martes, 18 de junio de 2013

ADICÇÃO - VOCÊ PODE SE CURAR!: ADICÇÃO - 18/06/2012

ADICÇÃO - VOCÊ PODE SE CURAR!: ADICÇÃO - 18/06/2012
ORAÇÕES,IBOGAÍNA A PLANTA SAGRADA DO GABÃO,INDICAÇÃO DE CLÍNICA,DEPOIMENTOS DE CURA ATRAVÉS DA IBOGAÍNA,CODEPENDENCIA UMA DOENÇA QUE TEM CURA,MEDITAÇÃO GUIADA POR KELI SOARES PSICOLOGA,GRUPOS DE AJUDA,AMOR EXIGENTE,AL ANON,NARCÓTICOS ANÔNIMOS,AGRADECIMENTOS.

ORAÇÕES

ORAÇÃO DA SERENIDADE.
DEUS,
CONCEDA-ME A SERENIDADE PARA ACEITAR AS COISAS QUE
NÃO POSSO MODIFICAR,
CORAGEM PARA MODIFICAR AQUELAS QUE EU POSSO,
E SABEDORIA PARA RECONHECER A DIFERENÇA.
SÓ POR HOJE FUNCIONA.
FORÇA.

 







"DEUS, CONCEDA-NOS A SABEDORIA PARA ESCREVERMOS DE ACORDO COM OS SEUS DIVINOS PRECEITOS.INSPIRE EM NÓS UM SENTIDO DO SEU PROPÓSITO.FAÇA-NOS SERVIDORES DA SUA VONTADE E CONCEDA-NOS UM LAÇO DE ABNEGAÇÃO, PARA QUE ESTA SEJA SUA VERDADEIRA OBRA, NÃO A NOSSA-PARA QUE NENHUM ADICTO, EM NENHUM LUGAR, PRECISE MORRER DOS HORRORES DA ADICÇÃO."


UMA NOVA REALIDADE.
QUEBRANDO PADRÕES.
NOVIDADES QUE COLOCARÃO UM FIM À DEPENDÊNICA QUÍMICA.
 INDICAÇÃO DE CLÍNICA DE RECUPERAÇÃO E CURA DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
VÍDEO INSTITUCIONAL.DA CLÍNICA REINTEGRA.
VÍDEO DO ESPAÇO FÍSICO DA REINTEGRA COMUNIDADE TERAPÊUTICA.
Veja o site da Clínica Reintegra.
IBOGAÍNA.
CURA COMPLETA DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA.
DEPOIMENTO DE UM ADICTO
TRATAMENTO COM IBOGAÍNA.
DEPOIMENTO DE FRED DEPOIS QUE USOU A IBOGAÍNA.
CURA COMPLETA DA  DEPENDÊNCIA QUÍMICA..
TRATAMENTO COM IBOGAÍNA.
Tratamento com IBOGAÍNA COMUNIDADE TERAPÊUTICA REINTEGRA.
Muito se tem falado a respeito da Ibogaína aqui no Brasil nos últimos tempos... bem e mal, com discussões apaixonadas, e, às vezes, desprovidas de cunho científico e repletas de preconceito. Para quem não sabe, Ibogaína é uma substância extraída da planta Tabernanthe iboga, originária do Gabão, e planta sagrada utilizada nos rituais da religião Bwiti, religião e rituais estes existentes desde a pré-história. Em 1962 Howard Lotsof, na época dependente de heroína, descobriu que uma única dose de Ibogaína foi suficiente para curar a dependência sua e de alguns amigos. A partir daí surgiu com força uma rede internacional de provedores de tratamentos para dependência em todo o mundo, alguns oficiais, outros underground. Desde essa época até hoje cerca de 10.000 pessoas já fizeram o uso médico da substância, com resultados, em sua maioria, muito bons. Realmente os efeitos são surpreendentes, e, em muitos casos, ocorre uma melhora do quadro de dependência significativa, em apenas 24 horas. Como tudo que é diferente, e como tudo que é inovador, existem também em relação à Ibogaína controvérsias e dúvidas, que tem origem na desinformação e no preconceito, e algumas vezes também em interesses econômicos. Este texto visa esclarecer as dúvidas e orientar as pessoas sobre o assunto. É interessante o fato de que a maioria das pessoas que é contra esse tratamento, não sabe absolutamente nada a respeito, mesmo alguns sendo renomados profissionais da área. É o estilo "não li e não gostei". Na área da dependência química no Brasil, alguns egos são imensos. Sempre que se fala de Ibogaína, cita-se o fato de a mesma ser proibida nos Estados Unidos e em mais 3 ou 4 países, sendo em todos os outros (inclusive no Brasil) isso não ocorre. Pelo contrário, o Brasil é um dos pioneiros nesse tratamento e os profissionais envolvidos, apesar de pouco conhecidos aqui, têm reconhecimento internacional. Essa proibição da Ibogaína em poucos países deve-se à desinformação e a interesses econômicos e políticos.
Primeiramente, essa medicação não interessa à grande indústria farmacêutica, visto ser derivada de plantas, com a patente de 1962 já expirada, tendo, portanto, um baixo potencial de lucro. Alem disso, em muitos locais, o preconceito contra os dependentes faz com que eles sejam vistos como pessoas que não merecem serem tratadas e sim presas ou escorraçadas. Assim sendo, o fato da Ibogaína ter sido descoberta por um dependente químico, para algumas pessoas, já a desqualifica. Fora isso, o falso conceito de que a planta é alucinógena, gera uma quase histeria em determinados profissionais da área, que mal informados, com má vontade, e baseados em informações conflitantes pinçadas na internet, repassam informações errôneas adiante. A Ibogaína não é alucinógena, é onirofrênica, (Naranjo, 1974; Goutarel, Gollnhofer, and Sillans 1993), ou talvez seja melhor dizer, remogênica, ela estimula a mente de maneira a fazer com que o cérebro sonhe, mesmo com a pessoa acordada. Isso é comprovado por inúmeros estudos ao redor do mundo, mas é fácil confirmar, basta fazer um eletroencefalograma (EEG) durante o efeito da substância pra se ver que o padrão que vai aparecer é o do sono REM, não de alucinações. Além disso, a ibogaína não se liga ao receptor 5HT 2a, o alvo clássico de alucinógenos como LSD, por exemplo. Outra crítica relacionada à Ibogaína, que é sempre citada, são as até agora 14 mortes que ocorreram, em 48 anos, como comentado acima, em cerca de 15000 tratamentos realizados. Isso dá menos de 1 fatalidade em cada 1000 tratamentos, número muito menor por exemplo do que as fatalidades provocadas por metadona, que é outra substância utilizada no tratamento da adicção, e que é de 1 fatalidade para cada 350 tratamentos. O detalhe, sempre deixado de lado pelos detratores da Ibogaína, é que em todos os casos de fatalidades registrados, comprovadamente se detectou o uso sub-reptício concomitante de heroína, cocaína e/ou álcool, confirmado por necropsia, o que nos leva à conclusão de que não existem fatalidades relacionadas à Ibogaína e sim à heroína/cocaína/álcool e à mistura dessas substâncias... além disso, poucas coisas no mundo são mais mortais do que usar drogas... isso sim é perigoso. Mais outra crítica é sobre o uso em humanos, sendo que no Gabão, há 5000 anos humanos já usam a substância em seus rituais, sem problemas. Já foram feitos vários trabalhos científicos, por cientistas renomados, que comprovam a baixa toxicidade e a segurança do tratamento, desde que feito dentro dos protocolos. A taxa média de eficácia da Ibogaína para tratamento da dependência de crack é de 70 a 80%, que é altíssima, principalmente se lembrarmos que, além de ser uma doença gravíssima, as taxas de sucesso dos tratamentos tradicionais é de 5%. Incrivelmente, essa taxa de 80% também é alvo de críticas... Porque não são 100%, eles dizem? Já que é tão bom, porque não cura todo mundo? Ora, nenhum tratamento médico é 100%, existem variáveis ponderáveis e imponderáveis que influenciam a evolução dos pacientes, como motivação
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COO-DEPENDÊNCIA.
Um mal chamado co-dependência Por trás da dinâmica familiar na qual impera a figura do cuidador pode haver um padrão traiçoeiro de relacionamento e interação, ocultando fragilidades emocionais Por Bety France Atuação da Codependência Relacionamentos - O co-dependente tem hábitos e comportamentos autodestrutivos, que o mantêm preso a relacionamentos não gratificantes e o impedem de encontrar a felicidade na pessoa mais importante de sua vida: ele mesmo. Incapacidade de manter intimidade é uma das características mais marcantes do co-dependente. Vícios - O codependente recorre aos vícios para fugir dos confrontos e das responsabilidades. Assim como vício ajuda o dependente a sentir-se temporariamente melhor, para o co-dependente, o resgate do outro representa uma fuga das próprias responsabilidades. O co-dependente não se sente digno de amor, e assim, se esforça para ser necessário - este é seu padrão de relacionamento e interação. Doença física - Se por alguma razão o co-dependente não lançar mão de algum vício ou compulsão em busca de alívio, os sentimentos se expressarão por meio de sintomas crônicos persistentes que os médicos não conseguirão curar. Muitas pessoas são acometidas por doenças físicas desse tipo quando tentam evitar a dor de se apropriar de sua realidade e a dificuldade de aprender a vivenciar e expressar os sentimentos. Espiritualidade distorcida ou inexistente - Dificuldade de acreditar em um poder superior. Sentimentos de inferioridade e imperfeição impedem a vivência da espiritualidade, assim como a arrogância e a mania de grandeza - neste caso considera-se desnecessária a proteção superior. Satisfação das próprias necessidades - Crianças que tiveram todos os seus desejos e necessidades satisfeitos pelos pais em vez de serem educadas por eles para supri-los de maneira apropriada geralmente se tornam excessivamente dependentes na idade adulta. Eles têm consciência de suas necessidades e despendem enorme energia tentando fazer com que outra pessoa as satisfaça, lamentando-se ou exercendo alguma outra forma de manipulação. Danos emocionais - Geralmente os co-dependentes são pessoas ressentidas - sentem raiva permanente de alguém, agarram-se à necessidade de punir a pessoa para reparar o sofrimento que acham que sofreram. Quando a pessoa se sente atacada em sua auto-estima, sente necessidade de acertar as contas e punir o outro. Abuso espiritual  Muitos dos meus clientes não conseguem se sentir à vontade diante da idéia de Deus como "Pai", por causa do pai abusivo ou ausente que tiveram. É função dos pais desenvolverem espiritualmente seus filhos, de maneira saudável. Deve-se deixar claro que existe um poder superior que não é representado nem pelo pai nem pela mãe. Os viciados em religião abusam basicamente dos filhos pela negligência, pela dedicação excessiva à igreja. Pais com este perfil usam Deus como uma droga para se tornarem mais poderosos, obterem controle e aliviar sua insuportável realidade. Como qualquer outro vício, o relacionamento com Deus pode aliviar a dor. Casais que permitem que seus filhos durmam com eles, invadindo a intimidade dos pais, também é uma forma de abuso Outra maneira abusiva de tratar os filhos é usar o conceito de Deus como forma de assustá-los e ameaçá-los. Os pais os manipulam e os controlam através da idéia do castigo divino, fazendo-os desenvolver o medo de Deus. As crianças distorcem o caráter de Deus, acreditando que ele seja punitivo. Pessoas que acreditam que Deus é um símbolo de castigo se tornam críticas e perdem a capacidade de se desenvolver espiritualmente. Não posso deixar de mencionar que até líderes espirituais abusam das crianças, fazendo com que estas sintam ódio de Deus por ter permitido tal situação. Elas se tornam pessoas que sentem imensa raiva, que se não for expressa poderá desencadear a depressão e até o suicídio.
Um mal chamado co-dependência Por trás da dinâmica familiar na qual impera a figura do cuidador pode haver um padrão traiçoeiro de relacionamento e interação, ocultando fragilidades emocionais Por Bety France Abuso sexual É muito mais amplo e complexo do que julga a maioria das pessoas. Mais tarde, os efeitos deste abuso tornam muito difícil a jornada do co-dependente em direção à cura. O abuso sexual nem sempre é manifesto e óbvio, não é necessário que ocorra o contato físico para que seja efetivado. Mas mesmo que seja expresso de modo sutil e oculto, seus efeitos sobre as crianças são reais e destrutivos na vida e nos relacionamentos. Quando os pais têm problemas para desfrutar intimidade e satisfazer necessidades mútuas, podem estabelecer um relacionamento abusivo com um dos filhos. Pedindo consciente ou inconscientemente que este supra suas necessidades de afeto ou relacionamento romântico. Considero abuso os pais permitirem que os filhos durmam com eles, conduzindo a criança ao mundo íntimo que deveria pertencer somente aos pais. Detecto com freqüência esta conduta em famílias nas quais o pai é viciado e fica muito tempo fora bebendo, ou está sempre ausente por questões de trabalho. Independentemente do vício, ele está fazendo algo longe da família e quase nunca está em casa para desfrutar intimidade com a mulher. Assim, a mãe se torna emocionalmente íntima de um dos filhos, passando a usar esta criança como um companheiro íntimo. Existem muitas dinâmicas de interação entre pais e filhos; duas crianças podem, por exemplo, ser arrastadas para o meio do casal, o pai fica com um dos filhos para si e a mãe fica com o outro. A seguir, ilustro um quadro clínico: "Família com filha única que dormiu na cama com o pai até os 10 anos, enquanto sua mãe dormia no colchonete no mesmo quarto. Nesta situação ambos estão de acordo com o relacionamento íntimo entre o casal e a criança, e os pais ficam satisfeitos pelo fato de a filha estar desempenhando este papel na família. A função desta filha era mascarar a falta de desejo e intimidade deste casal". Realidade pessoal distorcida Falta identidade corporal ao codependente: extremos físicos podem se manifestar e até mesmo hábitos desleixados A realidade do co-dependente se mistura com a vida da outra pessoa, e ele tenta fazer que o outro seja sua própria extensão. O co-dependente tenta interferir até na aparência do outro, na maneira como ele se veste, em quanto deve pesar, o que pensar e sentir, o que fazer ou não. É certo afirmar que a frustração e confusão do codependente se restringem basicamente às tentativas de controlar a realidade de outras pessoas e do fato de permitir ser controlado. Podem atingir quatro níveis: Corpo: dificuldade de ver com precisão sua aparência - falta de identidade corporal. Os extremos físicos podem se manifestar também com a obesidade ou a magreza excessiva; ou ainda, por hábitos excessivamente asseados ou desleixados. Este comportamento é mais comum em indivíduos que sofreram abuso sexual; Pensamento: dificuldade de expressá-los; Sentimento: dificuldade de identificá-los e vivenciá-los. Suas emoções são pouco intensas ou inexistentes, ou são explosivas e angustiantes; Comportamento: dificuldade de admitir o impacto do próprio comportamento sobre as outras pessoas. Também apresentam comportamentos extremos - ou confiam em todo mundo ou não confiam em ninguém. A função do terapeuta é dizer ao cliente quando a aparência física, os pensamentos, os sentimentos ou o comportamento do cliente estão, de alguma maneira, adulterados, para alertá-lo para a realidade dele. Pais co-dependentes comumente têm esse tipo especial de relacionamento com uma filha única. Isto faz com que ela se sinta confusa, mas ao mesmo tempo poderosa. Ela é a figura central e a confidente da família. Nesta experiência entre mãe e filha, esta é confidente e cuidadora daquela. Quando a mãe faz de sua filha uma confidente, queixando-se de sua infelicidade conjugal, inexplicavelmente a filha quando adulta passa a querer aliviar a dor, o medo e a raiva de outras pessoas, na esperança de acalmar esses sentimentos dentro de si. Sem contar que sua crença em relação ao casamento e aos relacionamentos íntimos será abalada. Evite rotular os filhos Pais podem incorrer em erro grave ao rotular seus filhos, por exemplo: "O homenzinho da mamãe" (ou seja, o marido substituto da mamãe); "A menininha do papai" (ou seja, a esposa substituta do papai). Provavelmente, a figura da "menininha do papai" (a filha ser mais importante para o papai do que a mamãe) seja uma das experiências mais sedutoras de nossa cultura. Ao crescer, essa mulher irá comparar o pai com todos os homens com os quais se relacionar e geralmente não conseguirá encontrar um homem que represente para ela o que o pai representou. Além disso, esta filha poderá ter muita dificuldade em crescer e, de tempos em tempos, durante toda a sua vida continuará sendo uma menininha. Esse tipo de abuso confere muito poder à filha ou ao filho. As necessidades devem ser supridas entre adultos; mesmo que não ocorra nenhum contato sexual, o adulto está praticando abuso contra a criança. Existem outras situações de abuso: beijar os filhos na boca; permitir que o filho mais velho acompanhe a mãe durante a ultra-sonografia do irmão (esta é função paterna, como o é, por exemplo, explicar à criança que o feto apresenta anomalia), etc.
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CO-DEPENDÊNCIA É uma doença emocional que foi "diagnosticada" nos Estados Unidos por volta das décadas de 70 e 80, em uma clínica para dependentes químicos, através do atendimento a seus familiares. Porém, com os avanços dos estudos das causas e dos sintomas, que são os mais variados possíveis, chegou-se à conclusão de que esta doença atinge não apenas os familiares dos dependentes químicos, mas um grande número de pessoas, cujos comportamentos e reações perante a vida são um meio de sobrevivência. Os co-dependentes são aqueles que vivem em função do(s) outro(s), fazendo destes a razão de sua felicidade e bem estar. São pessoas que têm baixa auto-estima e intenso sentimento de culpa. Vivem tentando "ajudar" outras pessoas, esquecendo, na maior parte do tempo, de viver a própria vida, entre outras atitudes de auto-anulação. O que vai caracterizar o co-dependente é o grau de negligência de sua própria vida em função do outro e de comportamentos insanos. A co-dependência também pode ser fatal, causando morte por depressão, suicídio, assassinato, câncer e outros. Embora não haja nas certidões de óbito o termo co-dependência, muitas vezes ela é o agente desencadeante de doenças muito sérias. Mas pode-se reverter este quadro, adotando-se comportamentos mais saudáveis. Os profissionais apontam que o primeiro passo em direção à mudança é tomar consciência e aceitar o problema. O que é síndrome de dependência? É um conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos, no qual o uso de uma substância ou uma classe de substâncias alcança uma prioridade muito maior para um determinado indivíduo, do que outros comportamentos que antes tinham mais valor. Uma característica central da síndrome da dependência é o desejo (freqüentemente forte e algumas vezes irresistível), de consumir drogas psicoativas as quais podem ou não terem sido prescritas por médicos. Gíria por denominação é considerada uma linguagem especial usada por certos grupos sociais pertencentes a uma classe ou uma profissão ou uma linguagem usada pelos gatunos, malandros e outras pessoas de hábitos duvidosos. Veja algumas gírias usadas pelos usuários de drogas. Queimar um - fumar Mocosar - esconder Caretaço - livre de qualquer efeito da maconha Sussu - sossego Rolê - volta Pifão - bebedeira Rolar - preparar um cigarro Cabeça feita - fuma antes de ir a um lugar Chapado - sob o efeito da maconha Bad trip - viagem ruim, com sofrimentos Nóia - preocupação Marofa - fumaça da maconha Tapas - tragadas Palas - sinais característicos das drogas Larica - fome química Matar a lara - matar a fome química Maricas - cachimbos artesanais Pontas - parte final da maconha não fumada Cemitério de pontas - caixinha ou recipientes plásticos usados para guardar as pontas Pilador - socador para pressionar a maconha já enrolada dentro da seda Dichavar o fumo - soltar a maconha compactada em tijolos ou seus pedaços e separar as partes que lhe dão gosto ruim Sujeira - situação perigosa Dançou - usuário que foi flagrado fumando Mocós - esconderijos de droga
Marcio Soares
Tratamentos Co-dependência A co-dependência pode definir-se como sendo dependência afetiva, havendo também quem lhe chame «droga de amor» e «intoxicação psicológica», entre outras denominações. Para o co-dependente, a sua droga de escolha reside, efetivamente, nas pessoas. O co-dependente é alguém que abandona resolutamente as suas próprias necessidades para assumir como tarefa/missão a supressão das necessidades dos outros. O co-dependente é extremamente ansioso, envolve-se, amiúde, com quem sofre de distúrbios de personalidade, dificuldades no controlo dos impulsos ou até mesmo dependentes de substâncias, o que deforma os parâmetros das suas relações e o próprio termo destas. Os co-dependentes, manifestam uma dedicação absoluta, que terá de ser correspondida pelo(a) amado(a); o amor é obsessivo (muitas vezes sem intimidade) e a mudança é encarada como um risco, razão pela qual suportam indefinidamente uma relação problemática e, muitas vezes, caótica. A co-dependência tem a sua gênese numa ferida psicológica, em alguns casos decorrente de maus-tratos físicos e psicológicos e, eventualmente, de abusos sexuais…, que condicionam o sujeito para a criação de relações de submissão e passividade. É uma doença progressiva e crônica, que conduz à autodestruição, cujos sintomas podem ser comparados aos do stress pós-traumático, podendo conduzir o “doente” ao abuso de substâncias, a patologias relacionadas com o stress e a quadros de uma agressividade desmedida. A co-dependência pode ser primária, se os primeiros sinais surgirem na infância, ou secundária, se as alterações comportamentais surgirem posteriormente, sendo constantes, tanto num caso como no outro, a negação, o constrangimento das emoções e um contínuo estado de hipervigilância. A necessidade de controlo é um dos padrões da co-dependência O doente sente um ímpeto incontrolável de saber sempre onde está o(a) amado(a), com quem, a fazer o quê… Procura a sua auto-estima no seu controlo e no dos outros, mesmo que tal facto lhe traga consequências nefastas. De facto, os doentes de co-dependência não desenvolvem a sua identidade pessoal, achando que não existem sem o outro, sendo hiper-reativos a tudo o que é exterior e hipo-reativos ao seu mundo e à sua realidade interior. A co-dependência assemelha-se a todas as outras dependências, mormente pela “embriaguez” que se sente a partir da reação da outra pessoa, pela necessidade crescente de mais presença dela e tempo passado em conjunto (entrando em abatimento quando isso não é possível), pelo risco de perda de si, da capacidade crítica, pela vergonha e pelo remorso, pela fuga que se procura ao encetar ligações deste tipo. O co-dependente sujeita-se a tudo com medo de perder o objecto do seu amor, de ser abandonado, rejeitado, com terror da separação, da distância, da solidão. Desvaloriza completamente os seus sentimentos, e a culpa e a raiva são suas fiéis companheiras. Apesar disso, o dependente afetivo continua a achar que seria um despautério dar resposta às suas carências e desejos, o que faria dele, na sua própria concepção, um ser egoísta, exigente, petulante. Deste modo, desfaz-se em atitudes “supostamente” altruístas, ficando imensamente magoado quando os outros recusam a sua ajuda. Nada do que faz é suficiente e mostra-se incapaz de aceitar um reconhecimento ou um elogio. Para ele/a prioridade é o que os outros pensam e sentem a seu respeito. Não se considerando uma pessoa de valor e merecedora de amor, vira-se totalmente para fora e abdica amiúde do que gosta e lhe dá prazer em função do que os outros querem e precisam. A co-dependência pode aparecer em concomitância com a depressão, com distúrbios de ansiedade, de humor e de personalidade e com outros modelos de dependência. Os co-dependentes ou “drogados de amor”, como também são conhecidos, tendem a destruir o próprio amor. Na base de todos os seus projetos encontra-se a necessidade desesperada de segurança. As expectativas irrealistas são, contudo, passíveis de desembocar em raiva, desilusão e ressentimento. A co-dependência é uma doença emocional grave e progressiva, que afeta, regra geral, pessoas de natureza passiva ou agressiva, provenientes de famílias perturbadas ao nível emocional, que desde tenra idade se acham no dever de tentar resolver todos os problemas de toda a gente, dos quais, aliás, se culpam. Da sua personalidade faz parte uma vergonha “tóxica” e sofrem de um défice enorme de autoconfiança. São perfeccionistas e dependem absolutamente da aprovação dos demais. Apresentam uma elevadíssima tolerância à dor e ao sofrimento, têm medo da intimidade e uma total incapacidade de se divertirem e de ser espontâneos. Podem intercalar um carinho extremo com uma grande agressividade. A infelicidade vai-se instalando e crescendo, sendo frequentemente acompanhada pela depressão, ansiedade, isolamento, violência, distúrbios alimentares, recurso a álcool, drogas, medicação…
Co-Dependência Por Elisangela Moraes 12/03/2007 Definição Earnie Larsen, especialista em co-dependência define como sendo aqueles comportamentos apreendidos e derrotistas ou defeitos de caráter que resultam numa reduzida capacidade de iniciar ou participar de relacionamentos de afeto. Uma co-dependente definiu da seguinte forma: É ser tomado de conta. M. Beattie define como sendo uma pessoa que tem deixado o comportamento de outra afeta-la, e é obcecada em controlar o comportamento de outra pessoa. Muitas pessoas acreditam que a co-dependência esta ligada somente a pessoas envolvidas afetivamente com alcoólicos ou dependentes químicos, mas na verdade existe é uma co-relação entre a desordem compulsiva ou compulsividade. Ou seja, seria natural termos co-dependentes em famílias onde algum membro possa apresentar problemas com alimentação (comer de mais ou de menos), jogos, comportamentos sexuais inadequados entre outros. Podemos encontrar co-dependentes também nas seguintes situações: Pessoas em relacionamento com indivíduos com doenças crônicas; Pais de crianças com problemas de comportamento; Pessoas em relacionamentos com pessoas irresponsáveis e Enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais em ajuda a outras pessoas. Histórico O termo surgiu na área da terapia no fim da década de 70. Mas foi nos anos 40, depois da criação dos Alcoólicos Anônimos (AA) que um grupo de pessoas geralmente esposas de alcoólicos formaram grupos de ajuda mútua e apoio para lidar com as formas com que elas eram afetadas pelo alcoolismo dos maridos. As pessoas (esposas) também queriam um programa. Revisaram as doze tradições do AA e mudaram o nome para Al-anon. Características de comportamento de um co-dependente. Uma pessoa que sofra com a co-dependência pode apresentar alguns comportamentos que para elas são normais e somente depois de um tratamento tomam consciência desses comportamentos e do estrago que eles causam as suas vidas. Segue abaixo exemplos desses comportamentos: Tentam controlar a vida do outro; Preocupam-se até a exaustão com as outras pessoas; Tem tentado ajudar de forma que não ajudam; Dizem sim quando querem dizer não; Tentam que as outras pessoas façam as coisas à sua maneira; Evitam ferir os sentimentos das pessoas, mesmo que para isso estejam ferindo à si próprios; Tem medo de confiar em seus sentimentos; Acreditam em mentiras e depois se sentem traídas; Desejam vingar-se de outros e puni-los. Os co-dependentes reagem demais e agem de menos. Em outras palavras eles somente têm ações contrárias a outra, ao passo que deveriam atuar ou serem donos de sua ação sem que houvesse a influência de um comportamento de outrem. É escrever e ser dono da sua história. Como aspectos positivos os co-dependentes são benevolentes, preocupados e dedicados com as necessidades do mundo. Denominadores comuns na co-dependência Para que exista a co-dependência é necessário que exista dois denominadores comuns, caso contrário ela não existirá. Primeiramente deverá haver um relacionamento pessoal ou profissional com pessoas perturbadas, carentes ou dependentes. E em segundo lugar deverá haver nesse relacionamento regras silenciosas e não escritas que geralmente se desenvolvem e estabelece o ritmo dos relacionamentos. Essas regras proíbem a discussão de problemas, expressões abertas de sentimentos, a comunicação honesta e direta e as expectativas realistas. Características de um co-dependente Existem algumas características peculiares de um co-dependente no que se refere a sua postura e visão de si próprio. São elas: Tranca-se a necessidade de dar e receber amor; Não se levar a sério; Sentimento de derrota; Sentimento de culpa o tempo todo; Perda do controle de sua vida; Sente-se usado pelas pessoas; Baixa auto estima, beirando o ódio a si próprio; Auto repressão; A abundância de raiva e culpa; Dependência peculiar em pessoas peculiares; A atração e tolerância pelo bizarro; Problemas de comunicação; Problemas de intimidade e Papel de vítima. Co-dependência é uma doença ou não Nem todos os especialistas concordam que co-dependência é uma doença. No entanto os que acreditam se justificam por causa dos seguintes fatores: Porque os co-dependentes estão reagindo a uma doença como por exemplo o alcoolismo; Ela é progressiva e Porque os comportamentos dos co-dependentes são autodestrutivos e se tornam viciosos. A co-dependência envolve um sistema vicioso de pensar, sentir e comportar-se em relação a si mesmo e aos outros que acaba por causar dor ao co-dependente. Como deixar de ser um co-dependente Poderíamos dizer que o primeiro passo seria a conscientização acerca de si próprio e do processo que o individuo esta vivendo. Em segundo passo seria a aceitação do que si é e de como está. E para que isso ocorra é necessário algumas mudanças em relação a si próprio. São elas: Aprender a parar a dor e assumir o papel de sua vida, pois resolver seus problemas é de sua responsabilidade; Encontrar sua própria recuperação ou processo de cura; Compreender a co-dependência e certas atitudes, emoções e comportamentos que lhe acompanham; Mudar essas atitudes e comportamentos e compreender o que se deve esperar quando essas mudanças ocorrem; Tornar-se mais tolerante consigo mesmo. VÁRIOS " Anais do II congresso brasileiro de prevenção e tratamento dos transtornos de ansiedade, depressão e transtorno de pânico" -www.olhosalma.com.br - Goiânia 2004 Copyright Instituto OlhosDaAlmaSã
Um mal chamado co-dependência Por trás da dinâmica familiar na qual impera a figura do cuidador pode haver um padrão traiçoeiro de relacionamento e interação, ocultando fragilidades emocionais Por Bety France Personalidades dependentes  Apesar de as conhecidas características deste padrão de personalidade dependente conferirem ao distúrbio a condição de distúrbio importante, o DSM-III considera como sua principal característica de comportamento permitir passivamente que outras pessoas assumam total responsabilidade por atividades importantes da vida do indivíduo, característica atribuída a sua falta de autoconfiança, bem como a dúvidas com relação a sua capacidade de viver de modo independente. Personalidades dependentes apresentam insegurança e são facilmente seduzidos pelos outros. Eles acreditam que sempre haverá alguém bondoso que irá cuidar deles e proporcionar-lhes tudo de que precisam. Um dos objetivos da terapia é promover a aceitação da realidade, o que significa reconhecer quem somos, onde trabalhamos, quanto dinheiro temos, quais são nossas responsabilidades. Considera-se a proposição: "Aceitação e Desligamento Emocional = Recuperação". PERSONALIDADES DEPENDENTES ACREDITAM QUE SEMPRE HAVERÁ ALGUÉM BONDOSO QUE IRÁ CUIDAR DELES E PROPORCIONAR-LHES TUDO DE QUE PRECISAM Todo processo de cura começa com a verdade. A verdade sobre a própria vida, sua história e suas perdas. É preciso descobrir quem somos. Buscar autoconhecimento é a única maneira de desenvolver nossas potencialidades e expressar o melhor de nós. ("E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará" - João 8:32) Confrontar experiências como abuso sexual, violência doméstica, abandono ou o reconhecimento de que não tivemos pais com nível emocional apurado é muito sofrido, porém importante para seguirmos adiante. A "cura" da Co-dependência começa com a busca pela verdade sobre a própria vida, sua história e suas perdas O desligamento dessas emoções é necessário no momento em que parecer menos provável ou possível. No entanto, tal desligamento não significa se afastar ou romper com o outro, mas libertar-se da agonia do envolvimento. A base do desenvolvimento saudável é reverenciar os pais, respeitar o que significam e seguir em frente. O vínculo com a família é fonte de liberdade (mas é essencial que os filhos se emancipem e se diferenciem dos pais). O desligamento deve ser feito com amor, pois quanto mais um filho rejeita os pais, mais vai imitá-los. Se rejeitar o pai por este ser alcoólatra, por exemplo, então a atenção se volta para a pessoa rejeitada. A condenação tem efeito negativo e perpetua o vínculo disfuncional em vez de desfazê-lo. Quando um co-dependente interrompe a relação com a pessoa problemática, freqüentemente busca alguém com as mesmas dificuldades e repete os comportamentos co-dependentes com outros parceiros. A família é um sistema que pode nos adoecer, não porque as pessoas sejam más, e sim pela profundidade dos vínculos e pela necessidade de compensação. Quando entendemos isso, paramos de nos envolver em loucuras e deixamos de ser vítimas. Deixamos de tomar conta compulsivamente de outras pessoas e tomamos conta de nós mesmos. Esta é uma fase dolorosa do tratamento, mas não é um modo permanente de vida. À medida que o co-dependente confronta cada sintoma e inicia sua recuperação, certas características de pessoa saudável começam a aparecer e uma posição mais confortável se instala. Se o paciente não se considerar capaz de iniciar este processo sozinho, deverá buscar ajuda profissional. Bety France é psicóloga com formação em Terapia familiar e especialização em Psicooncologia.
Um mal chamado co-dependência Por trás da dinâmica familiar na qual impera a figura do cuidador pode haver um padrão traiçoeiro de relacionamento e interação, ocultando fragilidades emocionais Por Bety France Abuso Emocional É provavelmente a forma mais freqüente de abuso. É expresso pelo abuso verbal, abuso social e pela negligência ou abandono das necessidades do outro. O abuso verbalizado são os gritos, xingamentos, o sarcasmo e a admoestação humilhante e desrespeitosa, que faz os filhos sentir-se inferiores e inadequados. Pais críticos geram filhos temerosos de tudo: de não conseguirem fazer nada certo, de não serem aprovados na escola, de não aprenderem língua estrangeira. Em qualquer sistema familiar, até mesmo nos funcionais, os pais ocasionalmente deixam de agir em benefício das crianças. Não existem pais perfeitos, e é provável que todos sejam pouco atenciosos de vez em quando. Porém, responsabilizam-se por suas imperfeições e pedem desculpa. Pais saudáveis confrontam a criança quando algo não é adequado mas de maneira firme, sem ferir-lhe a identidade. Negligenciar qualquer necessidade do filho, interferindo arbitrariamente na escolha e acesso aos amigos (vida social), como alimentação, vestuário, abrigo, assistência médica, carinho físico e emocional (tempo, atenção, educação), informação e orientação sexual e financeira é expor as crianças a situações de abuso, dificultando seu desenvolvimento em direção à maturidade. "A PRIORIDADE DO CUIDADOR É IMPEDIR QUE AS PESSOAS CRESÇAM. O DISCURSO USUAL DO CO-DEPENDENTE É "DEPOIS DE TODA MINHA DEDICAÇÃO, VOCÊ NÃO PODE IR EMBORA" Dependências químicas (drogas ou alcoolismo), vício de sexo, compulsão por jogo, vício de religião, distúrbios alimentares, consumismo compulsivo, vício de trabalho ou de qualquer ordem estão entre as principais razões que levam os pais a negligenciar os filhos. Os pais co-dependentes talvez experimentem vícios, doença física ou mental como uma maneira de evitar a realidade por não suportá-la. O abuso sexual nem sempre é manifesto e óbvio, mas transfere consciente ou inconscientemente para o filho a responsabilidade de suprir suas carências Todo vício é um processo compulsivo destinado a distrair a pessoa e afastá-la de uma realidade intolerável. Como tem a capacidade de mascarar a dor, seja qual for o vício, ele se torna a mais alta urgência na vida pessoa, tomando seu tempo e atenção de outras prioridades como seus filhos, que precisam de orientação e amor dos pais. O abuso intelectual surge quando o pensamento da criança é ridicularizado, quando não é permitido expressar o que pensa ou ainda quando é reprovada porque seu pensamento difere do dos pais. O abuso intelectual também ocorre quando os pais invadem o processo de tomada de decisão dos filhos e decidem tudo por eles ou se omitem totalmente. Não é ensinado aos filhos que ter problemas e solucioná-los é normal. A repressão da liberdade de pensamento das crianças impede a construção da identidade e individuação. Essas crianças, quando se tornam adultas, esperam que as outras pessoas lhe digam como fazer praticamente tudo. Algumas delas procurarão se casar com cônjuges controladores ou freqüentar ambientes onde haja regras muito rígidas. A prioridade do cuidador é impedir que as pessoas cresçam. O discurso usual do co-dependente é: "Depois de toda minha dedicação, você não pode ir embora".
Um mal chamado co-dependência Por trás da dinâmica familiar na qual impera a figura do cuidador pode haver um padrão traiçoeiro de relacionamento e interação, ocultando fragilidades emocionais Por Bety France Porto (in)seguro O perfil familiar mais observado clinicamente apresenta as seguintes características: vínculos de dependência simbiótica, indefinição hierárquica, ausência de limites. Observo que as famílias com esta problemática são aquelas em que não existe diálogo, cujo pai é ausente/omisso, não assume responsabilidades pela educação dos filhos, e cuja mãe é superprotetora, controladora e hiperfuncionante. Famílias que não fornecem um conjunto de regras de conduta social e negligenciam necessidades básicas (higiene, alimentação, educação, saúde). Crianças que não tiveram suas necessidades básicas supridas, não se sentem dignas de afeto e temem o abandono - para evitá-lo, quando adultas cuidam compulsivamente dos outros. No extremo oposto, as famílias que protegem excessivamente os filhos, não lhes permitindo enfrentar as conseqüências do próprio comportamento e fazer suas próprias escolhas. A superproteção dos pais retarda o desenvolvimento da autonomia, e do interesse dos filhos por atividades extrafamiliares. Esses pais com freqüência apresentam muita intimidade com os filhos, fazendo deles seus confidentes e compartilhando segredos que estão além do seu nível de entendimento. Ausência de hierarquia e excesso de intimidade são atitudes abusivas. Pessoas que foram criadas em lares disfuncionais têm seus limites danificados de várias maneiras, sendo protegidas em demasia ou insuficientemente. Os pais co-dependentes sempre atuam nos extremos, podem ser muito rígidos com os filhos na disciplina ou totalmente permissivos. Se os pais orientam de maneira inadequada o estado de dependência da criança, esta se torna ou excessivamente dependente, sentindo-se necessitada e carente em excesso, ou antidependente, quer dizer, desprovida de necessidades e desejos. Crianças criadas em famílias disfuncionais podem parecer comportadas, ajustadas, empreendedoras e bem-sucedidas; ou mimadas, dominadoras e autodestrutivas. Ambos os conjuntos de características podem refletir as adaptações internas que essas crianças fizeram para sobreviver na respectiva família disfuncional. Mas sabemos, agora, que esses ajustamentos conduzem à co-dependência na idade adulta. Abuso e Co-dependência Filhos de pais disfuncionais podem sofrer todas as formas de abuso manifestas ou veladas (físico, sexual, emocional, intelectual e espiritual). E o abuso pode conferir poder à vítima ou debilitá-la. Uma das principais características que distinguem um sistema familiar disfuncional de um funcional é que neste há uma forte aliança entre os pais, que cooperam para a resolução de conflitos e para a satisfação das necessidades dos filhos. Além disso, usam-se do papel de pais para exercerem autoridade. Na família disfuncional, as crianças existem para suprir as necessidades dos adultos. Crianças devem simplesmente ser crianças, dedicando-se às tarefas de sua faixa etária que promovam seu desenvolvimento. Não é responsabilidade das crianças zelar pelos pais e pelos irmãos, é dos pais. As formas de abuso sexual e emocional são os mais alarmantes exemplos de crianças sendo usadas para satisfazer as necessidades dos pais. Identificação e diagnóstico A Co-dependência é identificada por muitos profissionais como processo doloroso e quase onipresente em certos grupos de nossa sociedade. Estimase que 80% das pessoas são co-dependentes em algum grau. Timmon Cermak, no Journal of Psycoative Drugs (1986), sustenta que a Co-dependência pode ser definida dentro dos critérios DSM-III para os distúrbios mistos de personalidade. Concordo com seu critério e ressalto que este problema se relaciona com doenças DSMestabelecidas, principalmente com o distúrbio de personalidade dependente. Acredito que nos encontramos diante de uma necessidade iminente de investigação de um grave distúrbio de personalidade. Mas enquanto não fizermos uma pesquisa conclusiva, não poderemos ser categóricos, classificando a Co-dependência como distúrbio de personalidade. Uma vez que aceitamos que a Co-dependência existe em igualdade de condições com outros distúrbios de personalidade, como o distúrbio de personalidade limítrofe, narcisista ou dependente, deve ficar claro que ela deve ser tratada com o mesmo nível de preocupação. Inicialmente, é muito difícil perceber a doença, pois os que dela sofrem podem se esconder atrás de uma máscara de adequação e sucesso destinada a obter aprovação. Ter dinheiro é uma das mais poderosas experiências que mascara a insegurança pessoal e a falta de auto-estima. Os co-dependentes podem disfarçar seus verdadeiros sentimentos em relação a si mesmos, escolhendo as roupas certas, mantendo o cabelo sempre arrumado, vivendo na casa adequada e tendo os melhores empregos. Neste caso, a ausência de valor pessoal está freqüentemente conectada ao que fazem ou não, o que representa boa parte dos conflitos internos. Embora não exista um número exato de características que garantam que uma pessoa é ou não co-dependente, pode-se criar um panorama geral para facilitar a identificação: Relacionamentos destrutivos e forte tendência a ligar-se a pessoas com dificuldades; Relacionamento primário com um dependente químico ativo durante pelo menos dois anos sem procurar ajuda externa; Preocupação com o outro se transforma em obsessão; Negligência pessoal x zelo excessivo pelos outros; Autovalorização reduzida; Recusa em gozar a vida; Trabalho compulsivo; Perfeccionismo; Sentimento de culpa Sentimento de obrigação; Fuga de relacionamentos para não ter intimidade; Fuga de compromissos.
Um mal chamado co-dependência Por trás da dinâmica familiar na qual impera a figura do cuidador pode haver um padrão traiçoeiro de relacionamento e interação, ocultando fragilidades emocionais Por Bety France Considero relevante escrever sobre este tema, não só por ele prevalecer nas discussões atuais, como para evitar que pais e educadores perpetuem o mesmo ciclo de abusos e interação familiar disfuncional que geram filhos co-dependentes ou portadores de outras doenças. Minha prática clínica revela como a aplicação de Técnicas de Educação Disfuncionais e um ambiente familiar contaminado pelo alcoolismo e outras desordens compulsivas podem comprometer o desenvolvimento humano e favorecer o surgimento de doenças, mais enfaticamente desta de que trato aqui, a Co-dependência. Infelizmente, muitas famílias estão imersas em situações problemáticas, mas preferem a acomodação à transformação. Afinal, transformação requer trabalho árduo e gera desconforto. Muitas vezes conviver com um problema conhecido é mais fácil. A negação do problema é uma forma de manter a doença, evitar os sentimentos de ansiedade, medo, culpa, e preservar a homeostase familiar. Inicialmente, acreditava-se que as raízes da Co-dependência estavam relacionadas às experiências de abuso da infância e à maneira como fomos afetados pela convivência com pessoas viciadas em álcool ou com outras desordens compulsivas. A convivência com alguém doente e fora de controle por causa da dependência química parecia determinar os sentimentos (vergonha, medo, raiva, dor) e comportamentos dos outros membros da família. O membro viciado tornava-se o foco principal da família, mobilizando os demais para assumir seus cuidados de maneira compulsiva. Na verdade, codependentes e dependentes químicos apresentam condições físicas e emocionais similares - um é viciado em drogas, o outro, em relacionamentos obsessivos. Porém em alguns casos, observou-se que, quando os alcoólatras ficam curados, o comportamento co-dependente da família permanece e às vezes até se intensifica. Então, passou-se a suspeitar que as causas ocultas dessa doença antecedessem o vício da bebida, e que outros fatores poderiam produzir um co-dependente. Sem dúvida, ter um educador negligente e abusivo e um ambiente familiar contaminado por vícios e desordens compulsivas são fatores intimamente relacionados ao surgimento da Co-dependência em outros membros da família, mas definitivamente não são os únicos capazes de deflagrar a doença. Embora cada co-dependente apresente uma experiência única originada de sua convivência familiar e de sua personalidade, um ponto comum aparece em todas as histórias de Co-dependência - a influência dos outros sobre o comportamento do co-dependente e a maneira como o co-dependente tenta influenciar os outros (sejam alcoólatras, sejam viciados em jogos ou compulsivos sexuais, sejam indivíduos com reações excessivamente emocionais ou indivíduos sem autonomia financeira). Em essência, os co-dependentes são muito sensíveis aos problemas alheios, dizem sim quando querem dizer não, guardam o que sentem para não ferir os sentimentos alheios, preferindo ferir a si mesmos. Essas pessoas freqüentemente parecem ser delicadas e prestativas, tentam ajudar em nome do amor. Porém, o exame mais minucioso revela que elas têm enorme necessidade de controlar e manipular o outro e fazer o que querem. Como todo investimento para controlar o outro é inútil, o co-dependente sente-se impotente. O arrependimento e a autopiedade surgem, fazendo-o sentir-se usado. E para piorar a situação, a pobre pessoa "a quem tentamos resgatar não é capaz de demonstrar gratidão". Co-dependentes dão mais do que recebem, e depois se sentem abusados e negligenciados. Seu maior inimigo chama-se autovalorização reduzida. Co-dependência é uma dependência paradoxal. Embora os co-dependentes pareçam objetos da dependência, eles é que são dependentes. Parecem fortes, mas se sentem indefesos. Parecem controladores, mas na realidade são controlados pelos vícios e comportamentos de outras pessoas. Co-dependentes não são mais disfuncionais ou doentes que os dependentes químicos, mas sofrem tanto quanto eles, ou mais. Pois comumente suportam sua dor sem o efeito anestésico do álcool ou de outras substâncias químicas. A Co-dependência pode desencadear, entre outros comportamentos e sensações, abuso de substâncias químicas, violência familiar e ansiedade Na verdade, ainda não se chegou a um consenso se a Co-dependência deve ser definida como doença ou como reação normal a pessoas anormais. Particularmente, considero a Co-dependência uma enfermidade progressiva, que mantém e alimenta a doença das outras pessoas, impedindo-as de conquistar a autonomia e assumir responsabilidades. Co-dependentes desejam e precisam de pessoas doentes e dependentes a sua volta, pois só assim se sentem felizes a sua maneira - patológica. A dependência pode ser química, emocional, financeira e física conforme a doença - clínica ou mental. Sua progressão pode desencadear depressão com pensamentos suicidas, desordens alimentares, abuso de substâncias químicas, violência familiar, relações sexuais extra-conjugais ou promíscuas, emoções ou explosões intensas, hipervigilância, ansiedade, confiança ou negação excessiva e doenças clínicas crônicas. E, ao contrário dos dependentes químicos, os co-dependentes a que aqui me refiro dificilmente recebem tratamento, pois sua recompensa são justamente os cuidados que dedicam aos outros e os esforços que envidam para agradá-los.

 
Marcio Soares
Relacionamento A escravidão da Codependência Familiares contagiados pela doença atrelam-se patologicamente ao dependente químico, muitas vezes até mesmo estimulando o comportamento da pessoa adicta Por Andréia Calçada O que antes projetava no pai passou a canalizar para a companheira. As desculpas para a doença da mulher eram frequentes e os créditos nas promessas que nunca eram cumpridas geravam muita frustração. Cláudio abriu mão de sua vida pessoal para vigiar e "salvar" sua esposa. Em vão! Noites em claro, prejuízos emocionais e financeiros. Tudo em vão, se o próprio dependente químico não tomar em suas mãos as rédeas de sua vida e confrontar o próprio vício. Demorou muito para Cláudio salvar-se de si mesmo. Esta é a melhor atitude que o codependente deve tomar: ter em suas mãos sua própria vida. Ter controle sobre seus medos, seus sentimentos e suas próprias atitudes. Esta é a melhor ajuda que pode ser dada a um dependente químico. O codependente não causou o problema da outra pessoa. Não pode controlar o outro. Não pode curar o problema. Se conscientizar é o primeiro passo para se libertar de relacionamentos destrutivos e deixar que seu parente dependente busque seu próprio caminho. A tentativa de encobrir o dependente ou resolver o problema por ele quase nunca é eficaz. Uma boa estratégia é participar de grupos de apoio para a codependência e concentrar-se em seu bem-estar, no desenvolvimento de sua vida. Estabelecer seus limites e tomar atitudes é o melhor caminho para a liberdade dentro das relações e para o crescimento pessoal do dependente químico, se ele assim o desejar. A DEPENDÊNCIA AMOROSA Existem comportamentos que podem caracterizar o surgimento da dependência amorosa, entre eles, a ameaça da estabilidade financeira ou posição na sociedade do codependente. Ciúmes e ações compulsivas, como agressão, também são sinais A cada vez que conhecemos a história de um dependente químico quase que invariavelmente nos depararemos com a história em sua maioria de mulheres que amam demais. Fazem tudo por amor. Desenvolvem proteção abrindo mão de suas próprias vidas. Ingenuamente, seria bonito pensar no amor sem limites na busca pela ajuda à pessoa amada. Será que isto é amor? A pessoa que se envolve amorosamente com dependentes químicos termina por desenvolver também comportamentos compulsivos sejam eles sexuais, em busca de amor, ciúmes compulsivos e manipulações doentias. Ao analisarmos estas pessoas individualmente perceberemos que existem motivações internas para que se envolvam intensamente nestas relações doentes. Em sua maioria possuem histórico de famílias disfuncionais e de sentimentos de desamparo e desafeto, sendo essa a sua origem. Busca-se inconsciente e compulsivamente solucioná-los em relações atuais, sem sucesso e com muitas frustrações. Amar demais significa amar o outro em detrimento de si mesmo. Significa falta de amor próprio e submissão ao outro e a seus valores. Significa se anular e viver pelo outro e não com o outro. A vida pessoal se perde nesta jornada, pois dão e não recebem em troca. Se sentem injustiçadas, alimentam amor e ódio e desenvolvem ciúmes compulsivos, buscam se fazer importantes pela proteção e cuidados excessivos, sem limites, alimentando a doença do dependente químico e a sua própria. O caminho da insegurança, da depressão e da doença é inevitável. Por dentro  Para quem procura por ajuda, ou quer se inteirar do assunto, pode entrar em contato com o CODA - Codependentes Anônimos do Brasil. Trata-se de uma Irmandade de homens e mulheres cujo propósito comum é aprender a desenvolver relacionamentos saudáveis. Eles confiam nos Doze Passos e nas Doze Tradições adaptados de AA para obter o conhecimento e a sabedoria. Estes são os princípios do programa e guias utilizado pelo CODA para o desenvolvimento de relações honestas e satisfatórias de seus participantes consigo mesmo e com os outros. Para saber quais são exatamente os doze itens citados e para procurar um grupo próximo à sua região, acesse a página virtual http://www.codabrasil/. org "AMAR DEMAIS SIGNIFICA AMAR O OUTRO EM DETRIMENTO DE SI MESMO. SIGNIFICA SE ANULAR E VIVER POR E NÃO COM O OUTRO" Os profissionais sugerem que os codependentes procurem ajuda em grupos de apoio. Este é um dos caminhos para estabelecer limites e fazer com que o indivíduo se concentre mais em seu bem-estar, no desenvolvimento da sua vida Prevenir esta doença seria o ideal. Uma vez dentro dela é importante a conscientização de que se está doente e de que se precisa de ajuda. A percepção da incapacidade de deixar de ver uma pessoa específica, mesmo sabendo que encontrá-la é destrutivo. Ameaçar a estabilidade financeira ou posição na sociedade ao manter um parceiro sexual. Perceber que a vida está ingovernável por causa do comportamento amoroso são critérios importantes para o diagnóstico da dependência amorosa. Portanto, olhar para si mesmo, buscar o autoconhecimento, melhorar a auto-estima e buscar o crescimento pessoal e profissional além da ampliação de relacionamentos sociais são o melhor caminho para a cura. Cura não só do dependente emocional, mas é a postura adequada frente ao dependente químico. Apenas assim, pode-se vislumbrar a possibilidade de que ele se cuide. A frequência a grupos de ajuda como o Mulheres que amam demais (MADA), o Codependentes anônimos (CODA), ente outros, o tratamento psicológico e muitas vezes o medicamentoso, além da leitura de bibliografia especializada são suportes indispensáveis na busca da independência emocional e do amor genuíno por si mesmo e pelo outro. Andréia Calçada é psicóloga, psicoterapeuta com formação em Gestalt Terapia e Psicoterapia Breve Integrada. Especialista em Psicologia e Psicopedagogia Clínica pelo CRP 05 e em Neuropsicologia. Pós-graduada em Psicopedagogia Clínica. Psicóloga jurídica e autora de livros na área
Codependência Codependência é uma doença emocional que foi "diagnosticada" nos Estados Unidos por volta das décadas de 70 e 80, em uma clínica para dependentes químicos, através do atendimento a seus familiares. Porém, com os avanços dos estudos das causas e dos sintomas, que são vários, chegou-se à conclusão de que esta doença atinge não apenas os familiares dos dependentes químicos, mas um grande número de pessoas, cujos comportamentos e reações perante a vida são um meio de sobrevivência.  Os codependentes são aqueles que vivem em função do(s) outro (os), fazendo destes a razão de sua felicidade e bem estar. São pessoas que têm baixa auto-estima e intenso sentimento de culpa. Vivem tentando "ajudar" outras pessoas, esquecendo, na maior parte do tempo, de viver a própria vida, entre outras atitudes de auto-anulação. O que vai caracterizar o doente é o grau de negligenciamento de sua própria vida em função do outro e de comportamentos insanos.  A codependência também pode ser fatal, causando morte por depressão, suicídio, assassinato, câncer e outros. Embora não haja nas certidões de óbito o termo codependência, muitas vezes ela é o agente desencadeante de doenças muito sérias. Mas pode-se reverter este quadro, adotando-se comportamentos mais saudáveis. Os profissionais apontam que o primeiro passo em direção à mudança é tomar consciência e aceitar o problema.
Marcio Soares
Codependência (Relações de Dependência) Codependência é um tipo de patologia emocional e de relacionamentos, recentemente descrita por estudiosos do comportamento humano. O termo Codependência surgiu na cena da terapia, no final dos anos setenta nos EUA De inicio, a descrição deste quadro incluía apenas familiares de pacientes alcoólicos mas com o tempo o seu significado foi ampliado e actualmente o termo codependência também inclui a conduta de familiares e/ou pessoas significativas que têm um problema de comportamento no relacionamento de intimidade. “Um individuo codependente é alguém que permite que o comportamento de outra pessoa o afecte, e sente obcecado por controlar o comportamento do outro.” Melody Beattie “Vencer a Co-dependencia” “Uma situação emocional, psicológica e comportamental que se desenvolve como resultado da exposição individual prolongada à pratica de um conjunto de regras opressivas – regras que impedem a expressão aberta dos sentimentos bem como a discussão directa de problemas pessoais e interpessoais” Robert Subby “Co-dependency, An Emerging Issue” “Comportamento autoderrotistas, aprendidos ou devido a defeitos de caracter, que resultam numa capacidade reduzida de iniciar ou participar em relações amorosas” Earnie Larsen Tudo começa com o facto de uma pessoa se envolver (por amor, obrigação ou dever) com outra disfuncional que adapta comportamentos auto destrutivos, por ex a adicção (substâncias psicoactivas lícitas e/ou ilícitas, jogo, sexo, compras, furto, distúrbio alimentar) e precisa, aparentemente, do ponto de vista do dependente do seu apoio para se curar. Essa pessoa, pode ser um adulto deprimido, uma esposa ou amante bulímica, um irmão que não se sai bem na vida, um marido que tem problemas financeiros, uma irmã que tem a sua vida num caos e parece frágil para resolvê-las, um pai alcoólico ou um namorado que é adicto ao jogo ou ao sexo. Enfim, o importante não é o grau de parentesco ou a sua doença, o aspecto central do problema está no codependente, não nos outros, na forma como permite que o comportamento do outro o/a afete e como o codependente tenta influenciar e controlar através de jogos psicológicos (manipulação, desonestidade, mentiras, agressividade). Por ex. "Se gostasses verdadeiramente de mim não fazias uma coisa dessas. Por tua causa estou a sofrer imenso." ou ameaças vãs que não são concretizadas. Uma reação à autodestruição do outro que acaba afetar o codependente a nível físico e emocional. Isto é, o codependente torna-se vítima da sua própria atitude disfuncional, sem o reconhecer, e vitima da doença "alheia" recorrendo a estratégias disfuncionais, justificadas em prol da mudança de comportamento disfuncional do outro, ex abandonar o vicio/adicção ativa. A relação entre o codependente e o adicto no ativo fica extremamente afetada; por ex, perda de limites e papeis (ex. agressividade, mentiras), o codependente sente-se impotente (ansioso e deprimido) por não conseguir obter os resultados desejados. Existem casos de codependentes que iniciaram o consumo de drogas ilícitas através de um relacionamento de intimidade com um individuo consumidor de drogas, responsabilizando este pelo seu infortúnio. Conheço codependentes que boicotam o processo de abstinência/recuperação do seu parceiro adicto, por considerarem que o seu tipo de de ajuda é mais eficaz do que a ajuda profissional. Conheço codependentes que só pedem ajuda para o problema da adicção quando as crises no relacionamento são frequentes, severas, por ex o codependente sofre de stress pós-traumático.  Do ponto de vista do codependente o problema do outro (adicção) é o mais importante na sua vida. Não age por decisão própria (perde a liberdade de expressão e de escolha), fica agarrado a uma "teia" na adicção, processo idêntico ao dependente de substâncias psico ativas lícitas, incluindo o álcool, e/ou ilícitas/adicto (heroína ou cocaína) reage à forma como o adicto age; facilitando, protegendo, mentido, manipulando encobrindo, jogos psicológicos. Este tipo de comportamento disfuncional do codependente contribui para a progressão da adicção. Se o adicto está bem, então tudo está bem. O codependente faz planos, renova a ilusão e a vontade de viver. Quando reiniciam as crises associadas à adicção ativa o codependente suspende a ida ao cinema com os amigos, suspende projetos e objetivos pessoais, isola-se não se relacionando com os outros, encobre da família os problemas do seu relacionamento, caso existam crianças, estas são negligenciadas. Sente-se deprimido, zangado, ansioso, com sentimento de culpa e vergonha tóxica. O seu estado de humor depende, em muito, do comportamento e das atitudes da outra pessoa (adicto). O codependente anda a apagar o "fogo" da vidas dos outros. Provavelmente você conhece pessoas que experimentaram situações semelhantes aquelas aqui descritas. Alguns investigadores consideram este comportamento de ajuda crônica e obsessiva ao outro, uma doença emocional grave e progressiva. Referem até que o codependente procura pessoas complicadas e disfuncionais para se envolver, só podendo ser “feliz” desta forma. Existem casos de codependentes que não consomem substancias psicoativas (drogas e/ou álcool) que se envolvem em relacionamentos com adictos a drogas e/ou álcool. Muitos destes codependentes são oriundos de famílias desestruturadas onde existiam casos de alcoolismo e dependência de drogas, negados à varias gerações. Algumas características comuns aos codependentes:  São em geral pessoas de natureza passiva/agressiva, Oriundos de famílias emocionalmente perturbadas, Desde a infância quiseram consertar as coisas que estavam erradas na vida dos outros à sua volta, Predisposição para se responsabilizarem e culpar por problemas, A sua personalidade está enraizada na vergonha “tóxica” (auto-conceito negativo), não são merecedores de confiança e amor, Perfeccionistas, Dependentes do “amor”, do elogio e da aprovação do outro, Acreditam que sabem melhor (controlo) e que aguentam mais (tolerância à dor) do que os outros em determinadas situações e crises dentro da relação Mentem para si mesmos, iludindo-se, afirmando "Amanhã, as coisas estão melhores..." Duvidas sobre a felicidade no futuro ou se algum dia encontram o verdadeiro amor Sentem dificuldades em se relacionar com pessoas (intimidade e compromisso), em se divertir e ser espontâneas, Alteração bruscas do humor. Entre um tipo de atenção carinhosa para uma pessoa deprimida e/ou agressiva Com o passar dos anos vão se sentindo cada vez mais infelizes, deprimidos, ansiosos e isolados. Culpam o mundo à sua volta. Distúrbio alimentar (bulimia, anorexia e compulsão alimentar), stress e fatiga crônico, desenvolvem outro tipo de adicção drogas lícitas, incluindo o álcool e os tranquilizantes (benzodiazepinas), e/ou ilícitas, shoplifting - furto, shopaholics - compras. Esta doença do comportamento de uma forma genérica está associada ao abuso/negligência infantil. A codependência afeta o individuo em cinco vertentes: 1- Baixa auto-estima; 2- Estabelecer de limites saudáveis nos relacionamentos de intimidade; 3- Reconhecer e assumir sua própria realidade disfuncional (negação e ilusão); 4- Assumir a responsabilidade em gerir as suas necessidades adultas (atitudes, emoções e comportamentos); 5- Identificar e expressar suas emoções de forma moderada (ex. raiva, ressentimento, medo, culpa e vergonha). Em algumas famílias codependentes o desenvolvimento das crianças é afetado porque o sistema familiar (homeostase) é caótico. Em Portugal existem os grupos ajuda mutua, como por ex. grupos para famílias de alcoólicos onde se discute e apoia os familiares e pessoas significativas designados de (Famílias Anonimas e Al-Anon ). Tal como em todas as adições é importante identificar padrões de comportamentos potenciadores de sofrimento a médio e longo prazo. Em muitos casos, já não é possível interromper esta escalada de crises sistemáticas e progressivas com promessas irreais e novos alibis, é preciso consultar um profissional experiente ou alguém significativo que consiga apoiar no processo de mudança (confiança e esperança) de um novo modos de vida. “Não é a mudança que é difícil, mas a nossa resistência à mesma” Bibliografia Beattie,Mellody – Vencer a Co-dependencia. Publicações Sinais de Fogo 2005 Cermak,T.L.- Diagnostic criteria for Codependency- Journal Of Psychoatctive Drugs. 18(1):15-20, 1986, citado por Mellody , Pia.- Facing Codependence, Harper & Row, Publishers, San Francisco ,1989. Mellody , Pia.- Facing Codependence, Harper & Row, Publishers, San Francisco ,1989. Temas: adicção, adicção às compras, codependência, comunicação, dependência emocional / relacionamentos, honestidade, lidar com a vergonha tóxica, limites, mudança, sentimentos, tratamento das dependências publicado por João Alexandre Rodrigues às 18:59 link do post | comentar | adicionar aos favoritos  Adicionar ao SAPO Tags Comentários: De Maria a 20 de Dezembro de 2011 às 15:06 Viva João,  Já li alguns textos sobre codependencia e este é sem duvida o melhor para codependentes! Aproveito para dizer que faço parte dessa grande "familia" e que gostaria que me indicasse um grupo de ajuda "não religioso" para frequentar.  Obrigada responder a comentário | discussão De Sônia lucia a 28 de Dezembro de 2011 às 18:54 Maria, gostaria de lhe indicar o grupo do AMOR-EXIGENTE,que é para ajuda aos familiares de adictos,ou seja os codependentes. Pesquisa pra ver se tem na sua cidade,e,leve a serio. Não é um grupo religioso. Tenho visto a mudança para melhor, na vida das pessoas ,depois que passam a freguentar esse grupo. abraços  Sônia Lucia responder a comentário | início da discussão De Rúben Brito a 20 de Maio de 2012 às 01:54 Olá, A minha namorada acabou comigo à uns dias, nisso descobri que o problema era o eu ser co-dependente... ela quer o melhor para mim e fez me ver que a unica forma de ultrapassar esta doença é a de não tentar voltar para ela.... Ela fez-me ver também que vai seguir a sua vida, e que não vais estar à minha espera... Esta relação durou 2 anos e 5 meses... O problema é que eu amo-a verdadeiramente, acho-a uma pessoa fantástica e gostava de me curar acima de tudo mas também gostava de não demorar muito a fazê-lo para poder voltar a namorar com ela...  Não sei como vou conseguir manter estas duas lutas, pois vejo-as como incompatíveis mas recuso-me a aceitar tal coisa, pois faz parte do meu ser lutar pelos meus sonhos.... Agradecia imenso se alguém me ajudasse com isto. responder a comentário | discussão De João Alexandre Rodrigues a 20 de Maio de 2012 às 22:02 Boa noite,  Desde já parabéns pela sua participação no Recuperar das Dependências. Qual é o tipo de ajuda que procura e que refere no seu comentário?  Caso não deseje expor, publicamente a sua questão pode envia-la para joaoalexx@sapo.pt Todos os dados são confidenciais Cumprimentos João Alexandre Rodrigues Addiction Counselor e Coach (Art of counseling) responder a comentário | início da discussão | discussão De Rúben Brito a 20 de Maio de 2012 às 22:44 Gostava imenso de saber se é possível... tal coisa... manter as duas lutas... responder a comentário | início da discussão | discussão De João Alexandre Rodrigues a 25 de Maio de 2012 às 19:04 Ok. nesse sentido sugeria o seguinte. Arranje uma folha de papel e divida em duas colunas: numa coluna escreva PROS e na outra coluna escreva os CONTRAS em relação às suas "...duas lutas." Se no final deste pequeno exercício constatar que vale a pena continuar, isto é, existem mais PROS do que CONTRA, com o tempo irá encontrar a resposta que pretende obter, mas que agora ainda não tem. Cumprimentos João Alexandre Rodrigues
Marcio Soares
Codependência: A doença da perda da alma "Ninguém pode nos ferir sem o nosso consentimento" Eleanor Roosevelt Roberto Ziemer Você se sente diferente das outras pessoas? Desconfortável com elogios? Tem grandes dificuldades para aceitar críticas? Sente-se sozinho ou vazio quando não está com outras pessoas? Critica-se de forma exagerada quando erra? Sente dificuldades para expressar sentimentos? Só aceita ajuda em último caso? Tem medo de perder o controle? Sente-se melhor quando resolve os problemas de outras pessoas? Tem dificuldades para colocar limites ou dizer "Não"? Acredita que se pudesse mudar os outros, sua vida melhoraria? Estes sintomas não são aleatórios, mas fazem parte de um transtorno emocional chamado de codependência, que vem contaminando, em diferentes níveis, todos aqueles que vivem em nossa sociedade. De forma sintética, a codependência é a doença da perda da alma ou de nossa verdadeira identidade. É uma maneira de sobreviver a situações dramáticas e crescer em ambientes inseguros e dolorosos. Com o tempo nos distanciamos tanto de nossa verdadeira identidade que acreditamos em sua inexistência e, simultaneamente, nos identificamos completamente com o eu falso ou codependente. Esta separação interna nos leva a acreditar que apenas alguém, ou algo fora de nós, pode nos trazer a felicidade. Atualmente não faltam exemplos que demonstram a força deste mal-entendido: é o casal de namorados que acredita que o casamento vai resolver todos os problemas; é o casal de meia idade que acredita que a viagem para a Europa resgatará o romance na relação; é o gerente que sonha com a diretoria ou presidência da empresa para se sentir realizado. Como comentou Joseph Campbell: "não há nada mais frustrante do que subir uma escada (sonhos e projetos baseados na codependência) e perceber, ao final, que ela estava apoiada sobre a parede errada". Infelizmente este engano básico é transmitido e reforçado pelas pessoas mais importantes de nossa vida: pais, professores, amigos e mesmo nossos heróis ou figuras de referência. É reforçado, para benefício próprio, pelos meios de comunicação, governos e religiões, que se apoiam na codependência para aumentar seus ganhos ou número de devotos. Nas famílias disfuncionais, em que os pais usam seus filhos para preencher as próprias necessidades emocionais, as crianças logo aprendem que sentimentos positivos sobre elas mesmas (auto estima) dependem do estado de humor dos adultos à sua volta. Este tipo de relacionamento, gradativamente, vai minando a auto-confiança da criança, estabelecendo as bases para um indivíduo dependente, inseguro, "escravo" das necessidades e desejos alheios. Muitos padrões de codependência são extremamente valorizados e recompensados, desde o início da interação entre pais e filhos. Crianças extremamente obedientes, desejosas de agradar e que facilmente cedem aos desejos alheios são freqüentemente avaliadas como "crianças exemplares". Ao contrário, aquelas que não se deixam moldar a este padrão são rotuladas de "ruins", "más" ou "egoístas", podendo receber todo tipo de ameaças e castigos. A codependência é mais evidente nos relacionamentos com pessoas importantes de nossa vida, com as quais compartilhamos algum nível de intimidade, ou com aquelas com quem nos sentimos inseguros ou ameaçados. Nestes momentos perdemos nossa força e direção interiores, e somos repentinamente dominados por sentimentos e pensamentos de fracasso, incompetência e impotência. Este processo é chamado de "regressão etária" - deixamos de nos ver e nos comportar como adultos, e somos dominados por memórias ameaçadoras de situações da infância ou adolescência. A codependência tem origem e é reforçada nas instituições (família, escola, empresa, igreja) baseadas em regras rígidas de comportamento que impedem a espontaneidade, em que não há espaço para a expressão de nossa verdadeira identidade. Algumas das regras mais comuns nestes ambientes são: Não fale de problemas ou conflitos - isto pode ser interpretado como crítica ou ataque àqueles que estimamos ou dependemos. Além disso, não faça esforços para resolver realmente os problemas, pois ao contrário do discurso, estes precisam perdurar para que algumas pessoas continuem controlando ou comandando; Não expresse sentimentos - sentimentos podem revelar temas ou assuntos proibidos (tabus). Também podem reavivar memórias que a maioria das pessoas gostaria de esquecer; Sempre se comunique de forma indireta - muitos pais, professores ou líderes de empresa têm dificuldade de comunicar-se e expressar-se de forma direta e transparente. Isto obriga a uma comunicação indireta, por meio de intermediários; Não seja egoísta - preocupe-se com os outros em primeiro lugar, principalmente aqueles que têm "problemas". Suas necessidades e desejos não são importantes - coloque-as no final da lista; Faça o que eu digo, não o que eu faço - aqueles que têm poder - adultos (para a criança) e líderes (para os adultos) - muitas vezes não se sentem obrigados a fazer o que falam, mas exigem que as pessoas que delas dependem se iludam com seus discursos; É proibido brincar e relaxar - é preciso estar sempre ocupado, fazendo alguma coisa, atento e preparado para a próxima crise. Relaxar é perigoso, pois permite uma conscientização das regras tóxicas do grupo; É proibido errar - errar é vergonhoso e passível de punição ou humilhação, pois revela que somos imperfeitos, pecadores, distantes da meta cristã ("à imagem e semelhança de Deus"). Por isso, se errar esconda, ou encontre um culpado; Sacrifique-se - não se preocupe com suas necessidades, nem com os sacrifícios que você terá que fazer para "ajudar" (salvar) os outros, ou encobrir suas dificuldades. Os padrões de codependência Sob a influência das regras de conduta estabelecidas pelos grupos com os quais convivemos (expostos acima), da qualidade de nossos primeiros relacionamentos e de nossa própria constituição psicológica (tendências inatas), escolhemos papéis ou padrões de codependência que definem nossas escolhas, comportamentos e atitudes. Estes papéis têm a função tanto de encobrir o vazio de identidade, quanto o de dar algum significado à nossa percepção confusa ou distorcida de mundo. "Salvador" ou "Consertador" - a auto estima destas pessoas passa a depender da capacidade de ajudar ou "salvar" outras pessoas, especialmente as "vítimas", aquelas que não querem se responsabilizar pelos próprios problemas; "Agradadores" - estão sempre preocupados em agradar, pois não acreditam que as pessoas com as quais convivem possam achá-los interessantes - com base numa auto estima negativa os "agradadores" estão sempre se achando inoportunos ou impróprios; "Inadequados" ou "perdedores" - sentem-se como os "agradadores" - imperfeitos, "defeituosos", "errados" - mas desistiram de fazer qualquer esforço para agradar. Ao contrário, se envolvem em situações difíceis ou desastrosas apenas para confirmar o papel de "perdedores"; "Perfeccionistas" - acreditam que apenas serão amados ou reconhecidos se forem "perfeitos". Perfeccionistas são extremamente críticos e severos consigo mesmos e com os outros, o que gera relacionamentos conflituosos e estressantes; "Super-empreendedores" - são escolhidos como "heróis" da família, aqueles que irão encobrir as dificuldades, humilhações e derrotas do passado através de grandes feitos - tornarem-se cientistas renomados, empresários de sucesso, artistas conhecidos. Tem compulsão pelo trabalho, e pouco tempo para relacionamentos com outras pessoas ou consigo mesmo; "Narcisistas" - são extremamente inseguros e apresentam baixa auto estima, que encobrem com uma "fachada" de autoconfiança elevada e grande capacidade de manipular e iludir os "agradadores", "inadequados" e "super-empreendedores". Não aceitam ser questionados ou criticados, e precisam ser sempre o centro das atenções. Cura e Transformação Os padrões de codependência, embora necessários nos primeiros anos de vida, tornam-se, gradativamente, fonte de frustração e limitação interior. Enquanto nossas ações e decisões estiverem sob a influência destes papéis estaremos impossibilitados de ter uma vida plena e satisfatória. Para modificar esta situação precisamos estar dispostos a encarar um programa de auto desenvolvimento, que seja capaz tanto de nos ajudar a identificar e desvencilhar dos padrões destrutivos (eu falso), quanto apoiar a manifestação de nossa verdadeira identidade (eu verdadeiro), como descrito no quadro abaixo. Eu falso ou codependente Eu verdadeiro Tende a extremos - ou é agressivo ou apático Assertivo - consegue afirmar-se de forma construtiva Não sabe lidar com limites - ou é agressivo ou isola-se Sabe lidar bem com limites - sabe dizer "Sim" e "Não" de forma apropriada Percebe o outro como útil a si mesmo Percebe o outro com suas próprias necessidades Ou evita assumir responsabilidade ou assume responsabilidades dos outros Assume responsabilidade de forma apropriada Controla de forma obsessiva Não preocupa-se em controlar - confia Rejeita críticas e feedback Aceita críticas e feedback Expressa a raiva de forma destrutiva Expressa a raiva de forma apropriada Não têm empatia por outras pessoas Tem empatia por outras pessoas É rígido e perfeccionista É flexível e aberto Contato pessoal é tóxico, enfraquecedor Contato pessoal é energizante e tranqüilizador Este programa deve contemplar: Uma busca pela verdadeira identidade - na medida em que a codependência se fortalece, perdemos contato com nossa natureza interior (alma). Através da identificação, questionamento e transformação dos papéis falsos descobrimos que existe uma maneira mais espontânea e saudável de estar no mundo; Uma reconexão com nossos sentimentos - sentimentos e emoções são o centro de nossa vida interior, os aspectos centrais que dão significado ao que somos e fazemos. Sem o contato com nossos sentimentos não há possibilidade de cura ("no feeling no healing"); Uma conscientização de nossas necessidades - satisfazer nossas necessidades básicas é fundamental para que possamos evoluir e desenvolver nossas capacidades superiores ou espirituais (auto realização); Um espaço seguro - existem poucos lugares em que podemos realmente expressar quem somos, tanto nossas dificuldades e conflitos quanto nossos sonhos e esperanças. Sem um espaço seguro e de apoio não seremos capazes de nos abrir e compartilhar a nossa história, elementos imprescindíveis para a cura; Estabelecendo limites - durante a vida nossos limites físicos e emocionais foram muitas vezes ultrapassados e desrespeitados. Isto criou um sentimento de impotência, baixa estima e desrespeito em relação a nós mesmos. Reconhecer nossos limites e aprender a dizer "Não" são passos fundamentais para gerar um sentimento de valor próprio; Compartilhando nossa historia - o que contamos aos outros sobre nós e a nossa história em lugares inseguros é geralmente superficial e distorcido. Para libertarmo-nos da codependência é necessário re-conhecer e re-contar "como tudo realmente aconteceu" num ambiente seguro. A cura está na verdade. Criando novas regras e mensagens - após nos conscientizarmos e nos libertarmos das regras e crenças destrutivas criadas no passado, estaremos prontos para criar nossas próprias regras e mensagens, baseados no respeito a nós mesmo e aos outros; Aprendendo a brincar e relaxar - à proporção em que nos libertarmos da opressão auto imposta (papéis de codependência) seremos capazes de nos reconectar com nossa criança interior, que representa os aspectos mais genuínos, espontâneos e criativos de nossa personalidade. Roberto Ziemer é mestre em psicologia social pela PUC-SP e terapeuta formado pelo Grof Transpersonal Center. É palestrante e coordena grupos e seminários em transformação humana e organizacional, utilizando a metodologia dos sete estágios de consciência. É coordenador do Instituto de Psicohistória no Brasil, e professor da "Associação Palas Athena" de São Paulo. É autor do livro Do Medo à Confiança: como realizar seu projeto de vida (Editora Gente), e Mitos Organizacionais: O Poder Invisível na Vida das Empresas (Editora Atlas).
Procurando Eu! Uma viagem louca dentro de mim a procura do Eu O Medo do Adicto sexta-feira, 9 de março de 2012 Postado por ··¤(`×[¤Cici¤]×´)¤·· Marcadores: Experiência Força e Esperança Recebi esse e-mail repassado por um amigo e gostaria de dividí-lo com vocês. Como eu já disse aqui várias vezes : Uma família em recuperação é uma rede de segurança para o adicto e para o co-dependente! Todos que me conhecem sabem o quanto estar em recuperação me ajudou a lidar com o adicto e o quanto ele estar em recuperação o ajudou a lidar comigo. Hoje a minha realidade é outra, hoje eu estou em recuperação e o meu familiar dep. quimico não, ele apenas está "limpo", e isso tem dificultado muito as coisas para mim, mas infelizmente tem dificultado muito mais para ele, pois hoje posso tomar a descisão de me desligar dos problemas dele e focar na minha rcuperação, hoje ele vive em outro lar, que infelizmente não quer recuperação, mas eu só posso modificar a mim mesma, só posso olhar para minha própria recuperação, pois olhar para a recuperação alheia tira o foco da minha própria! Segue o precioso e-mail que recebi: Repassando.  O medo do Adicto Estou completando hoje 56 dias dos 60 dias em que estou nesta clinica de recuperação. São 56 dias limpo, 56 dias em que ganhei uma nova perspectiva de vida sem a droga. Estou feliz aqui, ganhei verdadeiros amigos que me entendem, que me ajudam, que compartilham seus problemas, confidenciam medos, esperanças. Compreendem a minha compulsão, meu desejo insano por drogas, todos nós aqui estamos passando pelos mesmos problemas. Ganhei uma serie de conhecimentos que me ajudam e ajudaram a combater esta loucura. Descobri principalmente que o problema que me atormenta não é só a droga, ela é apenas um ponto dentro de pontos, ela é bengala que necessito para poder caminhar, ela é a desculpa para meus medos e minhas ansiedades. Um porto seguro para tudo aquilo que não tenho coragem de fazer ou ser. Aprendi que não basta apenas ¨Eu¨ parar de usar drogas, ¨Eu¨ tenho de deixar de ser uma droga, ¨Eu ¨ tenho que parar de pensar como Adicto. Tenho de mudar atitudes, tenho de deixar de ser o centro do universo para ser parte dele. Isto é que é o verdadeiro sentido da ¨Recuperação¨. Meus defeitos acumulados por anos, outros desenvolvidos foram moldando minha personalidade e fazendo parte essencial de toda a lou-cura que me tornei hoje, isto, é que tenho de Mudar. Mudar a mim não a droga e se não o fizer isto; se não mudar meu interior; estarei apenas mudando meu vício, minha droga. Hoje deslumbro um outro pensar, um outro mundo, a minha serenidade atingida me acalma e me torna um ser humano mais capaz, um ser que não precise mais de desculpas para suas fraquezas, para sua falta de coragem diante da vida, diante das pessoas, dos sentimentos, do mundo. Que não precise mais se drogar para se anular ou para se fazer valer como gente perante uma situação ou uma decisão. Aqui na clinica me sinto protegido, aqui tenho limites, me sinto cercado por muralhas, tenho normas, regras e responsabilidades. Sinto-me amparado por amigos, socorrido por terapeutas, tenho coisas que nunca pude presenciar de verdade, sou um ser que a cada dia conquista uma batalha e agradece por ter tido mais um dia de sobriedade. Confesso que tenho medo do mundo lá fora, faltam apenas 4 dias para minha internação acabar, logo estarei lá fora e estarei por minha conta. Claro que terei apoio dos amigos conquistados, todos estarão sempre prontos a me ¨Ajudar¨, as ferramentas que aprendi estarão ao meu dispor, todo o conhecimento adquirido terá de ser colocado por mim em prática. Mas, apesar de tudo isto, confesso, tenho medo. Mas meu medo maior não é do mundo lá fora, não são dos amigos dos tempos de uso de drogas que deixei, não são dos lugares que freqüentei, nem da boca de fumo da qual freqüentava e me sentia sócio. Meu maior medo é o da minha ¨Casa¨, parace incrível, este é o lugar hoje mais assustador para mim. Dos amigos de uso eu me afasto, os lugares eu evito, a boca eu nem passo perto, mas, da minha casa, é complicado! Todo aquele ambiente esta de braços abertos a minha espera. Todas as atitudes alheias estão a minha espreita, os ressentimentos causados ainda estão a flor da pele, o caos que existiu um dia ainda impera. ¨Meus familiares¨ ainda são o que deixei a cerca de 60 dias atrás. Eles não mudaram, não se redescobriram, não se recuperaram. Vou encontrar as mesmas pessoas, as mesmas atitudes, os mesmos sentimentos, os mesmos medos, os mesmos defeitos, os mesmos conflitos, a mesma pseudo-sabedoria. Tudo aquilo que conheço de todos a anos. Vou encontrar toda a insanidade que ficou, isto me trás medo, o medo de que não tenha condições de suportar todo o descontrole que é a ¨minha família¨. Sei que sou portador de uma doença sem cura, porém, sei que minha doença tem controle desde que eu me utilize de todas as armas que aprendi. Hoje tenho conhecimento que ¨Meu familiar¨ também é portador de uma doença, na qual a ¨negação¨ e um dos seus sintomas mais fortes. Admitir para si que erros foram cometidos e que sua vida esta baseada em mentiras é para ¨Ele¨ inaceitável, ficando mais fácil encontrar culpados, ficando mais fácil ser uma vitima. Este não aceitar me causa temor, sou um doente em ¨Recuperação¨ que vai conviver com doentes que não aceitam a sua doença e nem admitem uma ¨Recuperação de si¨. Temo por ¨minha recuperação¨, pois, as conquistas de cada 24h que tive me são extremamente valiosas, a dor para conquistá-las me foram muito doídas e não quero perder a guerra que apenas comecei a vencer. Fazer-me dono de novo da minha vida me faz sentir tudo de bom que posso ter, me faz ver todas as dores que causei a mim e que não quero mais ocasionar. Voltar para ¨Minha casa¨ me atemoriza porque vou encontrar tudo aquilo que por minha incompetência como ser humano me deixei possuir. As mesmas idéias, os mesmos preconceitos, todas as mentiras ditas como verdades ainda estarão lá instaladas. Eu mudei, mas, meu familiar infelizmente não. Meu familiar ainda estará cheio de sua arrogância, cheio de sua sabedoria alheia e de sua ignorância de si. Tenho medo da ¨Casa¨ que deixei a cerca de 56 dias atrás, que esta ¨Casa¨ acabe com todo o aprendizado que adquiri e todo o controle que hoje e só por hoje, agora e só por agora, tenho sobre minha doença. Minha ¨Casa¨ possui todas as ferramentas, todas as facilidades para que eu venha a fraquejar, tenho todas as chances de me deixar levar de volta ao uso de drogas. Quero que minha sobriedade impere sobre mim hoje e quero que isto permaneça inalterado. Sei que ¨Meu Familiar¨ não é culpado por minha drogadição. Ele é uma pessoa que também sofre com a sua compulsão de Controle e Sabedoria. Estando cego por suas drogadições conquistadas, por seus conceitos preconceituosos, por seus conselhos concedidos e não aplicados. Sinto que sua drogadição pode me fazer voltar as minhas drogadições. Aprendi aqui na clinica que tenho que evitar lugares e pessoas, para que estes não venham a atrapalhar a minha Recuperação. Tenho muito ainda que fazer. Percebo que terei muitos desafios a enfrentar e entre eles esta ¨O Meu Familiar¨. Ele é tudo aquilo que ¨Eu¨ sempre cultuei, ele é aquilo que eu sempre quis que ele fosse, os seus defeitos de caráter são tudo o que eu preciso para continuar a ser um drogado e estes defeitos ainda estão latentes e podem contagiar-me. Talvez ¨Eu¨ tenha que deixá-lo no meio do caminho. Me ¨desligando¨ dele com Amor. Para que ¨Eu¨ possa ganhar hoje e só por hoje a tão sonhada ¨Recuperação¨. 12/3/12 06:11  sph disse... Cicie, Estou com uma dificuldade enorme para obter uma conexão própria. Moro em uma capital, que em matéria de comunicação, não é nada atrasada. Mas, no bairro em que moro, talvez seja a rua em que resido, os provedores procurados por mim dizem que ainda não possuem instalações para o local. Hoje consegui contato com um provedor que vai solucionar o problema. Enquanto isso, não porque tenha usado qualquer recurso desonesto, venho utilizando uma rede desconhecida. Um bom samaritano, desconhecido, próximo de mim, quando acessa a internet acaba me conectando. Não entendo disso e agradeço ao poder superior. Portanto, não repare a minha ausência e a minha indelicadeza involuntária. Como todo adicto sou compulsivo. Tenho mais de 11 blogs e vou dando manutenção a todos. Na verdade, são mais de 11. Os meus prediletos eu cuido com maior atenção. Aqui estou, contudo, para lhe felicitar por este post e por repassar a carta de um adicto, com colocações precisas e, com as quais me identifico. Eu, particularmente, vivo esta realidade. Aqui ninguém sequer quer saber o que é codependência. Uma ocasião, quando eu dormia, me deram um mata-leão, me algemaram, me puseram em pé... Eu fiquei muito assustado, sem saber exatamente o que estava acontecendo. Imaginei: é um sequestro! Depois vi uma mulher de óculos escuros e eu pensei: tem pinta de delegada, mas eu não fiz nada para dever à policia. SÓ QUANDO notei a presença de meu irmão foi que entendi tudo. Dai me puseram num carro e fui para meu cárcere privado numa clínica involuntária. Lá ninguém achava-se feliz por estar naquele lugar. Apesar de tudo eu sentia saudade da família, mesmo sabendo que todos meus familiares adoeceram e não se cuidam. Me querem como quem quer ver um passarinho, dentro de uma gaiola, ou como um cachorrinho de estimação. São muitas as contradições. Meus parabéns pelo valor do post, que também me ajudou muito. Te amo, incondicionalmente, também.
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MEDITAÇÃO GUIADA POR KELI SOARES PSICOLOGA
AUTOACEITAÇÃO.
AMOR EXIGENTE.
NAR ANON
AL ANON
NARCÓTICOS ANÔNIMOS.
AGRADECIMENTOS
Agradecimento a Deus em primeiro lugar por tornar possível nosso trabalho de ajuda a familiares e usuários de drogas lícitas e  lícitas,ao Governo Federal,ás instituições de comunidades terapêuticas,hospitais psiquiátricos,conselho tutelar,polícia militar,secretarias municipais de saúde Cras,Creas e, a todas as pessoas que estão envolvidas no combate a Adicção, "PROJETO ACORDA BRASIL CONTRA AS DROGAS".
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Obrigado.

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