prevalência de uso de álcool no último ano de 32,7%. Com relação ao alcoolismo, estudo realizado no Rio Grande do Sul encontrou 8,3% de questionários com CAGE positivos, freqüência menor que a encontrada em Cuiabá na amostra total (13,4%) e entre os adolescentes trabalhadores (14,9%) e não-trabalhadores (12,6%). Esses dados sugerem maior precocidade do consumo de álcool entre os adolescentes aqui estudados. (SOUZA, 2005, p. 590)
O álcool é a substância psicoativa mais consumida em todo mundo, primeiramente de forma social, em ocasiões especiais isto para a maioria da população mundial cerca de 80%, mas parte desta população não consegue consumir socialmente e acaba por usar abusivamente o consumo de álcool, tornando dependente, como já mencionado anteriormente neste trabalho. SOUZA em seu estudo relata que “nos levantamentos e estudos nacionais, há um discreto predomínio do consumo de bebidas alcoólicas entre os indivíduos do sexo masculino. Isso não ocorreu com os adolescentes de Cuiabá, onde se observou maior proporção de consumo entre o sexo feminino.”
Segundo ele o padrão de consumo, segundo o sexo, vem sendo objeto de discussão em estudos envolvendo a epidemiologia do alcoolismo. Há de se salientar as conquistas femininas nas últimas décadas, entre elas, além da independência financeira, as adolescentes passaram a ter mais liberdade de freqüentar locais onde se consomem bebidas alcoólicas antes restritas aos homens, comportamentos estes que se acompanham do aumento da prevalência de doenças, anteriormente associadas ao sexo masculino.
SOUZA, 2005, p. 591, apresenta em seu estudo a questão da religião e jovens trabalhadores e não-trabalhadores, salienta que sobre religião são raros os estudos, mas segundo ele “as investigações sobre o uso de álcool, alcoolismo e religião em adolescentes são raras no Brasil. No presente estudo, verificou-se que os estudantes adolescentes católicos trabalhadores e não-trabalhadores apresentaram maiores chances de consumo de álcool.”
E relata que resultado similar foi verificado num estudo feito no Rio grande do Sul, na capital, Porto Alegre, onde jovens católicos trabalhadores e não trabalhadores apresentaram maior consumo de álcool.
Portanto o álcool provoca diversos efeitos que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após estimulantes, como euforia desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo começam a surgir os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Pois quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentira os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com outra que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; a pessoa de grande porte terá maior resistência aos efeitos do álcool. Portanto o consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubescimento da face, dor de cabeça e mal estar geral. Pois esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool.


Estado psíquico e também geralmente físico, resultante da ingestão de álcool, caracterizado por rações de comportamento e outras que sempre incluem uma compulsão para ingerir álcool de modo contínuo ou periódico, a fim de experimentar seus efeitos psíquicos e, por vezes, evitar o desconforto de sua falta a tolerância ao mesmo podendo ou não presente. (RAMOS E BERTOLOTE apud SANTOS, 1997, p. 26)


Como já citado a pessoa que consome bebida alcoólica de forma excessiva, ao longo do tempo pode desenvolver dependência, condição conhecida como alcoolismo. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, envolvendo aspectos de origem biológica, psicológica e sociocultural. A dependência do álcool é considerada freqüente, atingindo cerca de 10% da população adulta brasileira.


CONCLUSÃO

A dependência de drogas é um fato preocupante e assustador que se agrava a cada dia. Os jovens estão se tornando viciados cada vez mais cedo. É uma tragédia que acontece em todas as classes sociais envolvendo meninos e meninas sejam eles de famílias ricas ou pobres. Na adolescência, muitos jovens sentem insegurança e incertezas com relação ao seu futuro como pessoa e tem com relação a sua vida profissional. Estes sentimentos podem ser uma das causas da procura pelas drogas por muitos jovens de hoje.
Diante da real situação, onde nossos jovens sofrem as conseqüências do uso indevido de drogas direta ou indiretamente sejam elas lícitas ou ilícitas, deve-se refletir sobre a influência das drogas nas escolas.


BIBLIOGRAFIA

ABRAMOVAY, Miriam et al. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios para políticas públicas – Brasília : UNESCO, BID, 2002.
ABRAMOVAY, Miriam. CASTRO, Mary Garcia. Drogas nas escolas: versão resumida – Brasília: UNESCO, Rede Pitágoras, 2005.
ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. Violências nas escolas. Brasil: UNESCO, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford, CONSED, UNDIME, 2002.
ALVES et al. Uso de bebidas alcoólicas entre adolescentes: perfil de Experimentação, uso regular e fatores de risco. FEIRA DE SANTANA – BAHIA. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 29 n.1, p.91-104 jan./jun. 2005.


INTRODUÇÃO

Diante do exposto, fez-se necessário uma pesquisa bibliográfica para esclarecimento das causas que podem levar jovens de hoje a ingressarem no perigoso mundo das drogas. Pois geralmente o consumo de drogas é iniciado durante a adolescência e a juventude que experimenta e faz o uso abusivo de drogas não só vem aumentando entre os adolescentes como ocorrendo em idade cada vez mais precoce. E amplia-se o conceito de prevenção para ademais ações diretamente endereçadas para evitar o consumo de drogas entre as crianças e adolescentes das escolas.
O Objetivo geral deste trabalho é: Propiciar um referencial teórico e método lógico aos professores sobre a influência das drogas no processo ensino aprendizagem dos alunos nas escolas públicas estaduais e municipais para que elas possam desenvolver uma prática mais consciente e eficaz.
Pela complexidade do tema, nos ateremos somente ao estudo bibliográfico do tema, e para isso temos ainda os objetivos específicos: a) Identificar os atores que propiciam o uso de drogas nas escolas; b) Verificar se o fator econômico e a desestrutura familiar interferem no uso da drogas; c) Analisar se as práticas se as práticas cotidianas das escolas propiciam o uso da droga; d) Atualizar o conhecimento de professores em relação ao uso e abuso de drogas por adolescentes, com enfoque principal na prevenção nas escolas.
A metodologia do trabalho foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas, devido à grande insistência do problema em questão, e da divulgação, dos mesmos, livros, revistas, artigos e divulgação da pesquisa em escolas.
Considerando-se que a análise sistemática da bibliografia referente as formas de prevenção nas escolas possam contribuir para a avaliação dos rumos que as práticas relacionadas têm tomado e portanto favorecer a crítica e a formulação de novos projetos.




HISTÓRICO

Neste trabalho, considera-se que a droga é uma mercadoria e que o consumo de drogas deve ser analisado à luz da estrutura e dinâmicas do modo de produção capitalista, que conformam os contextos da sociedade contemporânea. Assim, trata-se de reconhecer que o consumo de drogas está submetido às possibilidades de reprodução social dos indivíduos, famílias e classes ou grupos sociais, bem como reflete as conseqüências das políticas sociais públicas adotadas pelo Estado. Portanto, a política e os programas de prevenção ao consumo de drogas deveriam estar voltados tanto para mudanças em contextos de socialização e interação dos indivíduos, delimitados e específicos a sua condição de classe, quanto para mudanças estruturais mais gerais que melhorem a distribuição da renda e o acesso aos bens socialmente produzidos (Soares, 1997).
Este enfoque tratado por Soares considera o consumo de drogas em todos os seus aspectos, as questões sociais, culturais, econômicas. Para este trabalho o enfoque utilizado acima é ponto de partida para contextualização histórica das drogas desde seu aparecimento e consumo primário até os dias atuais, para conhecimento cultural de sua aparição e atual existência, apresentado neste capítulo.

1.1  Aspectos de Mundo

De acordo com alguns autores, a juventude, principalmente a adolescência foi descoberta na passagem do Séc. XIX para o Séc. XX, sendo uma preocupação recente.
A história das bebidas alcoólicas e das drogas remete a um âmbito pouco conhecido da história das sociedades humanas: o da vida material, da cultura material, o que o homem come, bebe, veste, onde mora e, também, os remédios com que se cura e se consola. O grande historiador francês Fernand Braudel dizia, a propósito das drogas, serem alguns dos mais importantes produtos do “imenso reino do habitual, do rotineiro, ´o grande ausente da história´”: “não penso que se deva relegar para o campo do anedótico o aparecimento de tantos produtos alimentares, do açúcar, do café e do chá, até ao álcool, que constituem, cada um por si, intermináveis e importantes fluxos de história (...) são, com certeza, questões densas de consequências: a história das drogas antigas - o álcool, o tabaco, a forma fulgurante como o tabaco, em especial, conquistou o mundo, deu mesmo a volta ao mundo - não constituirá uma séria advertência em relação às drogas, muito mais perigosas, dos nossos dias?”(1989:19/20).
A população em geral considera normalmente drogas apenas aquelas substâncias ilícitas, nos quais pessoas de caráter duvidoso utilizam para seu próprio prazer e com isso acabam cometendo crimes contra a sociedade me que vivem.
Mas as drogas representam uma gama maior de substancias que podem ser utilizadas pela população não apenas para as chamadas pessoas fora do padrão, mas também por cidadãos comuns, são as chamadas drogas lícitas, ou legalizadas, que podem ser utilizadas, é o caso do tabaco e do álcool, utilizados por pessoas comuns no seu dia a dia. Os remédios utilizados par ao tratamento terapêutico também é droga e também pode ser utilizado como método para alcance do prazer que os viciados tanto almejam.
Historiadores relatam através de dados oficiais da OMS (Organização mundial da saúde) demonstram que o maior dano à saúde pública mundial no século XX foi causado pelo tabaco, seguido do álcool. O tabaco sozinho seria o maior vilão da história da humanidade, tendo matado mais do que todas as guerras, numa cifra de cinco milhões de mortos por ano, totalizaria meio bilhão em todo o século. O estudo histórico das drogas, incluindo os álcoois, até duas décadas atrás poucas vezes fora realizado fora de abordagens excessivamente monográficas (histórias específicas do vinho, da cachaça, etc). O papel das drogas, no entanto, particularmente na história moderna, é de uma extrema importância econômica, política e cultural.
Os parágrafos abaixo trazem textos retirados de páginas na Internet destinadas a orientação sobre as drogas, estes textos serão aqui utilizados para contar a história das principais drogas consumidas em todo o mundo, para que haja aqui uma contextualização histórica para o desenvolver deste trabalho, em principio trataremos do histórico da maconha, texto disponível em:http://72.21.62.210/alcooledrogas/drogas_historia_maconha.htm. Acesso em: 20/07/2006.
A canábis é consumida pela humanidade há cerca de dez mil anos, desde a descoberta da agricultura. Era utilizada para a obtenção de fibras, óleo, sementes consumidas como alimento e por suas propriedades alucinógenas. A planta parece ser originária da China, apesar de outras evidências apontarem para a Ásia Central. O famoso Pen Tsao Ching, farmacopéia escrita em 100 d.C., baseada nas compilações de plantas com propriedades farmacológicas do imperador Shen Nung (2737 a.C.), mostrava que os chineses já conheciam há alguns milênios as propriedades alucinógenas da canábis. Nesses períodos a utilização da planta estava intrinsecamente ligada ao misticismo e ao curandeirismo. Quando os europeus chegaram a China no século XIII, tal hábito havia declinado e caído em desuso, permanecendo apenas o cultivo da planta para a obtenção de fibras têxteis.
A maconha possui grande influência sobre a cultura hindu. Segundo a tradição da Índia, a planta fora um presente dos deuses aos homens, capaz de provê-los de prazer, coragem e atender a seus desejos sexuais. A planta teria brotado pela primeira vez quando gotas do néctar dos deuses (Amrita) se derramaram sobre a Terra. Nos Himalaias indianos e no Tibet as preparações a base de canábis encontram grande importância no contexto religioso. Sadhus (homens sagrados) dedicam sua vida à deusa Shiva. Não possuem propriedade e praticam ioga e meditação. O consumo de maconha faz parte de seus rituais. Uma das preparações de maconha utilizada é o bhang, obtido a partir da maceração de brotos da planta, convertidos em um suco ou doce. A ganja consiste em brotos compactados por vários dias e fumados com tabaco ou datura. O charas é a própria resina (haxixe), fumada da mesma forma.
No site Brasil escola, há um link que trata exclusivamente de esclarecimentos sobre diversas drogas consumidas atualmente, também com conteúdos históricos para o esclarecimento do surgimento de tal substância, sua utilização, o texto está disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/alcool.htm. Acesso em: 15/07/2006. Iniciando com o álcool:
Segundo alguns registros arqueológicos, os primeiros indícios do consumo de álcool pelo ser humano datam de mais de oito mil anos. No primeiro momento, as bebidas eram produzidas apenas pela fermentação e, por isso, tinham um baixo teor alcoólico. Com o desenvolvimento do processo de destilação, começaram a surgir as primeiras bebidas mais fortes e mais perigosas. Com a Revolução Industrial, a bebida passou a ser produzida em série, o que aumentou consideravelmente o número de consumidores e, por conseqüência, os problemas sociais causados pelo abuso no consumo do álcool.

ANFETAMINAS, disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/anfetaminas.htm. Acesso em: 15/07/2006.
São diversos os tipos de anfetaminas no mundo, não existindo uma única substância que as caracterize. A metanfetamina é uma das mais difundidas nos Estados Unidos. Ela é normalmente fumada com a ajuda de um cachimbo e é conhecida como "ice". Na Europa, principalmente na Holanda e Inglaterra, a anfetamina mais comum é a metilenodioximetanfetamina, que é usualmente ingerida com bebidas alcoólicas. O primeiro tipo de anfetamina, a Benzedrina, foi sintetizada pela primeira vez no final do século passado na Europa. Seu uso medicinal foi gradativamente sendo ampliado e nas décadas de 30 e 40 já eram conhecidas 39 utilidades para as anfetaminas, que logo passaram a serem usadas sem intenções medicinais. O seu uso não medicinal começou a se espalhar pelo mundo e hoje é uma das drogas que mais ganha usuários a cada ano. Nos EUA, as autoridades revelam que o número de óbitos relacionados com anfetaminas como o Rohypnol ou o GHB cresceu 63% entre 95 e 98. No Brasil, a ONU vem constantemente alertando sobre o crescimento do consumo de anfetaminas.

COCAÍNA, disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/cocaina.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Os primeiros indícios de utilização da folha de coca, matéria-prima da cocaína, são encontrados há mais de três mil anos, quando era mascada por povos que habitavam a região andina da América do Sul. A folha de coca era utilizada por inibir a fome e estimular longas caminhadas na altitude. Os povos da época costumavam também usar o sumo da folha para aliviar a dor, aplicando-o em diferentes áreas do corpo. Em 1862, o químico Albert Niemann produziu, em laboratório, um pó branco a partir da folha de coca que foi denominado cloridrato de cocaína. Esse produto passou a ser usado amplamente na sintetização de remédios utilizados no fim do século XIX como tônicos, supositórios e pastilhas expectorantes. O cloridrato de cocaína chegou a ser utilizado até na produção de vinhos. No início do século XX, a cocaína era livremente comercializada como um remédio comum, mas logo apareceram as primeiras mortes por causa do abuso do consumo da droga. Por conta das mortes, ela foi gradativamente sendo proibida em quase todo o mundo. Por ser uma droga cara chegou a ser chamada de "caviar das drogas" e, na década de 80, difundiu-se muito na elite social americana, os "yuppies". Em meados da década de 90, o número de usuários alcançou a marca de 14 milhões de pessoas, que consumiam quase 500 toneladas da droga a cada ano.

CRACK, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/Crack.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Ao contrário da maioria das drogas, o crack não tem sua origem ligada a fins medicinais: ele já nasceu como uma droga para alterar o estado mental do usuário. O crack surgiu da cocaína, feito por traficantes no submundo das favelas e guetos das grandes cidades sendo, portanto, difícil precisar quando e onde realmente ele apareceu pela primeira vez. O nome "crack" vem do barulho que ele faz quando está sendo queimado para ser consumido.

DOPPING, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/dopping.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Também chamado de “dopagem” é a administração ilícita de uma droga estimulante ou estupefaciente com vistas a suprimir temporariamente a fadiga, aumentar ou diminuir a velocidade, melhorar ou piorar a atuação de um animal ou esportista. A comissão médica do comitê olímpico internacional instituiu durante os jogos olímpicos do México (1968) a aplicação de testes anti-dopagem sistemáticos, decidindo que seriam excluídos dos jogos os atletas comprovadamente dopados. Nos últimos anos, com os atletas sendo patrocinados pôr grandes empresas, alguns mestres das diversas modalidades, visando interesses empresariais na divulgação de sua arte marcial, e também com o advento das competições de “free style”, ocorreu uma profissionalização equivocada dos profissionais envolvidos com as artes marciais, bem como seus atletas. Difícil dizer-se da ignorância ou má fé dessas pessoas. O fato é que, cada vez mais, os atletas de diversas modalidades têm se valido de meios ilícitos para auferir vantagens nas diversas competições, e assim atendendo interesses de forma escusa. Cabe ressaltar que essas substâncias são consideradas dopantes, de forma qualitativa e não quantitativa, ou seja, não se considera a quantidade, mas sim o que aparece, mesmo porque os métodos laboratoriais de detecção não chegam a um resultado 100% conclusivo para se determinar a razão do uso do medicamento-tratamento ou dopagem.
Agruparemos as substâncias dopantes em 5 grupos principais:
ESTIMULANTES PSICOMOTORES: a anfetamina, a cocaína, os moderadores de apetite.
AMINAS SIMPATICOMIMÉTICOS: estimulam o sistema nervoso central, como vasoconstritores nasais que tem efedrina.
OUTROS ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: a cafeína, a aminoflina.
ANALGÉSICOS-NARCOTICOS: a codeína, a morfina, a heroína, etc.
ESTERÓIDES ANABÓLICOS: os hormônios masculinos, que veremos adiante.
Com exceção dos esteróides, os efeitos dos outros grupos assemelham-se.
As anfetaminas (que são bolinhas) são estimulantes do SNC. Infelizmente, ainda são muito usadas e provocam a elevação da pressão arterial, de freqüência cardíaca, do atleta, diminuem, diminuem o medo e aceleram o metabolismo das células. Doses pequenas já produzem esses efeitos depois de 30 minutos. Efeitos colaterais não faltam: tonturas, dores de cabeça, insônia, mal estar, cansaço fácil e, principalmente a dependência da droga, que quase sempre evolui para drogas mais potentes e mais perigosas. Muitas vezes os efeitos são mais psicológicos do que fisiológicos.

ECSTASY, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/ecstasy.htm. Acesso em: 15/07/2006.
O ecstasy é uma droga relativamente nova e, diferentemente de drogas como a cocaína e a maconha, só foi sintetizada pela primeira vez já neste século. A primeira notícia que se tem da droga é de 1912, quando foi sintetizada pela primeira vez por um laboratório alemão. Sua primeira utilidade foi medicinal, em sessões de psicoterapia, e como um inibidor de apetite.

HEROÍNA, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/heroina.htm. Acesso em: 15/07/2006.
A heroína é uma variação da morfina, que por sua vez é uma variação do ópio, obtido de uma planta denominada Papoula. A designação química da heroína é diacetilmorfina.
A heroína se apresenta no estado sólido. Para ser consumida, ela é aquecida normalmente com o auxílio de uma colher onde a droga se transforma em líqüido e fica pronta para ser injetada. O consumo da heroína pode ser diretamente pela veia, forma mais comum no ocidente, ou inalada, como é, normalmente, consumida no oriente. Há mais de cinco mil anos a Papoula, planta de onde deriva a heroína, é conhecida pela humanidade. Naquela época, os sumérios costumavam a utilizá-la para combater algumas doenças como a insônia e constipação intestinal.
No século passado, farmacêuticos obtiveram, da Papoula, uma substância que foi chamada de morfina. O uso da morfina foi amplamente difundido na medicina do século XIX devido, principalmente, a suas propriedades analgésicas e antidiarréicas. Da morfina, logo foram sintetizadas várias derivações como diamorfina, codeína, codetilina, heroína, metopon. A heroína é a mais conhecida delas. Na década de 20 foi constatado que a heroína causava dependência química e psíquica, por isso foi proibida sua produção e comércio no mundo todo. A heroína voltou a se expandir pelo mundo depois da II Guerra Mundial e hoje é produzida no mercado negro principalmente no Sudeste Asiático e na Europa.

LSD, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/lsd.htm. Acesso em: 15/07/2006.
O nome LSD, ou LSD-25, é uma abreviatura de dietilamina do ácido lisérgico. Apenas algumas frações de grama são necessárias para acarretar efeitos no ser humano; 0.05mg podem causar até 12 horas de alucinações. O LSD é consumido normalmente por via oral. A droga se apresenta em cartelas subdivididas em "pontos", que é, efetivamente, onde está o princípio ativo. Para se obter os efeitos da droga, esse "ponto" é ingerido pelo consumidor, ou simplesmente deixado embaixo da língua. Além de poder ser ingerido, o LSD pode ser também fumado, apesar dessa forma de consumo ser pouco comum.
O LSD é uma droga relativamente nova. As primeiras notícias de uso vêm do final da década de 30 e início dos anos 40. Inicialmente, como a maioria das drogas, foi utilizada para fins medicinais, no tratamento de doenças psiquiátricas como a esquizofrenia, mas se mostrou ineficiente e caiu em desuso medicinal. Nos anos 60, teve uma explosão de consumo. Os consumidores buscavam, com a droga, "novas formas de expandir a mente" ou "aumentar o estado de consciência". Hoje, no Brasil, o Ministério da Saúde não reconhece nenhum uso para a droga e proíbe seu uso, produção e comércio no país.

MACONHA, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/maconha.htm. Acesso em: 15/072006.
A maconha, como a maioria das drogas, tem seus primeiros indícios há mais de cinco mil anos, quando povos como os chineses e persas usavam a droga como incenso em cerimônias religiosas. Era também utilizada como recompensa para mercenários, para fins medicinais. Seu uso na medicina perdurou até o início do século XX, quando a droga passou a ser consumida apenas para alterar o estado mental do usuário. No Brasil, a droga também foi muito utilizada, no século passado, como medicamento para vários males, mas devido ao crescente número de usuários que passaram a consumir a droga abusivamente e para fins não medicinais, ela foi proibida. Em todo o Ocidente a droga foi proibida na década de 40. Nos anos 70, os hippies começaram a usar a maconha não só para alterar seu estado mental, mas também como uma demonstração de protesto contra o sistema social e político vigente na época. Hoje existem diversos defensores da legalização do uso da droga e, em alguns países europeus como Suíça, Holanda e mais recentemente Portugal, o consumo da droga já foi regulamentado. A maconha sempre esteve ligada à religião e à medicina. As primeiras notícias que se tem sobre o uso da droga são em cerimônias religiosas na China ou nos tratamentos de doenças. Hoje a droga ainda apresenta funções na medicina, como no tratamento da epilepsia e no abrandamento dos efeitos colaterais no tratamento do câncer como vômitos e náuseas. Além das atuais funções medicinais, a droga ainda é considerada sagrada em algumas religiões de países da América Central e Ásia.

COLA DE SAPATEIRO, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/cola-de-sapateiro.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Possuem substâncias classificadas entre as drogas inalantes. O toluene é o ingrediente ativo na cola. Tem efeito similar ao do álcool: euforia, perda da coordenação motora e, no extremo, vômitos e coma. Descoberto no século XIII e usado como anestésico, o éter, principal ingrediente do lança-perfume, passa a ter uso recreativo por volta de 1700, na Inglaterra. A substância deprime o sistema nervoso e pode provocar gastrite e enfarte.

OPIO, texto disponível em: http://www.brasilescola.com/drogas/opio.htm. Acesso em: 15/07/2006.
Mais conhecida como "papoula" é um suco resinoso, coagulado, o látex leitoso da planta dormideira, extraído por incisão feita na cápsula da planta, depois da floração. O Ópio tem um cheiro típico, que é desagradável. Manifesta-se, especialmente, com o calor. Seu sabor é amargo e um pouco acre, sendo castanha a sua cor. Os principais alcalóides do ópio são: a morfina (10%), a codeína, a tebaína, a papaverina, a narcotina e a narceína.
Sua ação apresenta-se em duas formas:
1 - alcalóide de ação deprimente: morfina, codeína, papaverina. narcotina e narceína.
- influência no córtex cerebral - morfina;
- influência no sistema respiratório - codeína;
- antiespasmódicos e paralisantes das fibras musculares dos órgãos de musculatura involuntária (estômago, por exemplo) - papaverina, narcotina e narceína.
2 - alcalóides de ação excitantes - laudanosina e tebaína.
O número de viciados, no Brasil, é pequeno. Para se fumar o ópio, utiliza-se um cachimbo especial, com uma haste de bambu e um fornilho de barro, e os seus adeptos seguem um verdadeiro ritual. Pode ser utilizado ainda, como comprimido, supositórios, etc.
Causa, a longo prazo, irritabilidade crescente e lenta deterioração intelectual, com declínio marcante dos hábitos sociais. Quanto aos aspectos físicos, os viciados ficam magros e com cor amarela, diminuindo, ainda, sua resistência às infecções. A crise de abstinência pode começar dentro de aproximadamente, doze horas, apresentando-se de várias formas, indo desde bocejos até diarréias, passando por rinorréia, lacrimação, suores, falta de apetite, pele com arrepios, tremores, cãimbras abdominais e insônia ou, ainda, inquietação e vômitos. Os opiáceos determinam violenta dependência física e psíquica, podendo-se dizer que a escravidão do viciado é total, deixando-o totalmente inutilizado para si, para a família e para a sociedade, pois a droga passa a agir quimicamente em seu corpo, de forma que a retirada brusca da droga pode ocasionar até a morte.
A primeira parte deste capítulo buscou informações históricas das drogas mais consumidas no mundo, de forma a apresentar sua aparição e as formas em que foi e é atualmente consumida, a título de conhecimento histórico.
1.2  Antropológico

O abuso de drogas é uma preocupação mundial em função de sua alta freqüência e dos prejuízos sociais, psíquicos e biológicos, com possíveis conseqüências no futuro dos usuários. A adolescência constitui uma época de exposição e vulnerabilidade ao uso de drogas, em virtude de essa fase ser um período crítico para o desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais, aquisição de habilidades para atuar e tomar decisões, tornando-se o abuso de drogas uma forma de lidar com situações problemáticas da vida. (COLLI E SAITO apud Silva et al, 2006)
No item anterior foi citado que geralmente as pessoas tem em mente um tipo único de usuário, ligado ao mundo da contravenção e da criminalidade. Neste segundo item do capítulo I, serão relatadas as questões sociais dos envolvidos, ou seja, como as drogas estão inserido dentro da sociedade, até que ponto o homem social está envolvido pelas drogas, os fatos sociais e culturais que influenciam o consumo e a dependência química das pessoas, que nem sempre estão envolvidas no mundo da criminalidade, não diretamente, porque buscam fulga dos problemas nas drogas, e desta forma usam abusivamente variados tipos de drogas por variados motivos, relacionados a sociedade, a cultura, ao convívio familiar, aos problemas financeiros, a falta de oportunidades em terem uma vida diferente, a falta de estímulo, de orientação e inúmeros motivos.

1.2.1        Contextos Sócio-Histórico e Cultural

Segundo os historiadores, a disseminação do uso de determinadas substâncias -e, por sua vez, a transformação deste uso em abuso - está intimamente ligada ao estabelecimento da produção em larga escala de medicamentos e outras panacéias. A trajetória de duas substâncias e um produto muito famosos pode ser usada como exemplo. A descoberta da codeína (1831) e da diacetilmorfina (1874) veio como resultado dos esforços empreendidos pelos químicos e farmacêuticos de então, que já buscavam um substituto eficaz para a morfina, descoberta por volta de 1803 por Sertuner. Contudo, a capacidade desta última em criar comportamento aditivo trazia problemas, o que já tinha sido apontado e reconhecido pelos médicos da época.
A história do uso de cocaína na América evoluiu mais rapidamente do que a dos opiáceos, contudo segue uma trama parecida. Em 1884, a cocaína pura já estava disponível para comercialização. Um ano após a sua introdução no mercado, a cocaína era vendida pelo laboratório Parke-Davis sob nada menos que quinze diferentes formas, incluindo cigarros, injetável e para ser aspirada. Além do Parke-Davis, outras companhias ofereciam kits sofisticados de cocaína, que incluíam até seringas hipodérmicas. A empresa orgulhosamente anunciava seu produto apregoando que "substitui a comida, torna o fraco corajoso, o silencioso loquaz e torna a dor suportável".
Peru, produziu um extrato que, misturado ao vinho comum, gerou o "Vinho de Coca Mariani". Esta bebida tornou-se um sucesso imediato, com a sua publicidade apregoando que o produto libertava o corpo do cansaço, elevando o espírito, criando uma sensação de bem-estar. A fama conferida por seu vinho levou Mariani a ser condecorado com uma medalha pelo Papa Leão XII, um reconhecido adepto da bebida. Do outro lado do oceano, John Pemberton de Atlanta, Geórgia, comerciante de uma série de panacéias para males do fígado e problemas respiratórios, observando o sucesso do vinho Mariani, desenvolveu, em 1885, um novo produto ao qual denominou "Vinho Francês de Coca - o estimulante e tônico dos nervos", conforme slogan próprio. Pouco tempo depois, Pemberton modificou a fórmula de seu medicamento, transformando-o numa bebida soft, que foi rebatizada como Coca-Cola.
Até 1903, a Coca-Cola era basicamente vinho de coca. A partir daí foi novamente modificada, perdendo então os extratos de folha de coca e mantendo apenas o seu sabor característico.
Após alguns anos, numa tentativa de controlar a comercialização e o uso desenfreado de drogas, surgiram nos Estados Unidos o Harrison Act e a chamada Lei Seca (1918), uma Emenda Constitucional que vigorou até 1933. Esta última ocasionou como reflexo, um aumento notável na criminalidade. A revogação da Emenda foi um duro golpe no movimento de temperança e mostrou a irrealidade de uma sociedade totalmente abstêmia.
Determinados períodos de uso/abuso de substâncias podem ser considerados como ciclo da droga,conceituado como período sócio-histórico, tempo-dependente, no qual uma nova droga ou um modo "inovador" de utilização de uma droga é introduzido e adotado por grande número de pessoas. Seu uso institucionaliza-se em certos segmentos da população.
O abuso de drogas é bastante influenciado por surtos nos quais pessoas consideradas de alto risco iniciam seu uso e tornam-se usuárias regulares de drogas específicas, até que, após um determinado período, este uso fique institucionalizado; as populações não-usuárias tendem a se ajustar à presença das usuárias e a seus novos padrões de consumo. Um ciclo da droga envolve tipicamente uma substância específica (maconha, cocaína) ou uma nova forma de uso (ex.: fumar a cocaína sob a forma de crack), que não existia ou era muito rara antes de sua introdução.
1.2.2        Conceituação de Termos

Abaixo estão relacionados alguns conceitos relevantes a abordagem deste item, conceitos relacionados ao cotidiano do homem social, termos constantemente utilizados na discussão do consumo de drogas e sua utilização na sociedade, conceitos retirados da enciclopédia Barsa, conforme abaixo:
  • Antropologia social: Ramo da antropologia que estuda as relações e os processos sociais nas sociedades humanas. Distingue-se de outras ciências sociais por concentrar suas pesquisas nas chamadas sociedades primitivas.
  • Droga: Termo genérico que designa qualquer substância ativa empregada em farmacologia, química e tinturaria. Em sentido estrito, produto suscetível de gerar vício ou dependência tóxica.
  • Dependência: Relação de subordinação física ou psíquica estabelecida entre um toxicômano e determinado tipo de droga.
  • Toxicomania: Estado derivado do consumo repetido de uma determinada droga ou mistura de drogas por parte de um indivíduo.

Segundo os especialistas dentro deste princípio, uma substância é dita psicoativa quando determina alterações do estado natural de vigília, consciência e sensopercepção o sujeito.
Na continuidade deste estudo, agora relacionado ao estado psicológico, sanidade mental do indivíduo e conseqüências ao se estado normal, que é alterado com a utilização destas substâncias psicoativas, alguns conceitos foram extraídos em sites na Internet para melhor apresentação neste trabalhado, já que os mesmos estão disponíveis para o público para que possam ser assimilados e ajudem as pessoas interessadas na elucidação de sua dúvidas, desta forma foram apresentados aqui para continuidade dos esclarecimentos das substâncias e como são apresentadas na sociedade, conforme abaixo:
  • O conceito de droga lícita e ilícita também demanda esclarecimento. Ressalto a impossibilidade de uma separação conceitual nítida entre drogas ilícitas e lícitas (álcool e psicofármacos), uma vez que tal divisão não se prende a critérios médicos (farmacológicos), mas apresenta amplas flutuações nos diversos contextos socioculturais.
  • As drogas capazes de alterar o funcionamento mental ou psíquico são denominadas drogas psicotrópicas ou simplesmente psicotrópicos. Psicotrópico advém da junção de psico (mente) e trópico (atração por). Desse modo, drogas psicotrópicas são aquelas que atuam sobre o nosso cérebro, alterando nossa maneira de sentir, de pensar e, muitas vezes, de agir. Mas estas alterações do nosso psiquismo não são iguais para toda e qualquer droga. Cada substância é capaz de causar diferentes reações.
  • Uma parte das drogas psicotrópicas é capaz de causar dependência. Essas substâncias receberam a denominação de drogas de abuso, devido ao uso descontrolado observado com freqüência entre os seus usuários.

Estes textos estão disponíveis em: http://72.21.62.210/alcooledrogas/drogas_conceito.htm. Acesso em: 15/07/2006.

Muitos são os estudos relacionados ao consumo de drogas, e muitos são os estudos sobre o consumo de álcool, que está muito presente na vida social da população mundial, em ocasiões sociais, alguns dos consumidores não conseguem apenas ingerir bebidas alcoólicas socialmente, acabam por consumir abusivamente, tornando-se alcoólatras. Além do álcool a segunda substância psicoativa mais consumida no mundo é a nicotina (tabaco), os cigarros. Abaixo apresentamos parte de um estudo feito e apresenta por Alves et al, este artigo foi retirado da revista baiana de saúde pública, o texto traz dados importantes sobre o assunto em questão:

As bebidas alcoólicas sempre estiveram presentes na história da humanidade, entretanto, foi a partir da produção industrial em larga escala que surgiram os problemas relacionados ao uso abusivo. Atualmente, as bebidas alcoólicas estão presentes na maioria das ocasiões sociais e 80% das pessoas no mundo consomem, sendo 10% considerados alcoolistas. Estudos multicêntricos, nacionais e internacionais, de base populacional, têm apontado que, entre as SPA’s mais consumidas, as bebidas alcoólicas e o cigarro (tabaco) mantêm as maiores prevalências, nas diferentes faixas etárias e no sexo masculino. Pesquisas realizadas em diferentes países também vêm demonstrando o aumento do uso precoce entre os jovens, assim como as conseqüências, principalmente do ponto de vista psicossocial. (2005, p. 93)

De acordo com o estudo apresentado pelo autor, o consumo destas substancias vem aumentando e entre os seus consumidores estão pessoas cada vez mais jovens, que fazem o uso abusivo destas substancias, alterando seu comportamento, seu estado emocional, os jovens são alvos fáceis por estarem vivenciando alterações no seu corpo, no seu papel dentro da sociedade e devido a dificuldade em absorver todas estas mudanças, podem acabar envolvidos pelo consumo destas substâncias, assim como também podem ter outros motivos para isto, como a influência de amigos, dificuldades de relacionamentos com outras pessoas entre outros fatores.


A adolescência é considerada a fase da vida de maior vulnerabilidade e exposição ao uso/abuso das SPA´s, tendo em vista o processo de desenvolvimento biopsicossoacial e a conseqüente imaturidade emocional para avaliar, de forma adequada, o comportamento de risco e as conseqüências. (ALVES , 2005, p. 993)


1.3      Brasil

O consumo de drogas, substâncias psicoativas, crescem e fazem parte do cotidiano de muitos jovens no mundo inteiro. Esta realidade não é diferente no Brasil. Os jovens se envolvem com drogas cada vez mais cedo, o que pode influenciar o seu futuro, a começar pela saúde física e mental, o jovem perde o estímulo para o trabalho, para o estudo, abandonando escolas, empresas, qualquer atividade antes vivenciada por ele, e acaba por viver em função do consumo destas substâncias.


Em uma análise das informações que jornais e revistas de abrangência estadual e nacional vêm divulgando sobre as implicações do uso de drogas para a saúde, os anabolizantes e derivados anfetamínicos se destacam entre os medicamentos utilizados como drogas de abuso. (NOTTO E BAPTISTA apud DAL PIZZOL, 2006, p. 109)


Por outro lado jovens praticantes ativos de exercícios físicos também podem tornar-se vítimas do uso destas substâncias, como é o caso dos jovens que fazem o uso de anabolizantes para conseguir o corpo de seus sonhos mais rapidamente, para serem aceitos no meio em que vivem, pois os valores desse meio estão relacionado ao físico. Assim como outros indivíduos também podem ser vitimados, fazendo parte de estatísticas relacionadas as crianças em fase escolar que acabam seduzidos por outros e acabam tornando-se consumidores destas substâncias, outro fator apresentados por pesquisadores é o uso de álcool e tabaco em escolas, já estas drogas são lícitas, ou seja, não são proibidas.


Estudos transversais sobre o uso de substâncias psicoativas por crianças e adolescentes em fase escolar têm fornecido informações valiosas sobre a prevalência e magnitude dessa prática. Pesquisas com base populacional realizadas nos grandes centros urbanos mostram que o álcool e o tabaco são as drogas lícitas mais utilizadas entre escolares brasileiros. (GALDURÓZ, 1997)

Esta pesquisa de Galduróz traz um levantamento sobre o uso de drogas entre os jovens de 1º e 2º graus em 10 capitais brasileiras, revelando que os jovens consomem álcool e cigarro, e indica que a licitude destas substâncias facilitam esse consumo entre os jovens, pois não há punições a quem utilize delas.


Poucos estudos, entretanto, têm revelado o comportamento em relação ao uso abusivo de medicamentos psicotrópicos por crianças e adolescentes. Em cidades localizadas no interior, onde características sócio-culturais, econômicas e ambientais podem influenciar no perfil da drogadição, as evidências são ainda mais escassas. (GUIMARÃES E GODINHO apud DAL PIZZOL, 2006, p. 110)


Já o estudo de Dal Pizzol trata do uso não-médico de medicamentos psicoativos entre os jovens estudantes do ensino fundamental e médio no Sul do país. Esta seria outra realidade em nosso país, além do álcool e tabaco (nicotina) os medicamentos também são utilizados na busca do prazer, da socialização, do alívio, de uma forma de realização do jovem, segundo o autor fatores sócio-culturais, econômicos e ambientais estão intimamente ligadas as causas.


Em se tratando da prevenção ao uso indevido de drogas entre estudantes, muitas publicações destacam a necessidade que a escola tem de ensinar para a vida e assumir a implementação de um programa continuado, formado de princípios e propósitos alcançados em etapas bem definidas e planejadas e que sejam mais que um mero repasse de informações intra ou extracurriculares sobre os malefícios diversos destes produtos. Um conjunto de ações articuladas que busquem a valorização da vida e o desenvolvimento humano é fundamental para que o adolescente tenha como se posicionar de modo mais consciente frente a esta problemática. (MARIZ, 2005, p. 49)


A pesquisa de Mariz feita no Maranhão, também relata o uso de medicamentos psicoativos pelos estudantes de ensino médio. Em seu estudo Mariz relata a importância da escola em apresentar valores, princípios, promovendo alternativas para o esclarecimento aos jovens das conseqüências do uso destes medicamentos, do comprometimento de seu raciocínio, mantendo uma posição frente a estes desafios cotidianos, a escola buscando alternativas e ações de desenvolvimento humano.

1.4              Mato Grosso

O estudo feito em Cuiabá por Souza et al, 2005, relata a utilização de álcool pelos estudantes, e que este ato torna-se cada vez mais uma questão de saúde pública, e o consumo cresce entre jovens estudantes e trabalhadores ou não. Vejamos abaixo dados da pesquisa:
O consumo abusivo de álcool entre adolescentes configura uma questão relevante de saúde pública ao ocasionar freqüentes agravos à saúde do usuário. As prevalências encontradas de uso de bebidas alcoólicas na vida entre os estudantes adolescentes de Cuiabá são elevadas e precoces tanto entre trabalhadores (81,0%) como entre não-trabalhadores (65,8%). Esses dados estão coerentes com os encontrados nos quatro levantamentos realizados no Brasil nos anos de 87, 89 e 97, acima de 65%. Outro estudo encontrou, em população de adolescentes de 12 a 17 anos, prevalência de uso de álcool no último ano de 32,7%. Com relação ao alcoolismo, estudo realizado no Rio Grande do Sul encontrou 8,3% de questionários com CAGE positivos, freqüência menor que a encontrada em Cuiabá na amostra total (13,4%) e entre os adolescentes trabalhadores (14,9%) e não-trabalhadores (12,6%). Esses dados sugerem maior precocidade do consumo de álcool entre os adolescentes aqui estudados. (SOUZA, 2005, p. 590)
O álcool é a substância psicoativa mais consumida em todo mundo, primeiramente de forma social, em ocasiões especiais isto para a maioria da população mundial cerca de 80%, mas parte desta população não consegue consumir socialmente e acaba por usar abusivamente o consumo de álcool, tornando dependente, como já mencionado anteriormente neste trabalho. SOUZA em seu estudo relata que “nos levantamentos e estudos nacionais, há um discreto predomínio do consumo de bebidas alcoólicas entre os indivíduos do sexo masculino. Isso não ocorreu com os adolescentes de Cuiabá, onde se observou maior proporção de consumo entre o sexo feminino.”
Segundo ele o padrão de consumo, segundo o sexo, vem sendo objeto de discussão em estudos envolvendo a epidemiologia do alcoolismo. Há de se salientar as conquistas femininas nas últimas décadas, entre elas, além da independência financeira, as adolescentes passaram a ter mais liberdade de freqüentar locais onde se consomem bebidas alcoólicas antes restritas aos homens, comportamentos estes que se acompanham do aumento da prevalência de doenças, anteriormente associadas ao sexo masculino.
SOUZA, 2005, p. 591, apresenta em seu estudo a questão da religião e jovens trabalhadores e não-trabalhadores, salienta que sobre religião são raros os estudos, mas segundo ele “as investigações sobre o uso de álcool, alcoolismo e religião em adolescentes são raras no Brasil. No presente estudo, verificou-se que os estudantes adolescentes católicos trabalhadores e não-trabalhadores apresentaram maiores chances de consumo de álcool.”
E relata que resultado similar foi verificado num estudo feito no Rio grande do Sul, na capital, Porto Alegre, onde jovens católicos trabalhadores e não trabalhadores apresentaram maior consumo de álcool.
Portanto o álcool provoca diversos efeitos que aparecem em duas fases distintas: uma estimulante e outra depressora. Nos primeiros momentos após estimulantes, como euforia desinibição e loquacidade (maior facilidade para falar). Com o passar do tempo começam a surgir os efeitos depressores como falta de coordenação motora, descontrole e sono. Pois quando o consumo é muito exagerado, o efeito depressor fica exacerbado, podendo até mesmo provocar o estado de coma.
Os efeitos do álcool variam de intensidade de acordo com as características pessoais. Por exemplo, uma pessoa acostumada a consumir bebidas alcoólicas sentira os efeitos do álcool com menor intensidade, quando comparada com outra que não está acostumada a beber. Um outro exemplo está relacionado a estrutura física; a pessoa de grande porte terá maior resistência aos efeitos do álcool. Portanto o consumo de bebidas alcoólicas também pode desencadear alguns efeitos desagradáveis, como enrubescimento da face, dor de cabeça e mal estar geral. Pois esses efeitos são mais intensos para algumas pessoas cujo organismo tem dificuldade de metabolizar o álcool.


Estado psíquico e também geralmente físico, resultante da ingestão de álcool, caracterizado por rações de comportamento e outras que sempre incluem uma compulsão para ingerir álcool de modo contínuo ou periódico, a fim de experimentar seus efeitos psíquicos e, por vezes, evitar o desconforto de sua falta a tolerância ao mesmo podendo ou não presente. (RAMOS E BERTOLOTE apud SANTOS, 1997, p. 26)


Como já citado a pessoa que consome bebida alcoólica de forma excessiva, ao longo do tempo pode desenvolver dependência, condição conhecida como alcoolismo. Os fatores que podem levar ao alcoolismo são variados, envolvendo aspectos de origem biológica, psicológica e sociocultural. A dependência do álcool é considerada freqüente, atingindo cerca de 10% da população adulta brasileira.


CONCLUSÃO

A dependência de drogas é um fato preocupante e assustador que se agrava a cada dia. Os jovens estão se tornando viciados cada vez mais cedo. É uma tragédia que acontece em todas as classes sociais envolvendo meninos e meninas sejam eles de famílias ricas ou pobres. Na adolescência, muitos jovens sentem insegurança e incertezas com relação ao seu futuro como pessoa e tem com relação a sua vida profissional. Estes sentimentos podem ser uma das causas da procura pelas drogas por muitos jovens de hoje.
Diante da real situação, onde nossos jovens sofrem as conseqüências do uso indevido de drogas direta ou indiretamente sejam elas lícitas ou ilícitas, deve-se refletir sobre a influência das drogas nas escolas.


BIBLIOGRAFIA

ABRAMOVAY, Miriam et al. Juventude, violência e vulnerabilidade social na América Latina: desafios para políticas públicas – Brasília : UNESCO, BID, 2002.
ABRAMOVAY, Miriam. CASTRO, Mary Garcia. Drogas nas escolas: versão resumida – Brasília: UNESCO, Rede Pitágoras, 2005.
ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. Violências nas escolas. Brasil: UNESCO, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford, CONSED, UNDIME, 2002.
ALVES et al. Uso de bebidas alcoólicas entre adolescentes: perfil de Experimentação, uso regular e fatores de risco. FEIRA DE SANTANA – BAHIA. Revista Baiana de Saúde Pública, v. 29 n.1, p.91-104 jan./jun. 2005.